Hospital de campanha? No Paraná, ordem é investir em leito definitivo contra Covid

  • 11/05/2021

Durante a pandemia da Covid-19, muitos estados optaram por criar hospitais de campanha para combater os efeitos do vírus na população. No Paraná, a ideia nunca foi implantada, e as autoridades de saúde sofreram críticas quanto a isso. Contudo, segundo o secretário de Estado da saúde, Beto Preto, a resposta no enfrentamento à pandemia era investir em leitos hospitalares definitivos, e não em provisórios.

“O Paraná optou pela implantação de leitos exclusivos para atendimento aos pacientes suspeitos ou confirmados com a Covid-19 dentro da rede hospitalar já existente”, afirmou Beto Preto. “Os hospitais de campanha ficam embaixo de lona, têm caráter temporário, são soluções rápidas e passageiras, muito diferente dos nossos hospitais. Priorizamos desde o começo da pandemia a formatação de uma rede mais robusta e espalhada em todo o Paraná”.

Há outra questão que permeia a criação de hospitais de campanha. “Os hospitais de campanha possuem estruturas hospitalares provisórias e separadas dos serviços de saúde”, disse Beto Preto. “É menos complicado um hospital já existente trazer novos médicos para compor sua equipe de plantonistas em uma UTI do que abrir um hospital improvisado do zero”.

Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, os hospitais de campanha de forma geral têm 100 leitos, sendo 60 de enfermaria e 40 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Atualmente o Paraná já soma 4.663 leitos exclusivos para Covid-19, o equivalente a pelo menos 46 hospitais de campanha com 100 vagas cada.

Segundo Beto Preto, entre as vantagens de apostar em infraestrutura própria estão a facilidade de atendimento, as equipes especializadas e integradas preexistentes e a possibilidade de deixar um legado na área de saúde. Assim, os investimentos incrementam o sistema de saúde de modo contínuo. “São 98 hospitais na nossa rede de combate à Covid-19 com leitos ativos de UTI ou enfermaria. O resultado é extremamente positivo, pois otimizamos estruturas que já existiam”, disse o secretário.

A iniciativa pela ampliação do atendimento e divisão de alas hospitalares exclusivas teve como principal objetivo reforçar a estrutura de saúde no Estado, proporcionando agilidade no serviço, economia de recursos e investimentos permanentes do governo na rede hospitalar. Segundo dados da Sesa, o Estado tinha 1.315 leitos de UTI há 30 anos. Hoje somente para o atendimento de pacientes com Covid-19, o Paraná tem 1.898 leitos de UTI. “Não deixamos de atender a demanda já existente, nós dobramos o atendimento e disponibilizamos um serviço seguro e eficaz para todos os paranaenses”, disse o secretário.

Na divisão por tipo de leito de Covid-19, o Paraná tem 1.876 leitos de UTI, 2.731 leitos clínicos, 22 leitos de UTI pediátricas e 34 leitos clínicos pediátricos. Todos em estruturas próprias ou hospitais filantrópicos e particulares conveniados com o Estado. Essa estratégia utilizada desde o começo da pandemia prioriza o atendimento especializado e com equipes já contratadas. “As equipes médicas são contratadas pelos próprios serviços de saúde, ficando sob responsabilidades destes o chamamento e efetivação destes profissionais”, afirmou Beto Preto.

Não está na hora de relaxar na pandemia, diz secretário

Apesar da estrutura de combate à pandemia ter crescido no Paraná e dos números de contaminações e mortes terem diminuído em maio, em relação a abril, isso não significa que a população já pode relaxar em termos de medidas de prevenção contra a Covid-19. Pelo contrário. O alerta é do secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.

“A circulação do vírus está diminuindo no Paraná se considerarmos o número de casos que registramos em fevereiro e março, mas a situação ainda é preocupante”, disse ele. “Por isso ressaltamos a importância das medidas de prevenção como higiene, uso de máscaras e álcool em gel e distanciamento social”.

Segundo dados compilados dos boletins da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), um mês atrás, o Paraná registou 1.735 mortes por Covid-19 na semana entre 4 e 10 de abril. Foi a maior quantidade semanal desde o começo da pandemia. Desde então, o total de mortes registradas por semana diminuiu progressivamente. Foram 1.292 entre 11 e 18 de abril; 1.171 entre 19 e 26 de abril; e 1.074 entre 25 de abril e 1º de maio. Contudo, na última semana, houve alta, com o registro de 1.219 óbitos entre 2 e 9 de maio.

Cofres estaduais bancaram pelo menos 62% do total

Considerando todo o investimento feito na área da Saúde no Paraná em 2020, os cofres estaduais contribuíram com pelo menos 62% do total. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, ao todo foram investidos R$ 6,37 bilhões em Saúde. Esse valor total soma a quantia investida pelo Estado com os recursos enviados pelo governo federal.

Em 2020, a União fez dois repasses: um de R$ 1,98 bilhão – R$ 260,5 milhões específicos para saúde e assistência e outros R$ 1,71 bilhão de destinações livres – e outro de R$ 442,8 milhões, também livre. Se considerar que tudo foi investido em saúde, o total chegaria a R$ 2,42 bilhões. Isso daria 38% do total investido.

Segundo o secretário Beto Preto, o custeio de leitos Covid-19 no Estado é um exemplo da divisão de recursos entre o Paraná e o governo federal. “Parte dos leitos de UTI são pagos com recurso Federal, o restante é aportado com dinheiro do Estado e os leitos de enfermaria são totalmente custeados pelo Governo Estadual”, afirmou ele.

Por conta do combate à pandemia, o investimento em saúde no Paraná foi 22,5% superior ao valor total investido em 2019 (R$ 5,2 bilhões).

Com inf, Lycio Vellozo Ribas | Foto: Foto: Rodrigo Félix Leal/Arquivo

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