Anvisa tira do mercado 200 lotes de remédio de pressão contaminados
- 11/05/2019
Nesses lotes, o princípio ativo de losartana e valsartana contém
impurezas que podem aumentar o risco de ter câncer. Anvisa explica que o risco
para a saúde não é imediato.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mandou retirar do
mercado cerca de 200 lotes contaminados de remédios para a hipertensão. E
alertou que quem usa os medicamentos para controlar a pressão deve continuar
tomando os remédios.
Como muito remédio por aí, esses têm nomes difíceis: Losartana,
Valsartana. Já explicar porque eles são importantes é simples. "Não posso
ficar sem remédio. A minha pressão às vezes sobe muito", diz uma
hipertensa.
Esses são remédios que muita gente toma para controlar a pressão
arterial. Mas a Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, afirma que
perto de 200 lotes desses remédios contêm impurezas que podem aumentar o risco
de ter câncer.
Em todos esses lotes, o princípio ativo - o ingrediente principal do
remédio - foi produzido ou na China ou na Índia. E diferentes indústrias
farmacêuticas compraram esses princípios ativos para fabricar os remédios.
A Anvisa determinou o recolhimento desses lotes aqui no Brasil.
Inspecionou 111 medicamentos e vistoriou 29 empresas, entre indústrias,
importadoras e distribuidoras.
A agência diz que os princípios ativos importados são testados no
Brasil, mas que esse tipo de impureza é um problema novo. “Até julho de 2018,
nenhuma autoridade sanitária mundial e nenhuma empresa fabricante dessa classe
de compostos imaginava ser possível a presença destas substâncias nessa classe
de insumos farmacêuticos ativos. A partir do momento em que se verificou essa
possibilidade, todas as especificações estão sendo revistas e a necessidade
desse controle está sendo efetuada no momento”, explica Ronaldo Gomes,
gerente-geral de Inspeção e Fiscalização Sanitária da Anvisa.
A presença dessas impurezas foi descoberta na Europa, em 2018. As
farmácias já estão recolhendo os remédios. Agora, o mais importante nessa
história é não parar de tomar remédio para a hipertensão.
A Anvisa explica que o risco para a saúde não é imediato. É pequeno.
Até se alguém tomar esse remédio com impurezas na dose máxima e durante vários
anos.
O presidente do Departamento de Hipertensão da Sociedade Brasileira de
Cardiologia, Rui Póvoa, afirma que quem precisa controlar a pressão e para de
tomar remédio é que corre risco imediato: “O indivíduo hipertenso, se ele parar
de tomar o remédio, pode subir muito a pressão e ele ter um derrame cerebral.
Pode ter um ataque cardíaco, ter um infarto do miocárdio. Então, continua
tomando o remédio e vai trocar o lote que está com problema. E, enquanto não
trocar, continua tomando o que tem”.
Muitas caixinhas de remédio que precisam ser recolhidas já não estão
mais nas farmácias e, sim, nas casas de quem sofre de pressão alta. Por isso, é
importante olhar se o remédio é de algum lote divulgado pela Anvisa.
A enfermeira Ana Maria Ferreira dos Santos toma Losartana e soube do
problema na consulta na tarde desta sexta-feira (10). “O médico acabou de me
falar, eu não sabia. Tenho que verificar esse lote e tomar minha medicação no
horário”, fala.
O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos declarou que o
recolhimento de medicamentos que estejam fora do padrão é um procedimento de
rotina da Anvisa, com o apoio da indústria farmacêutica. E que a oferta de
produtos para hipertensão não vai ser prejudicada.
G1
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