Conta de água mais cara no Paraná deve começar a ser cobrada a partir de maio
- 24/04/2019
Com a publicação em Diário Oficial da homologação do aumento de 12,13%
na conta de água e esgoto da Sanepar, a tarifa reajustada já poderá ser cobrada
a partir do dia 17 de maio, segundo a companhia de saneamento. Para definir a
data, foi considerado que a homologação do reajuste já foi “amplamente
divulgada” a partir de 15 de abril, quando o conselho executivo da Agepar
homologou a decisão. A regra sobre o reajuste determina que passe a valer 30
dias após a data da publicação em Diário Oficial, mas a Sanepar considera que
já houve a publicização cobrada em lei.
A publicação em Diário Oficial foi feita por volta das 17 horas desta
terça-feira (23). O aumento deve ser aplicado na conta do consumidor de forma
gradativa, a partir do próximo dia 17, dependendo da data da leitura de cada
consumido.
O reajuste de 12,13%, acima da inflação, que foi de 4,5% no período,
segundo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi autorizado no último
dia 15 pela Agepar, a pedido da Sanepar.
Em seis anos da gestão Beto Richa (PSDB), entre 2011 e 2017, o reajuste
foi de 123,96% - acima da inflação do período, que ficou em 47,49%. O último
reajuste da tarifa da Sanepar, de 2018, ficou em 5,12%. (2019: 12,13%; 2018:
5,12%; 2017: 8,53%; 2016: 10,48%; 2015: 12,5% - em duas etapas de 6,5% e 6%).
A Sanepar afirma que o índice é composto pela inflação dos custos do
setor de saneamento mais a terceira parcela do diferimento aprovado na revisão
tarifária de 2017. O diretor-presidente da companhia, Claudio Stabile, e o
presidente em exercício da Agepar, João Vicente, participaram de reunião ontem,
na Assembleia Legislativa, para falar aos deputados sobre o reajuste. Stabile
iniciou a apresentação explicando que o reajuste é composto pela inflação dos
custos do setor de saneamento, medida de acordo com indexadores variados (IPCA,
IGPM e INPC) mais a terceira parcela do diferimento aprovado na revisão
tarifária de 2017, atualizada pela taxa Selic. Aí ele fez um breve histórico do
período que vai de 2006 a 2010, quando a tarifa ficou congelada, durante o
governo de Roberto Requião (MDB) e os subsequentes aumentos até 2016.
Segundo Stabile, houve uma “reavaliação dos ativos da companhia”,
ocorrida em 2017, quando ficou decidido que a diferença de mais de 26% seria
diferida em parcelas ao longo de oito anos. Fez questão de atacar o que chamou
de mistificação do diferimento, insistindo que ele não deve ser atribuído a
governos anteriores. “A empresa tem 54 anos, recebemos um passivo. Não
conseguimos apresentar o resultado que todos reclamam em tão pouco tempo”,
disse Stebile.
Governo estuda reduzir a tarifa, diz secretário
Em entrevista ontem ao Jornal
TNews, da Rádio T, o secretário chefe da Casa Civil do Paraná, Guto Silva,
disse que o governo estuda reduzir a tarifa nos próximos anos. Segundo ele, o
Palácio Iguaçu poderia fazer “pouco”
para evitar o aumento da tarifa da Sanepar acima da inflação. “Muito pouco,
porque é um produto de concessão. A Agepar, que é uma agência reguladora, que
determina esse recurso, o que o governador determinou é que a gente continue
economizando, cortando gastos, cortando privilégios, e na sequência a gente
tenha condições de reduzir a tarifa”, disse.
O secretário enfatizou que a redução na tarifa para 2021 está na pauta.
“Eu gostaria até de afirmar isso, que a médio e longo prazo nós vamos conseguir
reduzir a tarifa. Estamos em um processo vinculado à Sanepar, que foi dado
aumento em 2017, 2018, e a previsão desse aumento para 2019. É necessário que o
Estado, a Sanepar, todas as empresas estatais possam fazer seu trabalho. As
reduções, nós já realizamos no Estado, passa desses R$ 80 milhões nos primeiros
100 dias, vamos continuar enxugando a máquina, cortando privilégios, mordomias.
Tenho certeza que esse mesmo espírito está sendo realizado na Sanepar para que
no próximo ano ou em 2021 nós possamos iniciar os cortes de tarifas”, disse.
Para este e o próximo ano, no entanto, Guto Silva já havia adiantado
que o governo não pretendia interferir. “O que acontece com a tarifa (agora) é
que já vem escalonada do passado e nesse sentido o Estado tem muito poucas
alternativas para poder fazer esse congelamento ou sobretudo segurar esses
incrementos”, disse.
Na Assembleia Legislativa, o dirigente da Agepar referiu-se à função da
agência, e também informou que o órgão foi consultado pela Sanepar sobre a
antecipação de parcela do diferimento, determinando a realização dos
procedimentos referentes a revisão tarifária extraordinária, com a convocação
de audiências públicas.
Os deputados Soldado Fruet (PROS) e Delegado Jacovós (PR) apontaram que
o reajuste beneficia os acionistas da companhia e que o reajuste aplicado no
Paraná é superior aos aplicados em outros estados do Sul e Sudeste. Tadeu
Veneri (PT) argumentou que a parcela dos lucros destinada ao pagamento de
dividendos é absurda para o atual momento econômico, propôs a revisão dos
métodos adotados pela Agepar sob pena do diferimento se tornar impagável. Requião
Filho (PMDB) sugeriu uma auditoria na avaliação de ativos da empresa que,
segundo ele, não merecem confiança.
Bem Paraná
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