Onda de frio no campo: IDR-Paraná reforça cuidados em culturas mais sensíveis
- 27/05/2025
O frio intenso poderá causar prejuízos em diversas
explorações agrícolas, como hortaliças, tomate, milho, café, pastagens e
frutíferas tropicais. Para minimizar os danos, produtores podem adotar algumas
medidas preventivas, conforme a orientação das equipes técnicas do IDR-Paraná.
O IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do
Paraná — Iapar-Emater) e o Simepar (Sistema de Tecnologia e Monitoramento
Ambiental do Paraná) informam que uma intensa massa de ar polar deve atingir o
Estado a partir dos próximos dias, provocando queda acentuada nas temperaturas
em todas as regiões. O frio intenso poderá causar prejuízos em diversas
explorações agrícolas, como hortaliças, tomate, milho, café, pastagens e
frutíferas tropicais. Para minimizar os danos, produtores podem adotar algumas
medidas preventivas, conforme a orientação das equipes técnicas do IDR-Paraná.
Criado originalmente para proteger cafezais
recém-plantados, o Alerta Geada também é uma ferramenta que auxilia os
produtores e hoje atende diversas atividades agropecuárias – avicultura,
suinocultura, horticultura e silvicultura, por exemplo. Ele ainda beneficia
outros setores da economia, como turismo, comércio, mercado financeiro e
construção civil.
Durante a vigência do serviço, pesquisadores do
IDR-Paraná e do Simepar divulgam diariamente boletins com informações sobre as
condições do tempo e a evolução de massas de ar polar no Estado. Quando há
previsão de massas de ar frio com potencial de causar danos, um alerta é
emitido e amplamente divulgado com antecedência.
Confira as dicas:
CAFÉ – Em relação
ao café, nos plantios novos, com até seis meses de campo, recomenda-se o
enterrio das mudas para proteção contra o frio. Viveiros devem ser protegidos
com várias camadas de cobertura plástica ou com aquecimento, sendo possível
adotar as duas medidas simultaneamente. A proteção deve ser retirada assim que
a massa de ar frio se afastar e o risco de geada cessar.
Para lavouras com idade entre seis meses e dois
anos, a orientação é amontoar terra no tronco das plantas, até o primeiro par
de folhas. Esta proteção deve permanecer até meados de setembro, sendo
posteriormente retirada manualmente.
PECUÁRIA DE
LEITE – O frio intenso também afeta diretamente a disponibilidade de pastagem,
principal alimento dos rebanhos leiteiros. Por isso, é fundamental reforçar a
alimentação com volumosos, como o feno, e, principalmente, com concentrados,
que ajudam os animais a manter a temperatura corporal e a compensar o maior
gasto energético.
Atenção especial deve ser dada às bezerras
recém-nascidas, que ainda não conseguem regular a temperatura corporal. Elas
precisam ser mantidas em ambientes cobertos, sem correntes de vento, com feno
forrando o piso e, se possível, com fontes adicionais de calor. Pode-se, ainda,
utilizar mantas ou roupinhas confeccionadas artesanalmente para aquecer os
animais.
As vacas próximas ao parto devem ser levadas para
áreas cobertas ou, ao menos, piquetes maternidade com feno, devendo ser
monitoradas especialmente à noite, para que os bezerros sejam rapidamente secos
e aquecidos logo após o nascimento.
PECUÁRIA DE CORTE – A pecuária
de corte também enfrenta desafios em função da falta de pastagem, agravada por
estiagens e geadas. Nessas situações, é recomendado o uso de suplementação
alimentar, com volumosos conservados (como silagem e feno) e concentrados
(milho, farelo de soja, entre outros).
É importante que o pecuarista planeje essas ações
com antecedência, considerando a viabilidade econômica, já que o custo da
suplementação é maior do que o do pasto. Em regiões mais frias, o cultivo de
gramíneas de inverno, mais tolerantes ao frio, pode ser uma alternativa viável.
FRUTICULTURA – Evitar a
aplicação de produtos reguladores de crescimento para quebra de dormência;
adotar técnicas de aquecimento com fumaça; manter a irrigação; e manter as
áreas limpas são as principais recomendações para reduzir o risco de danos por
baixas temperaturas.
HORTALIÇAS – Entre as
medidas recomendadas estão o cultivo protegido, com fechamento adequado do
entorno das estufas; a suspensão da irrigação alguns dias antes do frio mais
intenso, para evitar formação de gelo sobre as folhas; e o aquecimento
controlado das estufas, utilizando carvão, com monitoramento constante durante
a noite e a madrugada.
Em áreas de cultivo a céu aberto, a proteção é mais
complexa, mas ainda assim são possíveis algumas ações: cobrir os canteiros com
manta de TNT, utilizar aquecimento com fumaça e realizar pulverizações foliares
com soluções salinas, que, quando aplicadas com antecedência, podem ajudar a
reduzir o ponto de congelamento das folhas.
MILHO – As
possibilidades de proteção das lavouras de milho são limitadas. Assim, a
recomendação é manter as lavouras devidamente seguradas e atentem ao zoneamento
de risco climático, realizando o plantio na época recomendada, de modo a
garantir a cobertura do seguro rural e reduzir os riscos de perdas.
https://www.aen.pr.gov.br/
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