Banco Verde: Paraná lança plataforma para investidores apoiarem projetos ambientais
- 19/08/2025
Empresas podem
destinar recursos a organizações que tenham projetos ligados à economia de
baixo carbono e à valorização da biodiversidade. A estimativa inicial é aportar
de R$ 50 milhões e R$ 100 milhões por ano em projetos ambientais.
O Paraná
vai contar com uma plataforma para conectar investidores a instituições
socioambietais para destinar recursos a projetos voltados à sustentabilidade. O
Banco Verde foi lançado nesta terça-feira (19) pelo governador Carlos Massa
Ratinho Junior, durante a Conferência
da Mata Atlântica. O evento reúne, em Curitiba, governadores de
estados das regiões Sul e Sudeste, como parte da agenda do 13° Encontro do
Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), representantes do Consórcio
Brasil Verde, além de lideranças ambientais e sociais.
A iniciativa do
Governo do Estado tem o objetivo de impulsionar o financiamento a projetos
socioambientais no Paraná. Com o Banco Verde, as empresas podem destinar
recursos a organizações que tenham projetos ligados à economia de baixo carbono
e à valorização da biodiversidade. A estimativa inicial é aportar de R$ 50
milhões e R$ 100 milhões por ano em projetos ambientais.
“O Paraná já é
o estado mais sustentável do Brasil, mas queremos ampliar a conservação da Mata
Atlântica, nosso principal bioma. Por isso criamos a iniciativa de um Banco
Verde para incentivar as empresas que têm a pegada do desenvolvimento
sustentável a contribuírem com projetos sustentáveis”, disse Ratinho Junior. “E
além disso, vamos também remunerar aqueles agricultores que preservam as áreas
verdes e as nascentes de suas propriedades, porque é um trabalho de conservação
que beneficia todos nós”.
A plataforma
foi criada pelas secretarias estaduais do Desenvolvimento Sustentável (Sedest),
do Planejamento (SEPL), da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e da
Indústria, Comércio e Serviços (Seic), além da Invest Paraná, e está vinculada
ao programa Paraná Mais Verde, que busca aliar desenvolvimento ambiental,
econômico e social no Estado.
“O Banco
Verde vai garantir dinheiro para apoiar projetos ambientais e pagar os pequenos
agricultores que promovem a preservação”, ressaltou o secretário estadual do
Desenvolvimento Sustentável, Rafael Greca. “É uma iniciativa que está sendo
implantada em outros estados. Por isso é importante fomentar ideias, porque o que
vai salvar o meio ambiente é o pensamento e o trabalho coletivo”.
Tanto as
instituições sociais, quanto as empresas já podem se cadastrar no site bancoverdeparana.com.br para destinar
ou acessar os recursos da plataforma. Além dos aportes voluntários dos
investidores, a ideia é de que as empresas vinculadas ao programa de incentivos
fiscais Paraná Competitivo também apoiem as iniciativas listadas no Banco
Verde.
“A sociedade
civil, terceiro setor, iniciativa privada e o próprio governo poderão cadastrar
na plataforma projetos de agricultura de baixo carbono, restauração ambiental e
proteção da biodiversidade”, explicou o diretor de Políticas Ambientais da
Sedest, Rafael Andreguetto. “Esses projetos poderão ser financiado
coletivamente, por meio da plataforma, seja por adesão individual ou pela
iniciativa privada”.
Além de
beneficiar os projetos ambientais, 20% dos recursos serão alocados ao Fundo
Estadual de Meio Ambiente (FEMA). Esse montante será revertido a outro projeto,
de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) para pequenos produtores rurais que
promovem o cuidado com os ecossistemas naturais em suas propriedades.
A estimativa é
de que, no primeiro ano do programa, sejam contemplados cerca de mil pequenos
produtores do Estado, com um potencial de repasse de aproximadamente R$ 10 mil
ao ano por produtor.
ELO ESTRATÉGICO – O Banco Verde é o elo estratégico
entre empresas e instituições, assegurando que os recursos sejam convertidos em
ações concretas que beneficiam tanto o meio ambiente quanto as comunidades envolvidas,
alinhando as demandas empresariais às necessidades reais da sociedade e aos
princípios de responsabilidade ambiental, social e de governança (ESG).
Com a
plataforma, o Paraná amplia e fortalece sua atuação quanto aos acordos
nacionais e internacionais aos quais é signatário, como a REGIONS4, UNDER2,
Consórcio Brasil Verde, Pacto Global pela Restauração, Declaração de Edimburgo,
Race to Zero, Secretariado da Convenção da Biodiversidade e o Tratado da Mata
Atlântica.
COMO PARTICIPAR –
A submissão dos projetos no site bancoverde.com.br ficará
disponível por um período de dois meses. As instituições devem informar seu nome
técnico e comercial, localização e os biomas beneficiados. Na sequência, deve
selecionar as categorias e modalidades, justificando sua proposta com base nos
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e nas diretrizes ambientais do
Paraná.
Após o envio
da documentação, será feita uma análise técnica e legal do projeto. Se
aprovado, ele será incluído na vitrine do Banco Verde, ganhando visibilidade
para captação de recursos. Todo o processo de execução será acompanhado pela
equipe da plataforma, garantindo que a iniciativa seja estruturada para gerar
impacto real na biodiversidade e nas comunidades paranaenses.
O processo é
semelhante para as empresas. Ao clicar em "Apoiar agora" e criar o
perfil na plataforma, é possível explorar a vitrine de projetos selecionados e
encontrar iniciativas alinhadas aos valores da organização. Após reservar sua
cota, a equipe formaliza o apoio e firma o contrato com a entidade que será
apoiada.
BIOFERTILIZANTES – O Paraná também firmou uma parceria
com a UNIDO — Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial,
braço da ONU, para a criação de um fundo inédito para financiar a construção de
fábricas de biofertilizantes a partir de resíduos urbanos.
O fundo deve
contar com um aporte inicial de R$ 120 milhões, podendo chegar a até R$ 500
milhões, para financiar a instalação das plantas de biofertilizantes com juros
baixos. “A produção nacional de fertilizantes organominerais vai trazer uma
série de benefícios ao agro brasileiro, já que boa parte dos fertilizantes
utilizados atualmente na lavoura são importados e não são sustentáveis”,
ressaltou o representante da UNIDO Clovis Zapata.
“O Paraná vem
dando exemplos de sustentabilidade. E esta é mais uma iniciativa nesse sentido,
que de um lado dá uma destinação correta aos resíduos urbanos, incentivando a
fabricação de biofertilizantes para a agricultura, o que também representa um
ganho no desenvolvimento e na geração de empregos”, disse o diretor-presidente
da Invest Paraná, Eduardo Bekin.
CONFERÊNCIA –
Integrante do Consórcio Brasil Verde, iniciativa que reúne 21 estados
brasileiros para promover a cooperação dos estados para enfrentar as mudanças
climáticas, o Paraná lidera os projetos relacionados à Mata Atlântica, bioma no
qual 99% do território estadual está inserido.
O bioma
abrange 17 estados brasileiros, correspondendo a 15% do território nacional.
Atualmente vivem na Mata Atlântica 72% dos brasileiros, concentrando 70% do PIB
nacional. O Paraná conta com uma das maiores áreas remanescentes de floresta no
País, com mais de 2,3 milhões de hectares preservados.
Com duração de três dias, a
primeira edição da Conferência da Mata Atlântica, promovida pelo Governo do
Estado, vai reunir um time com 30 especialistas para debater como o bioma pode
mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Junto ao evento, também acontece o
encontro do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud), que reúne os
governadores dos sete estados das duas regiões.
Foto: Geraldo Bubniak/AEN
Fonte: governo do estado
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