Estiagem traz aumento acentuado no acionamento de seguro rural

  • 14/01/2025

Com a confirmação da La Niña, alguns alertas surgem para os produtores do centro-sul do Brasil, visto que, um dos efeitos do fenômeno nesta região é a redução dos volumes de chuvas no sul do Brasil.

E de fato, nos últimos 30 dias, existe um déficit significativo das chuvas em relação à média deste mesmo período, com registros de até -150 mm em relação ao que seria esperado para esta mesma época do ano.

O sul do Mato Grosso do Sul, sul de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, estão com chuvas abaixo da média. Embora, essas precipitações estejam ocorrendo, a distribuição e os volumes vêm sendo muito irregulares.

Diante deste cenário, algumas lavouras estão sendo afetadas, sobretudo aquelas que estão avançando entre a floração e desenvolvimento vegetatitvo.

Segundo publicação de Willian Lange Gomes, perito avaliador de sinistros na Nova Safra Assessoria e Perícia Rural, na rede social Linkedin, em dezembro, há exato 1 mês, já se apontava a situação da região entre Dourados, Caarapó e Laguna Carapã, que passava por uma restrição hídrica de 20 dias, marcando o início do impacto do veranico na microrregião Sul de Mato Grosso do Sul.

Já naquela ocasião, foi observado abortamento de botões florais e redução da área foliar, sinais de que a estiagem teria consequências severas.

Agora, os resultados estão mais evidentes, com aumento acentuado no acionamento de apólices de seguro rural, sobretudo nos municípios de Dourados, Caarapó e Laguna Carapã.

Danos Observados

Desfolha intensa e morte de plantas jovens: A falta de água, aliada às temperaturas elevadas, tem provocado desfolha significativa e mortalidade de plantas jovens, em especial naquelas áreas onde houve replantio em dezembro e no final de novembro.

Redução abrupta do número de vagens: O veranico levou à diminuição expressiva de botões florais e ao abortamento de vagens, afetando diretamente a produtividade das lavouras.

Culturas Afetadas

Soja: O estresse hídrico vem prejudicando o desenvolvimento da soja, causando perdas estimadas em até 30% das áreas plantadas.

Sorgo: A situação de estresse térmico e hídrico também afeta o sorgo, comprometendo sua produtividade. Em novembro e dezembro, registrou-se falta de sementes de sorgo no estado de Mato Grosso do Sul, o que fez com que muitos produtores optassem por essa cultura como alternativa à soja.

Além do Mato Grosso do Sul, as principais regiões produtoras de soja do Paraná e Rio Grande do Sul também estão enfrentando uma condição de estiagem, o que pode afetar o desenvolvimento das lavouras, principalmente naquelas plantadas tardiamente o que pode comprometer o rendimento final da safra de 2024/25.

AgroLink  |Foto: Divulgação

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