Itaipu participa do lançamento da iniciativa Cozinhas Solidárias Sustentáveis
- 03/10/2024
Autoridades do Governo Federal e a Itaipu Binacional
assinaram, nessa quarta-feira (2), um protocolo de intenções da iniciativa
Cozinhas Solidárias Sustentáveis, que prevê o fornecimento de equipamentos de
“cocção limpa” para o preparo de refeições e a instalação de biodigestores. Os
equipamentos transformarão resíduos orgânicos em biogás, que será utilizado
para o cozimento dos alimentos, promovendo, assim, um ciclo de aproveitamento
sustentável.
O evento foi realizado em paralelo ao encontro do Grupo de
Trabalho de Transições Energéticas do G20, em Foz do Iguaçu (PR), e teve a
participação do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; a ministra da
Mulher, Cida Gonçalves; o presidente e CEO da União da Indústria de
Cana-de-Açúcar e Bioenergia (UNICA), Evandro Gussi; o diretor-geral brasileiro
da Itaipu, Enio Verri, e demais diretores de ambas as margens da Binacional.
A iniciativa foi criada no âmbito do Programa Cozinha
Solidária, do Governo Federal, a partir de uma parceria entre o Ministério do
Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), o
Ministério de Minas e Energia (MME) e a Secretaria Geral da Presidência. A
ação, que está vinculada ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 7 da ONU –
energia limpa e acessível e ao ODS 2 - fome zero e agricultura sustentável, tem
o apoio da Itaipu Binacional.
“Este projeto é extremamente importante, pois trata de um
assunto que é pauta do G20 nesta semana: a transição energética. O índice de
mulheres que se ferem por falta de dinheiro para controlar o gás é altíssimo, e
isso não aparece nas estatísticas. A existência do projeto da economia
solidária é crucial para a socialização do alimento. Começaremos com sete
cozinhas, que servirão como protótipos, mas pretendemos chegar a 100 cozinhas.
A Itaipu assume essa missão como uma obrigação, determinada pelo presidente
Lula”, afirmou Verri.
O ministro de Estado de Minas e Energia, Alexandre Silveira,
destacou a convergência entre o setor público e privado que defende a
coletividade e a sociedade. "É fundamental reconhecer que a verdadeira
transformação social exige um diagnóstico preciso das desigualdades que
persistem em nossa sociedade, e que somente através da colaboração e da implementação
de políticas públicas inclusivas podemos construir um futuro mais justo e
solidário”, explicou.
Andréa Elias de Sousa Alves, representante da Cozinha
Solidária Sol Nascente, do Distrito Federal, comentou sobre a importância do
projeto na vida de muitas mulheres. "As cozinhas solidárias têm o poder de
transformar vidas, livrando mulheres da miséria e do suicídio e ensinando-as
sobre seu valor e direitos. Este projeto não é apenas sobre se alimentar; é
sobre educação, solidariedade e empoderamento, mostrando que as mulheres
brasileiras são capazes de ocupar muitos lugares na sociedade."
O projeto prioriza cozinhas chefiadas por mulheres, em
especial mulheres negras, e que precisem de suporte e apoio. As sete unidades
selecionadas para receber os biodigestores foram escolhidas levando em
consideração a capacidade de oferta de refeições e espaço para instalação do
biodigestor.
- Cozinha Solidária Paz e Bem, em Fortaleza (CE);
- Cozinha Solidária Sol Nascente, em Brasília (DF);
- Cozinha Solidária Padre Orestes, em São Leopoldo (RS);
- Cozinha Solidária
Dandara Resiste, no Rio de Janeiro (RJ);
- Cozinha Solidária AMD (Associação Moradia Digna), em Boa
Vista (RR);
- Cozinha Popular Solidária Mãos de Mulheres, em Ananindeua
(PA);
- Casa de Acolhida Filhos Prediletos, em Foz do Iguaçu (PR).
A iniciativa Cozinha Solidária Sustentável também irá
instalar placas solares nas unidades apoiadas, para garantir a produção de
energia elétrica.
Protocolo de intenções
Durante o ato de lançamento da iniciativa, foi assinado um
Protocolo de Intenções para implementação de estruturas que promovam a
sustentabilidade do ciclo de produção de alimentos e a equidade de gênero.
Assinaram o documento o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social,
Família e Combate à Fome, Wellington Dias; o ministro de Minas e Energia,
Alexandre Silveira; a ministra substituta da Secretaria-Geral da Presidência da
República, Kelli Mafort e, pela Itaipu Binacional, o diretor-geral brasileiro,
Enio Verri, e o diretor-geral paraguaio, Justo Zacarías Irún. Maria Alves Ferraz
de Matos, da cozinha solidária do Movimento dos(as) Trabalhadores(as) Sem-Teto
(MTST) foi convidada como testemunha do ato da assinatura.
Contexto e objetivos
Mais de 2,3 bilhões de pessoas, em todo o mundo, não têm
acesso a fontes de energia limpas, um problema discutido nas reuniões do G20. A
ação surge no contexto do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas do G20 e
em sinergia com a Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, que visa reduzir
desigualdades e contribuir com parcerias globais para o desenvolvimento
sustentável, defendendo caminhos de transição sustentáveis, inclusivos e
justos.
A secretária Nacional de Segurança Alimentar, Lilian dos
Santos Rahal, destacou a importância da colaboração entre diversos órgãos, como
o Ministério de Minas e Energia, a Secretaria-Geral da Presidência, e a Itaipu
Binacional. "Este momento é crucial para celebrarmos parcerias que visam
apoiar as cozinhas solidárias, especialmente aquelas que atendem populações em
situação de vulnerabilidade", afirmou Rahal. O programa, sancionado pelo
presidente Lula em julho do ano passado, tem como objetivo implementar
tecnologias sociais em cozinhas solidárias espalhadas pelo Brasil.
Desde o início de 2023, o Governo Federal tem mapeado 2.400
cozinhas solidárias, com uma concentração maior nas regiões Sudeste e Nordeste.
O apoio financeiro já foi iniciado para 336 dessas cozinhas, que agora recebem
alimentos provenientes da agricultura familiar.
A iniciativa Cozinhas Solidárias Sustentáveis foi lançada
como um projeto piloto que visa integrar a segurança alimentar com práticas
sustentáveis em todo o Brasil. A ação, resultado de uma colaboração entre o
Ministério de Minas e Energia, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), a
Secretaria-Geral da Presidência e a Cáritas Nacional, tem como objetivo
expandir o programa existente de cozinhas solidárias para incluir tecnologias
que promovam a transição energética.
As cozinhas escolhidas incluem localidades no Sul, Norte e
outras regiões, levando em consideração as necessidades específicas de cada
área, como a presença de população em situação de rua e as consequências de
desastres naturais.
Essa abordagem não apenas visa reduzir os custos
operacionais das cozinhas ao eliminar a dependência do gás convencional, mas
também contribuirá para a sustentabilidade ambiental ao minimizar o
desperdício. O projeto enfatiza a importância da inclusão social e da equidade
de gênero, já que muitas das cozinhas são geridas por mulheres. O
acompanhamento será realizado por gestores especializados nas áreas ambiental e
de gênero, garantindo que as práticas sustentáveis sejam implementadas de forma
eficaz.
A iniciativa é parte de um esforço mais amplo para combater
a fome e promover a segurança alimentar no Brasil, alinhando-se com discussões
globais sobre transições energéticas e desenvolvimento sustentável. Com essa
ação, espera-se não apenas melhorar a oferta de refeições para populações vulneráveis,
mas também fomentar uma economia circular nas comunidades atendidas.
Assessoria | Foto: Marcos Labanca/Itaipu Binacional
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