Decisão da Justiça suspende as novas placas de carros do Mercosul
- 23/01/2019
Uma decisão da Justiça federal
suspendeu, na última quarta-feira, a adoção das placas do Mercosul no país.
Atualmente, apenas o Rio de Janeiro está utlizando o novo modelo, que terá que
ser seguido pelos demais estados até 1º de dezembro, segundo o G1. A liminar
foi concedida pela desembargadora federal Daniele Maranhão Costa, do Tribunal
Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, ao pedido feito pela associação das
empresas fabricantes e lacradoras de placas automotivas de Santa Catarina
(Aplasc).
A decisão aponta duas causas para
a suspensão. Uma delas é que, na resolução que implementou as novas placas, o
Denatran ficaria responsável por credenciar os fabricantes. Entretanto, de
acordo com a desembargadora, o Código de Trânsito Brasileiro estabelece que
essa função é dos Detrans. "A União não traz nenhum argumento que legitime
a transferência de atribuição quanto ao credenciamento das empresas pelo
Denatran, embora traga como justificativa a necessidade de solucionar problema
relacionado ao direcionamento das atividades a determinadas empresas e o
monopólio existente no setor", diz Daniele Costa. Para a magistrada,
"não pode, a despeito de solucionar um problema, criar outro, abstraindo
da previsão expressa em lei que diz ser dos Detrans a competência para a
atividade de credenciamento."
O segundo motivo dado pela
desembargadora é que o Brasil deveria primeiro ter implantado o sistema de
consultas e troca de informação das novas placas para só então adotar o novo
emplacamento. "É impensável a adoção de um novo modelo de placas
automotivas, que com certeza vai gerar gastos ao usuário, sem a contrapartida
da implementação do sistema de informação integrado, sob pena de inverter
indevidamente a ordem das coisas, pois a mudança do modelo visa a viabilizar a
integração das informações com vistas à maior segurança e integração entre os
países signatários do tratado", diz.
Em nota, o Denatran informou que
aguarda ser notificado da decisão judicial para se posicionar e tomar as medidas
cabíveis.
Já o Detran informou que
continuará os processos de emplacamento normalmente e que não foi notificado da
decisão judicial pelo Denatran. Ou seja, quem está agendado para os próximos
dias pode comparecer ao posto para realizar o serviço.
O Detran disse ainda que aguarda
um posicionamento do Ministério das Cidades/Denatran sobre o caso. A resolução
do Denatran que regulamentou a nova placa é de 6 de março deste ano, e o
serviço foi lançado no Rio seis meses depois, no dia 11 de setembro.
Mais de 112 mil veículos com a nova placa no Rio
No primeiro mês do lançamento,
112 mil placas foram confeccionadas e, "portanto, o sistema do Detran já
administra as duas placas simultaneamente. Nenhum cidadão fluminense será
prejudicado por instalar a nova placa", diz a nota do órgão.
O novo modelo começou a ser usado
em setembro, mas a troca da placa não é obrigatória. O motorista que quiser
fazer a mudança voluntariamente ou o que realizar operações que envolverem
novas placas receberá o modelo Mercosul - que é o caso de emplacamento de
carros zero quilômetro, transferências de propriedade, de jurisdição e de
município, além de alteração de categoria e troca de placas danificadas. O
preço é o mesmo do modelo antigo (R$ 219,35).
Com a nova placa, os proprietários de veículos têm mais segurança, já que ela evita a possibilidade de clonagem. Isso porque o novo modelo tem um código único e todos os dados de confecção da placa - da identificação do fornecedor até o número, data e ano e modelo de fabricação do carro. Assim, o policial consegue identificar com rapidez onde a placa foi fabricada e de que veículo ela é. Se as informações não baterem, trata-se de um veículo clonado.
Extra
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