Secretaria da Saúde do Paraná monitora febre Oropouche e reforça análise laboratorial
- 16/08/2024
Apesar de não ter nenhum caso autóctone no Paraná, quando a
doença é contraída localmente, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), por meio
da Vigilância Ambiental, monitora o cenário da febre Oropouche e se mantém
vigilante e alerta em relação à doença.
Até ao momento, foram registrados nove casos importados no
Estado e nenhum óbito. De acordo com o Ministério da Saúde, são 7.653 casos
neste ano em todo o País, em 22 estados brasileiros e dois óbitos confirmados,
na Bahia.
Existe uma morte em investigação de um paciente residente no
Paraná, que contraiu a doença em Santa Catarina. O caso está sendo pesquisado
quanto à possível relação com a infecção com vírus Oropouche.
A infecção causada pelo vírus Orthobunyavirus oropoucheense
(OROV) é transmitida principalmente pelo inseto da espécie Culicoides
paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora. Depois de
picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no inseto por alguns
dias.
Os municípios que tiveram casos detectados da doença foram:
Curitiba (2), Lupionópolis, São José dos Pinhais, Cascavel, Apucarana, União da
Vitória, Altônia e Adrianópolis. Os locais prováveis de infecção foram Santa
Catarina, Acre, Rondônia e Amazonas.
“O Ministério da Saúde nos enviou esta semana uma nova nota
técnica alertando sobre a disseminação do vírus. Já fazíamos a vigilância
laboratorial para febre Oropouche, e iniciamos a articulação com os municípios,
envolvendo as áreas técnicas específicas”, disse o secretário de Estado da
Saúde, César Neves.
MONITORAMENTO – O monitoramento e diagnóstico da arbovirose
é feito pelo Laboratório Central do Paraná (Lacen-PR). Ele foi o primeiro
laboratório do País a implantar a testagem das febres do Mayaro e do Oropouche
na testagem de rotina. Atualmente, as amostras são processadas diariamente
junto com as demais arboviroses. Esse processo garante uma identificação mais
rápida e eficaz das doenças, tão logo surjam no Estado, além de auxiliar em
futuras ações de bloqueio, caso seja necessário.
No método padrão ouro – procedimento em que é possível
identificar o RNA viral presente na amostra de sangue – são testados nove
arbovírus de uma só vez: dengue tipo 1, 2, 3 e 4, chikungunya, Zika vírus,
febre amarela, febre de Mayaro e do Oropouche. Cada processo de RT-qPCR do
Setor de Biologia Molecular de Arboviroses do Lacen-PR, testa, de uma só vez,
amostras de 96 pacientes, separando o material genético em três reações.
Na primeira, dengue 1, 2, 3 e 4; na segunda chikungunya,
Zika Vírus e controle interno; e, na terceira, as febres Amarela, Mayaro e
Oropouche e mais um controle, somando 384 amostras testadas por processo.
“A Sesa sempre monitorou todas as arboviroses, porém, desde
2023 passamos a realizar análises laboratoriais de PCR para Oropouche e Mayaro
nas amostras coletadas nas 65 Unidades Sentinelas de dengue, estrategicamente
distribuídas no Estado”, ressaltou a coordenadora da Vigilância Ambiental da
Sesa, Ivana Lúcia Belmonte.
SINTOMAS – O quadro clínico agudo pode evoluir com febre de
início súbito, dor de cabeça, dor muscular, náusea e diarreia. Outros sintomas,
como tontura, dor atrás dos olhos, calafrios, fotofobia também são relatados.
Casos mais graves podem incluir o acometimento do sistema nervoso central, por
exemplo de meningoencefalite, especialmente em pacientes imunocomprometidos.
Ainda há relatos de manifestações hemorrágicas.
RECOMENDAÇÕES – No dia 8 de agosto, o Ministério da Saúde
informou um caso de anomalia congênita associada à Oropouche, em um bebê
nascido no Acre, resultando na publicação da Nota Técnica conjunta
SVSA/SAPS/SAES Nº 135/2024. Este documento traz as recomendações e orientações
para notificação e investigação de casos suspeitos de Oropouche em gestantes,
anomalias congênitas ou óbitos fetais e que os estados permaneçam vigilantes e
atentos à suspeita desse agravo.
Algumas das medidas de proteção para gestantes são: limpeza
de quintais que tenham acúmulo de folhas, cascas de frutas, ou matéria
orgânica, sempre que possível; proteção com telas de malha fina nas portas e
janelas das residências, prevenindo-se, desta maneira, também outras
arboviroses; uso de roupas compridas, que cubram as pernas, os braços ou partes
do corpo onde os insetos possam picar, se houver casos de Oropouche na
residência ou na vizinhança; e uso de mosquiteiros feitos de malha fina, como o
filó ou o voil branco.
AEN | Foto: Lacen/PR
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