Vítimas de queda de avião morreram em decorrência de politraumatismo
- 13/08/2024
A Polícia-Técnico Científica de São Paulo afirmou nesta
segunda-feira (12) que as vítimas do acidente com o avião em Vinhedo, no
interior de São Paulo, morreram de politraumatismo. O reconhecimento dos corpos
ainda não tem prazo para terminar. No total, 62 pessoas morreram, 58
passageiros e quatro tripulantes da Voepass na sexta-feira (9), naquele que é o
maior acidente aéreo do Brasil desde 2007.
"Hoje, nós temos a convicção de que todos morreram de
politraumatismo. É uma certeza científica, a aeronave despencou de uma altura
de 4 mil metros e, ao atingir o solo, o choque foi muito grande e todos eles
sofreram politraumatismo", diz Vladmir Alves dos Reis, diretor do IML.
Segundo Reis, as vítimas já tinham morrido com o impacto da
queda e só depois foram carbonizadas.
"As queimaduras que terminaram com a carbonização de
alguns corpos foram secundárias ao politraumatismo."
O diretor disse ainda que todas as vítimas serão
identificadas completamente.
"Eu garanto para vocês que quando esses corpos forem
entregues aos seus familiares eles vão ter 100% de certeza que realmente é
aquela pessoa. Nós não liberamos nenhum corpo, nenhuma pessoa, nenhum cadáver
se não houver uma certeza absoluta dessa verificação, é por isso que daqui pra
frente o processo vai ser um pouco mais lento."
A Polícia Científica do Paraná enviou para São Paulo 31
amostras de DNA e 19 de documentação odontológica para ajudar os peritos
paulistas nesse processo.
A Força Aérea Brasileira (FAB) colocou à disposição a
aeronave KC-390, um cargueiro, para levar os corpos das vítimas de São Paulo
para o Paraná.
Causas
Ainda não se sabe o que causou o acidente, mas a queda em
espiral sugere a ocorrência de um estol — que acontece quando a aeronave perde
a sustentação que lhe permite voar —, segundo especialistas.
O acúmulo de gelo foi uma das hipóteses levantadas por especialistas.
Uma reportagem do g1 revelou também que o manual do ATR aponta risco de perda
de sustentação e giro sob condição de gelo severo.
O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (Cenipa) já extraiu todo o conteúdo das duas caixas-pretas da
aeronave e prevê divulgar em 30 dias relatório preliminar sobre as causas da
queda.
Veja, abaixo, da decolagem à queda, a cronologia do acidente
da Voepass:
A aeronave decolou às 11h56 e o voo seguiu tranquilo até
13h20.
O avião subiu até atingir 5 mil metros de altitude às 12h23,
e seguiu nessa altura até as 13h21, quando começou a perder altitude, segundo a
plataforma Flightradar.
Nesse momento, a aeronave fez uma curva brusca.
De acordo com a Força Aérea Brasileira (FAB), a partir das
13h21 a aeronave não respondeu às chamadas do Controle de Aproximação de São
Paulo, bem como não declarou emergência ou reportou estar sob condições
meteorológicas adversas.
Às 13h22 – um minuto depois do horário do último registro –
a altitude estava em 1.250 metros, uma queda de aproximadamente 4 mil metros.
A velocidade dessa queda foi de 440 km/h.
O Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA) informou
que o 'Salvaero' foi acionado às 13h26 e encontrou a aeronave acidentada dentro
de um condomínio.
Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o modelo
que caiu em Vinhedo, ATR-72-500 da VOEPASS, é turboélice com 74 assentos. A
aeronave é fabricada pela ATR, com sede na França, que é uma das maiores
fabricantes de aviação do mundo. Ela estava com a documentação em dia e todos
os tripulantes tinham habilitação válida.
De acordo com a fabricante, o ATR-72-500 pode voar com
velocidade máxima de 511 km/h. O modelo tem 27 metros de comprimento e de
envergadura, além de uma autonomia de voo de 1.324 quilômetros. O peso máximo
que o avião pode carregar em serviço é de 7 mil quilos.
O avião tinha 14 anos de fabricação e era de um modelo
conhecido no mundo da aviação por sua capacidade de operar em aeroportos de
pista curta e de difícil acesso no Brasil e em outras partes do mundo,
especialmente na Ásia, onde houve outros acidentes.
Ficha técnica do ATR-72-500 (segundo a fabricante):
Número de assentos: 74
Velocidade de cruzeiro: 511 km/h
Comprimento: 27 metros
Envergadura: 27 metros
Altura: 7,65 metros
Autonomia de voo: 1.324 km
G1 | Foto: Arquivo pessoal
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