Paraná cobra celeridade do governo federal para resolução das invasões na região Oeste
- 30/07/2024
O governador Carlos Massa Ratinho Junior cobrou celeridade
do governo federal para a resolução dos conflitos agrários que ocorrem no Oeste
do Paraná. Ele convocou, nesta segunda-feira (29), uma videoconferência com o
ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira,
para buscar respostas às invasões indígenas nas cidades de Terra Roxa e Guaíra,
próximas à fronteira com o Paraguai.
Ratinho Junior destacou que o Estado quer evitar uma
escalada violenta na região, após as ocupações de diversas áreas produtivas
desses municípios. O governador já tinha conversado, na semana passada, com o
ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, buscando uma
solução rápida e pacífica para o problema.
Por se tratar de povos indígenas, é necessária a
intermediação do Ministério da Justiça, Funai e Polícia Federal para as
reintegrações de posse já expedidas pela Justiça. Mas caso não haja qualquer
movimento federal para cumprir as determinações judiciais, cujos prazos estão
na iminência de se encerrar, o Governo do Estado deve se posicionar
juridicamente para o cumprimento da reintegração.
“Se não for cumprido o prazo, acredito que teremos um
ambiente muito hostil na região”, afirmou Ratinho Junior. “Os agricultores já
estão cobrando uma solução em relação à reintegração de posse e o Estado vai
ter que se posicionar juridicamente para cumprir a função que é da Polícia
Federal. Mas isso é algo que não gostaríamos de fazer, até porque é uma
obrigação federal”.
O governador destacou que o Paraná está reforçando a
segurança pública na região, que também conta a presença da Força Nacional.
“Estou muito preocupado com a questão da segurança pública. Estamos reforçando
o volume de policiais presentes, e a própria Força Nacional também está enviando
mais homens para lá”, destacou.
“Mas temos que tomar uma providência. Temos decisões
judiciais que precisam ser cumpridas”, reforçou Ratinho Junior. “Também é
necessário que o governo federal, seja através da Itaipu ou outro órgão, busque
uma solução para a acomodação desses povos originários. Isso não pode acontecer
através da invasão de propriedades privadas que são altamente eficientes para a
cadeia produtiva do Estado e que há décadas ajudam no desenvolvimento econômico
e social da região”.
Na reunião, que também contou com a participação de
integrantes do Incra, ministérios da Justiça e dos Povos Indígenas, da
Procuradoria-Geral do Estado (PGE) e outros órgãos estaduais, o ministro Paulo
Teixeira avisou que pretende convocar uma reunião com o chefe da Casa Civil,
Rui Costa, e com a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, para propor
uma solução ao conflito. Ele, porém, não confirmou a data em que esse encontro
ocorreria.
O procurador-geral do Estado, Luciano Borges, explicou que
já existem liminares de sete ações de reintegração de posse e cinco interditos
proibitórios, sendo que o prazo de 10 dias dado pela Justiça para a desocupação
amigável já está se encerrando.
“A depender do desdobramento das próximas reuniões com o
governo federal, pretendemos nos manifestar oficialmente no processo,
demonstrando os riscos para a população do Estado do Paraná e colocando as
forças de segurança do Estado à disposição para o cumprimento da ordem
judicial, embora essa seja uma obrigação do governo federal, da Polícia Federal
e da Força Nacional”, ressaltou.
AEN | Foto: Jonathan Campos/SECOM
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