Atletas do Instituto Meninos do Lago participam de marcação de peixes na Itaipu
- 10/07/2024
Acostumados a utilizar o reservatório da Itaipu para a
prática de esportes, os atletas e paratletas do Instituto Meninos do Lago
tiveram uma atividade diferente nas águas, na última quinta (4) e sexta-feira
(5). No Canal da Piracema, dentro da usina, eles fizeram a marcação e soltura
de 226 pacus, dentro do programa de monitoramento da migração de peixes da
binacional.
Foram 150 participantes, entre crianças, jovens e adultos de
diversas modalidades. O objetivo da atividade foi mostrar na prática a
importância da conservação da biodiversidade. A bióloga da Divisão de
Reservatório da Itaipu, Caroline Henn, falou também sobre peixes que podem ser
encontrados no lago, como morenitas e piranhas, e informou como se proteger de
acidentes com arraias.
“Os atletas vêm para o Canal da Piracema para a prática do
esporte, mas o Canal, desde a sua origem, tem a finalidade da migração de
peixes. Então, é legal que conheçam esse outro lado e se integrem ao processo,
se sintam parte dessa questão ambiental, ao marcarem e soltarem seu próprio pacu”,
afirma Henn.
Para os atletas, foi uma atividade que uniu aprendizado e
diversão. O treinador do Meninos do Lago, Angel Cardozo, achou empolgante
entender mais sobre como o espaço funciona, e sobre as espécies que vivem ali.
“Aprendemos qual a função ambiental do Canal também, além do esporte. E o
pessoal gostou bastante, porque, além de ser um conhecimento importante, é algo
diferente.”
Valeriano Silvério da Silva Neto, atleta da paracanoagem há
quatro anos, foi o primeiro a marcar um peixe. “Foi uma experiência muito
especial, fazer a marcação, e é muito satisfatório saber que eu ajudei um
pouquinho, porque o peixe que eu marquei aqui poderá ser monitorado pelo
pessoal da Itaipu”, afirmou.
“Gostei muito de marcar o peixe, foi a primeira vez que fiz
algo assim”, disse Sara da Rosa, também atleta de paracanoagem. “Mas o que eu
mais gostei foi aprender mais sobre as arraias. Eu não sabia que elas tinham
ferrão”, contou.
Maicon Júnior dos Santos, de 11 anos, disse que agora se
sente ainda mais um “Menino do Lago”. “Quando eu comecei no Projeto, eu já
fiquei muito feliz, porque a Itaipu é muito linda e é muito bom treinar aqui,
mas hoje foi muito legal”, afirmou.
O menino também contou que aprendeu sobre a importância de
tratar os peixes com cuidado. “Depois de marcar, não pode só jogar o peixe no
rio, tem que colocar ele com calma e esperar ele se movimentar no tempo dele”,
explicou animado.
Monitoramento
A Itaipu Binacional tem um projeto para monitoramento da
migração de peixes desde 1997. O projeto mede os padrões espaço-temporais de
dispersão das espécies no reservatório e sua área de influência. De lá para cá,
foram 59.471 peixes marcados de 77 espécies, com algumas variações nos tipos de
marcações.
Como explica Caroline Henn, essa é uma prática necessária
para entender o comportamento da biodiversidade após a construção da
Usina. “As hidrelétricas são conhecidas
por causarem alterações nos ambientes, então é importante a gente estudar de
que forma as espécies reagem a essa mudança, ao longo do tempo”, disse.
Atualmente, são usados dois tipos de marcação: uma externa,
nas costas do peixe, e um microchip interno. O microchip permite um
rastreamento mais detalhado dos peixes, enquanto a marca externa ajuda a saber,
caso o animal seja pescado, quanto tempo ele levou para ser recapturado e até
onde nadou.
Por ser mais visível que o microchip, a marca facilita que
pescadores reconheçam que o peixe que pescaram foi marcado pela Binacional. “O
pescador que ajuda no projeto, informando que encontrou um peixe marcado,
recebe um brinde. É uma maneira de agradecer e também estimular que nos
comuniquem, já que esses relatos ajudam muito no projeto de monitoramento”,
finaliza a bióloga.
Entre as opções de brinde para quem entra em contato
relatando ter pescado um peixe marcado estão capa de chuva, lanterna, camiseta,
tábua de churrasco e bolsa térmica.
Assessoria | Foto William Brisida/Itaipu Binacionala
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