Paraná está em alerta com aumento de casos de dengue
- 09/01/2019
O aumento no número de casos de
suspeita de dengue colocou a Secretaria de Estado da Saúde em alerta. Com 11
mil habitantes, Uraí registrou 33 casos confirmados da doença desde agosto do
ano passado. No Paraná, o total é de 129 casos em apenas 33 municípios. Destes,
há dois casos com sinais de alarme e um considerado grave.
A circulação do vírus no Paraná é
mais intensa no Norte, no Noroeste e na região Oeste, com o agravante que, das
19 estações meteorológicas espalhadas pelo Estado, 17 registram alto risco
climático para proliferação da doença.
Outro agravante é a crescente
circulação do vírus da dengue tipo 2. Até o ano passado, a grande maioria dos
casos registrados no Paraná, cerca de 90%, era do tipo 1. E é importante
lembrar que pessoas que já são imunes ao tipo 1 ainda podem ser infectadas pela
dengue do tipo 2.
A Secretaria de Estado da Saúde
já enviou ao município de Uraí dois equipamentos de fumacê para reduzir os
mosquitos que estão no ar. Também foi reforçado o envio de repelente para uso
de gestantes e crianças de até 5 anos e material educativo. Mas a eliminação
das larvas (criadouros) depende muito do empenho dos moradores, que precisam eliminar
os focos de água parada.
Alerta
Toda a população está susceptível
a contrair a dengue, contudo existem pessoas que são mais vulneráveis a
desenvolver a forma grave da doença. Este grupo de risco é composto,
principalmente, por idosos, gestantes, lactentes menores (29 dias a 6 meses de
vida), dependentes químicos e pessoas com algum tipo de doença crônica
pré-existente, como hipertensão arterial, diabetes mellitus, anemia
falciforme,doença renal crônica, entre outras.
Especialistas afirmam que o vírus
se manifesta de forma diferente, fazendo com que o quadro clínico do indivíduo
se agrave mais rapidamente. Geralmente, são pessoas com a saúde mais frágil,
que necessitam de uma atenção especial. A orientação é que elas busquem
atendimento de saúde logo que apresentem os primeiros sintomas.
O diagnóstico precoce e o
tratamento em tempo oportuno reduzem significativamente as chances de
agravamento do caso. “É preciso que todos fiquem atentos aos sintomas da
dengue. Febre acompanhada de dor de cabeça, dor articular, dor muscular, dor
atrás dos olhos ou mal-estar geral são alguns dos sinais mais comuns”, disse o
médico especialista em Saúde Coletiva, Enéas Cordeiro.
Temperaturas altas
A chegada do verão, com
temperaturas mais altas e o clima chuvoso, propicia o acúmulo de água e o
desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue,
a zika e a chikungunya.
Quem vai viajar deve redobrar os
cuidados para evitar o avanço da doenças. Antes de deixar seu imóvel, o morador
deve verificar se não está abandonando recipientes que possam acumular água e
servir como criadouro para as larvas do mosquito.
É recomendado prestar atenção em
espaços que nem sempre são lembrados, como bromélias, ocos de árvores, ralos e
coletores de água da geladeira/ar condicionado.
“São poucos minutos que fazem
toda a diferença no combate ao mosquito. Mantendo a casa sem água parada, você
protege sua família e também os seus vizinhos”, diz a chefe do Centro Estadual
de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte.
As mesmas recomendações devem ser
seguidas por quem aluga uma casa na temporada. “A chegada deve ser acompanhada
de uma vistoria cuidadosa em vasos, baldes, piscinas, vasos sanitários,
tanques, garrafas e qualquer objeto que possa juntar água durante a ausência dos
moradores”, acrescenta Ivana.
Orientação
O verão é a estação do ano que
mais concentra casos de dengue no Paraná. As temperaturas mais quentes
favorecem a eclosão dos ovos do mosquito. Os ovos geralmente são depositados em
água parada e podem sobreviver por mais de um ano à espera de um clima propício
para se desenvolver.
Entre os criadouros mais comuns
estão vasos e pratos de plantas, garrafas pet, copos plásticos, sacolas, latas
e outros materiais recicláveis. Também existem outros vilões que nem sempre
estão à vista, como calhas entupidas, ocos de árvores, bromélias e bandejas
externas de geladeira. Os tipos de criadouros acima citados representam em
torno de 60% dos depósitos onde são encontradas as larvas do mosquito.
AN-PR
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