Vacina do Butantan contra a dengue apresenta eficácia geral de 79,6%
- 01/02/2024
O Instituto Butantan publicou, nesta quarta (31/1), o estudo
que aponta uma eficácia geral de 79,6% da vacina brasileira contra a dengue.
Sendo desenvolvido há 10 anos, o imunizante tem eficiência semelhante ao
Qdenga, que será distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A pesquisa foi publicada na revista científica New England
Journal of Medicine (NEJM), uma das mais prestigiadas do mundo. A vacina do
Butantan é de dose única, funciona contra todos os sorotipos, e cerca de 16 mil
brasileiros estão sendo acompanhados há três anos para verificar a eficácia
contra a dengue.
De acordo com o estudo, o imunizante apresentou 89,2% de
eficácia em pessoas que já tiveram dengue antes do início da pesquisa, e 73,6%
em quem nunca foi infectado. Durante o período de acompanhamento, só circulavam
no Brasil os sorotipos 1 e 2 da dengue — por isso, só há dados sobre os dois.
Foram registradas eficácias de 89,5% e 69,6%, respectivamente.
“Quando falamos de vacina da dengue, estamos, na verdade,
falando de quatro vacinas ao mesmo tempo. Esse é o aspecto mais difícil: fazer
com que todas andem em caminhos paralelos e induzindo proteção de forma
equilibrada”, explica Esper Kallás, primeiro autor do artigo, diretor do
Instituto Butantan e professor licenciado da Faculdade de Medicina da USP
(FMUSP), em entrevista ao Jornal da USP.
Vacina eficaz em todos os grupos
Em crianças de 2 a 6 anos de idade, a eficácia foi de 80,1%.
A porcentagem ficou em 77,8% entre jovens de 7 a 17 anos e 90% entre adultos de
18 a 59 anos. As principais reações à vacina foram consideradas leves (dor de
cabeça, fadiga e erupção cutânea no local da aplicação).
A expectativa do governo de São Paulo é que o processo de
testes do imunizante seja finalizado em setembro e o produto esteja disponível
em 2025. A fórmula ainda precisa ser analisada pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa) antes de ser colocada em circulação. Por ser de
apenas uma dose, espera-se que a fórmula aumente a adesão à vacinação, além de
simplificar a logística de distribuição pelo país.
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Com Inf: Metrópoles | Foto: Getty imagens
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