Quais as tendências de controle biológico?
- 15/01/2024
A produção agrícola de grãos, fibras, hortifrúti e
bioenergia tem crescido muito nos últimos anos no Brasil. Além de alimentar o
Brasil, os produtos também são exportados, contribuindo para alimentação de
mais de 180 países. Dentro deste cenário, destaca-se a exigência pela
sustentabilidade da produção, por parte dos clientes internos e externos.
A análise acima é de Sergio Abud, membro efetivo do Comitê
Estratégico Soja Brasil (CESB) e biólogo da Embrapa. Para ele, associado ao
crescimento da produção agrícola nacional, surgem demandas por tecnologias para
o manejo de pragas, doenças e plantas daninhas, eficiência no uso dos
fertilizantes, condicionadores de solo, bioestimulantes de plantas, dentre
outras.
“O manejo com uso de agentes biológicos já é uma prática
milenar, mas nas últimas décadas houve um crescimento considerável dessa
prática no Brasil, e o produtor brasileiro passou a adotar essa prática como
mais uma ferramenta no seu sistema de cultivo. Os agentes biológicos de
controle podem ser microbiológicos (indivíduos predominantemente microscópicos,
como bactérias, fungos, vírus, protozoários e nematoides) ou macrobiológicos,
os quais podem ser vistos a olho nu, como insetos e ácaros”, explica o membro
efetivo do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB).
Impacto na sojicultura nacional - O biólogo da Embrapa
observa que a soja tem aumentado a sua área plantada e também a sua
produtividade média por hectare, principalmente em áreas originárias de
pastagens degradas ou em integração com a pecuária. “Enquanto isso, nas áreas
tradicionais de cultivo da soja ou em sucessão com a cultura do milho, algodão,
trigo, feijão, os velhos problemas como pragas, doenças e plantas daninhas são
crescentes”, observa.
De acordo com Abud, para a redução das perdas de
produtividades nas lavouras de soja, os biológicos têm sido muito usados como
condicionadores de solo, indutores do crescimento de raízes, controle de pragas
e doenças de solo, principalmente como bionematicidas, manejo de doenças como o
mofo branco, biofungicidas para o manejo de doenças foliares, que vêm crescendo
muito nas lavouras de soja, bioestimulantes e redutores de estresse oxidativo,
entomopatógenos para o controle de lagartas, percevejos, moscas brancas,
ácaros, predadores e parasitoides de insetos e ácaros. “O uso dos biológicos na
sojicultura brasileira busca contribuir para o aumento da produtividade com
menor impacto no custo da lavoura e ao meio ambiente. Além disso, atende também
aos anseios da sociedade consumidora de produtos a base de soja que demanda
produtos mais saudáveis e exige maior sustentabilidade na produção”,
contextualiza.
O membro efetivo do Comitê Estratégico Soja Brasil destaca
que o uso de agentes de manejo biológico já vem trazendo uma série de
benefícios aos sojicultores e aos sistemas de produção agrícola no Brasil.
Entre eles, Abud destaca o menor impacto ambiental, reduzindo o número de aplicações dos defensivos químicos. “Com isso, contribui-se para maior segurança ao ambiente, aos trabalhadores rurais e aos consumidores, uma vez que não fazem mal à saúde humana e também possuem alta persistência no ambiente. Possuem também alta seletividade, o que diminui o leque de ação desses produtos, e evita que atuem sobre organismos benéficos, como os inimigos naturais, permitindo a sua multiplicação e o restabelecimento desses organismos na lavoura”, complementa.
“Há também como benefício a redução de seleção de
resistência nas pragas-alvo, pois o mecanismo de ação desses organismos
consiste em diversas rotas de ação, sejam elas metabólicas ou baseadas na
predação ou parastismo; a maior oportunidade de uso desses produtos já
registrados para o alvo e não para a cultura; e a redução dos custos de insumos
devido a um ambiente mais equilibrado ecologicamente, pois há o estabelecimento
da população do agente de controle biológico na lavoura”, finaliza.
Com Inf: AgroLink | Foto: Freepik
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