Com plano inédito de segurança no trânsito , Paraná quer reduzir mortes nas vias em 50%
- 04/07/2025
Estado foi o primeiro a concluir a elaboração do
documento, que exigiu dois anos de trabalho. Documento estabelece um conjunto
de ações estratégicas que englobam desde melhorias na infraestrutura viária,
até ações de educação e fortalecimento da governança no setor.
O Paraná finalizou nesta semana o Plano Estadual de Segurança no
Trânsito - PETRANS-PR 2025-2030. Foi o primeiro estado do Brasil a concluir o
documento, que tem por objetivo fortalecer a implementação das políticas de
segurança viária e promover mobilidade sustentável no Estado, oferecendo uma
ferramenta robusta para o monitoramento e a avaliação contínua das ações.
Dados de 2020 mostram um índice de mortes no trânsito de 21,7 por 100
mil habitantes no Paraná. O PETRANS-PR tem como meta global trabalhar para
reduzir em 50% o índice de mortes no trânsito por 100 mil habitantes até 2030.
Tomando como base o ano de 2020, a projeção é que o número caia para 10,8
dentro dos próximos cinco anos.
Para isso, o plano estadual estabelece um conjunto de ações estratégicas
que englobam melhorias na infraestrutura viária, fortalecimento de ações
intersetoriais entre as áreas de segurança pública, saúde, educação, meio
ambiente e mobilidade urbana. Envolve, também, fortalecimento da governança no
setor, totalizando 30 metas específicas e 115 ações previstas.
A elaboração do PETRANS-PR foi conduzida pelo Grupo Técnico
Interinstitucional para implantação das ações previstas no Plano Nacional de
Redução de Mortes e Lesões no Trânsito no Estado do Paraná (GT PNATRANS-PR),
que reúne 35 entidades entre secretarias estaduais, entidades públicas e
representantes da sociedade civil organizada.
Após cerca de dois anos de extenso processo de construção, coordenado
pelo Detran-PR, o plano foi aprovado pelo Grupo Técnico Interinstitucional em
junho e segue para análise e aprovação da Casa Civil e de demais órgãos
competentes para, então, ter seu lançamento oficial.
O Paraná foi o primeiro estado a assinar a adesão ao Pnatrans, em 2021,
e o primeiro a formar um grupo técnico dedicado à sua implementação local. “A
construção coletiva do PETRANS-PR mostra que estamos tratando a segurança
viária com a seriedade e o comprometimento que ela exige. Não é apenas um
plano, mas uma política pública permanente em defesa da vida”, afirma o
presidente do Detran-PR, Santin Roveda, que é o secretário executivo do GT
Pnatrans-PR.
De acordo com ele, o plano estadual representa o compromisso do Paraná
com os seus cidadãos. “Não há progresso possível sem garantir o direito de cada
paranaense de ir e vir com segurança. Apesar da complexidade e dos desafios, o
plano é um marco que reforça o papel de liderança do Estado nas políticas de
segurança viária”, ressalta.
METAS – O
Petrans 2025-2030 também deve contribuir para o alcance das metas do Pnatrans,
dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS 3.6 - no Brasil, até 2030,
reduzir pela metade as mortes e lesões por acidentes no trânsito) e da
Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Com base nos princípios da
Visão Zero – estratégia pioneira na Suécia que considera inaceitável qualquer
morte no trânsito – ele parte do entendimento de que segurança viária é um
direito de todos e dever do Estado garanti-la.
Por isso, propõe uma perspectiva sistêmica com mudança de paradigma em
relação à abordagem tradicional, utilizando uma nova forma de pensar a
segurança viária baseada em sistemas seguros.
DIAGNÓSTICO – Os
trabalhos de pesquisa para a elaboração do PETRANS chegaram a um diagnóstico
aprofundado da realidade do trânsito no Paraná. Dados apontam que, entre 2010 e
2024, a taxa de motorização no Estado saltou de 48 para 73 veículos por 100
habitantes, um crescimento de 51,2% na frota ativa.
No mesmo período, houve queda de 24% na emissão de Carteiras Nacionais
de Habilitação (CNHs), com destaque para o crescimento de 54,3% no número de
habilitações femininas por 100 mil habitantes. Também é destaque a alta
taxa de mortalidade por lesões no trânsito no conjunto de municípios com menos
de 20 mil habitantes, que representam 21% da população estadual, concentrando
29% das mortes por esta causa no ano de 2023.
Já municípios com mais de 100 mil moradores abarcam 55% da população
estadual e 42% dos óbitos por lesões de trânsito. As faixas etárias mais
afetadas são jovens entre 20 e 29 anos (21% das mortes em 2023) e idosos com 60
anos ou mais.
Conforme as médias consolidadas entre rodovias estaduais e federais, o
custo médio por sinistro é de aproximadamente R$ 107 mil, enquanto o custo
médio com feridos chega a R$ 159 mil e, nos casos de óbitos, fica em torno de
R$ 1 milhão. Em 2023, as lesões de trânsito geraram um custo de mais de R$
20 milhões em internações no Sistema Único de Saúde (SUS) no Paraná. Já em
2024, o valor ficou acima de R$ 18 milhões, dos quais mais de R$ 10 milhões
foram de internações por lesões de trânsito envolvendo motocicletas.
De acordo com o Pnatrans, o Paraná apresenta desafios comuns a outras
regiões do Brasil, como o elevado número de sinistros em rodovias e áreas
urbanas relacionados a excesso de velocidade, consumo de álcool e desrespeito
às leis de trânsito. O Plano Estadual representa, assim, compromisso com a
preservação da vida e seu êxito depende de engajamento coletivo, o que inclui
estado, instituições e, especialmente, os cidadãos.
Fonte: Governo do Estado
Foto: Gabriel Rosa/Arquivo AEN
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