IAT divulga dados da compensação pela exploração de recursos minerais no Paraná
- 28/05/2024
O Paraná apresentou em 2023 a segunda maior taxa de
crescimento do País na arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de
Recursos Minerais (CFEM). No ano passado, foram reunidos R$ 30,88 milhões com
atividades de exploração mineral, em especial pela produção de minerais não
metálicos como areia, brita, calcário para produção de cimento, corretivo
agrícola e cal. O aumento foi de 13,8% se comparado aos R$ 27,14 milhões do ano
anterior – apenas São Paulo, com incremento de 15,1%, apresentou desempenho
superior.
O levantamento consta no primeiro Informe Mineral de 2024 ,
produzido pelo Instituto Água e Terra (IAT), órgão vinculado à Secretaria de
Estado do Desenvolvimento Sustentável (Sedest), divulgado nesta segunda-feira
(27).
O valor arrecadado é dividido entre o Governo do Estado, os
municípios locais produtores e órgãos do governo federal, como a Agência
Nacional de Mineração (ANM), o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), o Fundo
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) e o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Nessa divisão, aproximadamente 53% dos recursos de 2023
foram repassados ao Paraná, totalizando R$ 16,52 milhões. Deste valor, R$ 3,3
milhões foram destinados ao Governo do Estado e o restante foi dividido por 191
municípios. Juntando essa quantidade com os royalties pela exploração de
petróleo e gás, o Estado e os municípios receberam R$ 99,94 milhões pela
exploração de recursos minerais no ano passado – R$ 16,4 milhões do Executivo
Estadual e R$ 83,53 milhões transferidos aos municípios.
O montante é repassado ao governo para ações com caráter
ambiental coordenadas pelo IAT aos municípios que possuem exploração de
recursos minerais em seus territórios e também a localidades que são atingidas,
de alguma maneira, pela atividade, como, por exemplo, pelo transporte de carga
ou pelo recebimento de rejeitos da mineração, entre outras ações. No caso das
cidades, os recursos são destinados a projetos que revertam em benefício da
comunidade local.
O Informe Mineral é emitido pela Divisão de Geologia do IAT.
O documento apresenta dados sobre quais setores mais representam a exploração
mineral no Estado, assim como os produtos que mais influenciam nestes valores
no Paraná. “No Paraná, os bens minerais explorados são principalmente
encaminhados para o abastecimento da indústria da construção civil e para
atender demandas da indústria agrícola”, apontou o geólogo do IAT, Marcos Vitor
Fabro Dias.
MUNICÍPIOS – Apesar do total distribuído pela CFEM estar
dividido entre 191 municípios, a maior parte do valor está concentrado em torno
das grandes aglomerações urbanas, principais demandantes de bens minerais
produzidos – as 20 cidades que mais arrecadaram responderam por 71,5% do total.
Os sete principais municípios arrecadadores foram: Rio
Branco do Sul, com R$ 4,97 milhões (16,1%), Campo Largo com R$ 3,56 milhões
(11,5%), Almirante Tamandaré, com R$ 1,89 milhão (6,1%), Figueira com R$ 1,47
milhão (4,8%), Adrianópolis, com R$ 1,27 milhão (4,1%), São José dos Pinhais,
com R$ 1,13 milhão (3,7%) e Cerro Azul, com R$ 998 mil (3,2%).
O recolhimento é oriundo de 523 empresas de mineração, em
1.176 títulos concedidos pela ANM, que resultou num Valor da Operação de Venda,
correspondente ao Valor de Comercialização, de R$ 2,34 bilhões, um aumento de
19,4% se comparado com o ano anterior.
Entre as 30 principais empresas mineradoras que recolheram
CFEM em 2023, destacam-se a Votorantim Cimentos S.A., que participou com 12,1%,
e a Cia de Cimento Itambé, com 6,3%.
Em termos de arrecadação da CFEM, a mineração de rochas
carbonáticas liderou com 35,8%, seguida de rochas para produção de brita e
revestimento (28,4%) e areia (9,8%). Destaca-se, ainda, a água mineral
explorada para envase (consumo) e a estância hidromineral (turismo), com 7,2%,
o carvão mineral (4,8%) e o ouro (4,2%).
ROYALTIES – No ano passado, o Paraná recebeu R$ 13,10
milhões de royalties pela exploração do xisto, petróleo e gás, e seus
municípios outros R$ 70,31 milhões, totalizando R$ 83,41 milhões.
Araucária concentrou boa parte da arrecadação: R$ 56,36
milhões (80,2%). Na sequência, aparecem Guaratuba, com R$ 7,96 milhões (11,3%),
São Mateus do Sul, com R$ 3,68 milhões (5,2%), Campo Largo, com R$ 1,2 milhão
(2,4%), e Pitanga, com R$ 612 mil (0,9%).
Nesse ranking, Araucária, Guaratuba e Campo Largo receberam
os royalties por possuírem estruturas ligadas ao petróleo, como terminais de
tancagem e armazenamento, e instalações de embarque e desembarque. Já nos
outros dois municípios, os royalties são pela exploração de minérios, sendo
eles o xisto, em São Mateus do Sul, e o gás natural em Pitanga.
AEN | Foto: SEDEST
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