Com bons indicadores, programa do Estado ajuda população a parar de fumar
- 26/02/2024
Seguindo uma tendência mundial, o Paraná tem registrado uma
queda contínua nas taxas de consumo de tabaco, assim como maior interesse das
pessoas em deixar o vício em cigarros. Considerado um grave problema de saúde
pública, a doença epidêmica, caracterizada pela dependência da nicotina, é um
fator de influência para diversas outras doenças, como cardiovasculares,
respiratórias e cânceres.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde de 2019,
levantamento mais recente do Ministério da Saúde, dos 1.344.046 fumantes acima
de 18 anos no Paraná, 586.004 (43,6%) tentaram parar de fumar e cerca de
140.641 procuraram tratamento com profissional de saúde. Em nível nacional, dos
21.113.773 fumantes, 9.839.018 (46,6%) tentaram parar.
Segundo a PNS 2019, 14,6% da população paranaense acima de
18 anos ainda faz uso do tabaco (cigarro, charuto, cigarrilha, cachimbo,
cigarros de cravo e narguilé) ou produtos derivados do tabaco que não fazem
fumaça, como fumo para mascar ou rapé. Em 2013, esse índice era de 17,8%, o que
representa uma redução três pontos percentuais e milhares de pessoas em seis
anos, até 2019.
O Governo do Paraná tem contribuição importante na luta
contra o tabaco, com legislação antifumo iniciada em 1952 e em 1979, e a
criação do Programa Estadual de Controle do Tabagismo (PECT), que visa reduzir
a prevalência de fumantes e a morbimortalidade decorrente do consumo de
produtos derivados do tabaco. O programa engloba capacitações, comunicação
ativa, ações educativas junto à população, prevenção da iniciação do tabagismo,
proteção acerca do tabagismo passivo, cessação do tabagismo, entre outras.
Em 2023, no registro mais recente do PECT, outras 12.880
pessoas buscaram tratamento para cessar a dependência do tabagismo. “O
tabagismo é atualmente a principal causa de morte evitável, segundo a
Organização Mundial da Saúde (OMS), sendo considerada uma doença pediátrica,
pois a maioria dos fumantes se torna dependente até os 19 anos de idade”,
salienta a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti David
Lopes.
PROGRAMA – O atendimento à pessoa tabagista no Paraná é
realizado por equipes multiprofissionais de saúde, prioritariamente na atenção
primária, tendo como eixo principal a abordagem cognitiva, que prevê uma
mudança de comportamentos e escolha de hábitos saudáveis de vida.
Este cuidado prevê o acolhimento do usuário, avaliação
clínica, aferição do grau de dependência à nicotina, apoio ao tratamento,
sessões em grupo e terapia medicamentosa se necessário. Além disso, a interação
no grupo incentiva e propicia a mudança de crenças e comportamentos
relacionados ao consumo de tabaco.
“Todos os profissionais de saúde devem perguntar sobre o uso
do tabaco e convivência com fumantes, a fim de aconselhar e apoiar o início do
tratamento de cessação do tabagismo”, enfatiza a chefe da Divisão de Prevenção
e Controle de Doenças Crônicas e Tabagismo da Sesa, Rejane Cristina Teixeira
Tabuti.
Atualmente, o programa é ofertado em 299 municípios pelo SUS. De acordo com a Sesa, 75% dos municípios paranaenses contam com, ao menos, uma equipe que oferta tratamento do tabagismo, tanto nas Unidades de Saúde da Atenção Primária, como na Atenção Especializada.
Para Elaine Cristina Vieira, coordenadora de Promoção da
Saúde da Secretaria da Saúde, o Estado tem empenhado esforços para que todos os
399 municípios ofertem o tratamento de cessação do tabagismo. “Todas essas
medidas geram um reflexo positivo na queda de prevalência de fumantes em um
contexto geral. Parar de fumar a qualquer tempo, traz benefícios. Procure uma
Unidade de Saúde e informe-se sobre o tratamento”, complementa.
TABAGISMO – Segundo o Relatório Mundial sobre Tendências na
Prevalência do uso de Tabaco 2000 - 2030, publicado pela OMS em janeiro, com
dados de 165 países, apesar da tendência de queda, metade dos homens (49,1%) e
cerca de uma em cada seis mulheres (16,3%) com 15 anos ou mais ainda utilizam
algum tipo de tabaco. A taxa média de consumo no mundo entre os jovens com
idades entre 15 e 24 anos diminuiu de 20% em 2000 para cerca de 13% em 2022, e
prevê-se que atinja 12% em 2030.
Com Inf: AEN | Foto: Geraldo Bubniak
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