Secretaria da Agricultura divulga nova estimativa da safra 2022/23
- 28/07/2023
A safra 2022/2023 deve chegar a 46,7 milhões de toneladas de
grãos no Paraná em uma área de 10,8 milhões de hectares, segundo informações da
Previsão Subjetiva de Safra, divulgada nesta quinta-feira (27) pelo
Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura
e do Abastecimento (Seab).
Se as expectativas forem confirmadas, representam um aumento
de 37% no volume e redução de 1% na área plantada comparativamente ao ciclo
2021/2022, que encerrou com 34,1 milhões de toneladas. “Apesar de alguns
desafios pontuais, o Estado deve ter uma boa safra”, analisa o chefe do Deral,
Marcelo Garrido.
A produção de soja está confirmada em 22,4 milhões de
toneladas em uma área de 5,8 milhões de hectares. O volume é 80% superior ao
produzido na safra 2021/2022, quando os agricultores paranaenses colheram 12,4
milhões de toneladas. A segunda safra de milho está estimada em quase 14
milhões de toneladas, volume 5% superior ao ciclo passado (13,27t), apesar da
redução de 12% na área, que passou de 2,7 milhões de hectares em 21/22 para 2,4
milhões na safra atual.
Estima-se um volume de 496 mil toneladas de feijão na
segunda safra, 13% inferior ao ciclo 21/22 (570,2 mil t). Já a área caiu de
342,9 mil hectares na temporada 21/22 para 288,6 mil hectares na atual.
As expectativas são positivas para os cereais de inverno,
com crescimento de 30% na produção de trigo, somando 4,6 milhões de toneladas
(3,5 milhões de t na de 21/22). O cereal também tem um incremento de área de
13% comparativamente ao ciclo anterior, de 1,2 milhão de hectares para 1,4
milhão de hectares.
De maneira geral, os preços das commodities reagiram na
última semana. No caso do trigo e do milho, o aumento se deve ao ataque da
Rússia aos portos ucranianos, já que os dois países são grandes produtores e a
Rússia o principal exportador. No caso da soja, a alta foi influenciada pela
redução da expectativa de produção nos Estados Unidos, vice-líder da produção
mundial.
MILHO – A segunda safra de milho ocupa uma área de 2,4
milhões de hectares no Paraná, 12% inferior à área plantada no ciclo 21/22. A
colheita evoluiu lentamente nesta semana e chegou a 11% da área. Esse
percentual disponibiliza 1,6 milhão de um volume esperado de 14 milhões de
toneladas. A colheita tem encerramento previsto para setembro.
Cerca de 30% das lavouras restantes ainda estão em fase de
enchimento de grãos e as demais maturando, sem grande exposição a riscos
climáticos. De acordo com o agrônomo do Deral Carlos Hugo Godinho, as
produtividades inicialmente obtidas oscilaram bastante. Em parte das lavouras
houve desempenho abaixo do esperado, em função da cigarrinha e dos períodos de
estiagem, especialmente no Sudoeste.
“Porém, outras lavouras surpreenderam positivamente,
especialmente no Oeste do Estado”, explica. A definição da safra deverá
acontecer a partir da intensificação dos trabalhos na região Norte.
SOJA – O Paraná atingiu um recorde na produção de soja neste ano. Foram 22,4 milhões de toneladas, 80% a mais do que as 12,4 milhões obtidas na safra passada, prejudicada pelo clima. A área foi 2% maior, com 5,8 milhões de hectares, contra 5,7 milhões no ciclo 21/22. Aproximadamente 58% do volume está comercializado, índice abaixo da média para o período.
FEIJÃO – A colheita da segunda safra de feijão no Paraná
terminou nesta semana. Com área de 288,6 mil hectares, a produção alcançou 496
mil toneladas. Segundo o Deral, a produtividade média foi de 1.719 kg por
hectare, representando cerca de 13% a menos do que a estimativa inicial, que
era de 1.979 kg por hectare.
A cultura enfrentou alguns problemas com relação ao clima na
segunda safra, com o excesso de chuvas no início do plantio e estiagem durante
o mês de maio. Durante a colheita foram registradas chuvas frequentes,
principalmente na região Sudoeste. “Os produtores alegam que tudo isto afetou a
qualidade do produto colhido”, explica o economista do Deral Methodio Groxko.
Na última semana, os produtores receberam, em média, de R$ 190,00 pela saca de 60 kg pelo feijão de cores, com aumento de 1,4% frente ao período anterior. Já o tipo preto foi comercializado a R$ 210,00 a saca de 60 kg, com uma redução de 3,2%, em relação à semana anterior.
TRIGO – O plantio do trigo foi concluído nesta semana e o
cereal deve ser colhido mais intensamente a partir de setembro, com os
trabalhos se estendendo até dezembro. De acordo com o Deral, o potencial de
produção da cultura é de 4,6 milhões de toneladas. Apenas 3% das lavouras estão
em maturação. Até o momento o tempo tem ajudado, e 94% das lavouras estão em
boas condições de desenvolvimento.
“A ausência de geadas fortes até o momento é uma situação
comemorada pelos agricultores, bem como a regularidade das chuvas para a
maioria das lavouras”, diz o agrônomo Carlos Hugo Godinho.
CEVADA – A cevada teve uma reavaliação de área que, até o
mês passado, apresentava recuo na comparação com a safra 21/22. No relatório de
julho, o Departamento indica uma estabilização, com 84,9 mil hectares
destinados à cultura. Estima-se a produção de 387,8 mil toneladas, 16% a mais
do que o colhido no ciclo 21/22.
MANDIOCA – Estima-se a produção de 3,3 milhões de toneladas
de mandioca em uma área de 135,5 mil hectares. Com aumento de 7% na área,
explicado pelos bons preços no ano passado, a produção é 11% superior ao
registrado na safra 21/22. Cerca de 58% do produto está colhido e até o momento
as condições climáticas são favoráveis.
Também houve redução nos preços, devido à ampliação da
oferta. Hoje, a tonelada é comercializada por aproximadamente R$ 750,00, valor
13% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado. Ainda assim, os
preços remuneram bem os produtores, segundo Groxko.
HORTALIÇAS – As estimativas para a batata de segunda safra
não têm alterações significativas com relação ao ciclo 21/22, com redução de 2%
na área e aumento de 3% na produção. Até esta semana, cerca de 88% da área
estimada em 11 mil hectares foi colhida, e, ao final da safra, deve gerar um
volume de 326,6 mil toneladas.
A área destinada ao cultivo de cebola no ciclo 23/24 reduziu
14% comparativamente ao ciclo 22/23 e está estimada em 2,8 mil hectares. Cerca
de 92% da área está plantada e será colhida no segundo semestre, segundo o
engenheiro agrônomo Paulo Andrade. Já a produção deve ser 8% menor, somando
99,3 mil toneladas.
Apesar de reduções pontuais no rendimento do tomate na
região dos Campos Gerais, de maneira geral a safra está com bom andamento.
Aproximadamente 72% da área estimada em 1,6 mil hectares está colhida. Essa
área é 5% inferior à cultivada na safra anterior. A produção, estimada em 93,6
mil toneladas, é 14% menor.
BOLETIM – O Departamento de Economia Rural (Deral) também
divulgou nesta quinta-feira o Boletim de Conjuntura Agropecuária referente à
semana de 21 a 27 de julho. Nesta edição, além de informações sobre os grãos da
safra, os técnicos analisam a cultura da lavanda, fungicultura, bovinocultura
de corte, aves e ovos.
Com Inf: AEN | Foto: Albari Rosa
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