Paraná investe R$ 4 milhões em pesquisa para combater a cigarrinha-do-milho
- 19/06/2023
Pesquisa e informação foram as ferramentas adotadas pelo
setor produtivo do Paraná, para enfrentar a cigarrinha-do-milho (Dalbulus
maidis). O inseto vem causando prejuízos significativos às lavouras do grão no
estado ao transmitir para as plantas doenças como enfezamento e viroses.
Para sistematizar esse enfrentamento, a Rede Complexo de
Enfezamento do Milho (Rede CEM), formada por universidades estaduais,
cooperativas, centros de pesquisa e instituições de governo, está fomentando
iniciativas de manejo e controle da praga. Sua coordenação cabe à Secretaria de
Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab), Secretaria de Ciência, Tecnologia
e Ensino Superior (Seti), com apoio do Sistema Faep/Senar-PR e Fundação
Araucária que estão repassando R$ 4 milhões, no decorrer de três anos, para os
estudos.
Esse trabalho em rede é extremamente importante para que
possamos colocar os ativos tecnológicos do Estado a serviço da sociedade. Essa
parceria é de fundamental importância para dar a conectividade necessária do
tríplice hélice, em que governo, academia e sociedade se articulam para resolver
os problemas enfrentados no cotidiano por meio da produção do conhecimento”,
avalia o secretário estadual de Ciência Tecnologia e Ensino Superior (Seti),
Aldo Nelson Bona.
“Queremos levantar informações científicas que possam
subsidiar o manejo futuro da cigarrinha-do-milho pelos agricultores
paranaenses”, complementa Ágide Meneguette, presidente do Sistema
FAEP/SENAR-PR.
No final de abril, os integrantes da rede participaram do 1º
Seminário da Rede Complexo de Enfezamento do Milho, em Londrina. Na ocasião,
além da troca de experiências, foram apresentados os fundamentos da iniciativa
e o escopo de 12 projetos de pesquisa que serão levados a campo por diferentes
instituições estaduais, além de um décimo terceiro projeto complementar
conduzido pela Embrapa Milho e Sorgo.
“Os produtores rurais do estado serão os principais usuários
daquilo que vai ser pesquisado pela Rede, pois o diferencial desta iniciativa é
a facilidade de levar esse conhecimento mais rapidamente a campo”, avalia
Débora Grimm, diretora-técnica do Sistema Faep/Senar-PR.
As 13 pesquisas estão divididas em três eixos temáticos:
O primeiro abarca os projetos voltados ao monitoramento da
presença da cigarrinha, as doenças que estão sendo disseminadas, as principais
regiões afetadas e as circunstâncias ambientais que permitem seu surgimento.
São três projetos de pesquisa alinhados com este eixo;
O segundo grupo se debruça sobre os cultivares de milho com
maior tolerância ao complexo de enfezamento, com três projetos alinhados a essa
temática; e
O último eixo conta com seis projetos que pretendem avaliar
os melhores métodos de aplicação de inseticidas químicos e biológicos e os
produtos mais eficazes no combate à cigarrinha-do-milho. A Embrapa conduzirá um
projeto nos eixos 2 e 3.
Apesar da divisão, os pesquisadores envolvidos nos projetos vão realizar a troca de informações, algo fundamental em um arranjo em rede para o sucesso desta empreitada.
“Para fomentar a troca de informações entre os pesquisadores
e a busca de soluções conjuntas, a cada seis meses será realizado um seminário
da Rede CEM, de modo que todos os participantes tenham uma visão global do
trabalho que vem sendo desenvolvido”, destaca Cleverson Andreoli, designado
pela Fundação Araucária para dar suporte aos pesquisadores.
Durante os 36 meses de pesquisa, o objetivo é que as
informações cheguem ao campo, para o enfrentamento da cigarrinha-do-milho, que
chega a provocar perdas de até 80% em algumas lavouras. “A rede prevê ações de
transferência tecnológica e divulgação dos resultados. O Senar-PR vai promover
treinamento, extensão rural, enfim, ações ostensivas para levar essas
informações, de maneira célere e organizada, até o produtor rural”, completa
Débora.
Os ensaios de pesquisa com milho segunda safra, plantados
neste início de ano, já estão instalados em seis locais do estado. Esses
experimentos, relacionados aos eixos 2 e 3 da Rede CEM, devem começar a
divulgar em breve resultados referentes a esta primeira safra de
acompanhamento.
“É uma construção coletiva de conhecimento. Cada pesquisador
conhece o projeto do colega, sabe o que ele está pesquisando e como aquilo pode
contribuir ou influenciar a sua própria pesquisa. Será a soma dos esforços de
cada indivíduo envolvido com essa proposta que vai determinar a qualidade
daquilo que vamos entregar à classe produtiva do Paraná ao longo de três anos”,
afirma Ana Paula Kowalski, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema
Faep/Senar-PR, que acompanha os trabalhos da Rede CEM.
Com Inf/foto: Canal Rural
Ficou sabendo de algo? Envie sua notícia no WhatsApp Xeretando (45)99824-7874
0 Comentários