Exportação de café do Brasil cai 9,7% em 2021; setor perdeu US$ 465 milhões por problemas de transporte

  • 18/01/2022

O Brasil exportou 40,372 milhões de sacas de 60 kg de café em 2021, uma queda de 9,7% em relação a 2020. Porém, em receita, as vendas cresceram 10,3%, a US$ 6,242 bilhões, segundo relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Estima-se ainda que o setor deixou de vender US$ 465 milhões por causa de problemas logísticos no comércio marítimo mundial, como a falta de contêineres e a disputa por espaço nos navios.

"Projetamos que o Brasil deixou de exportar cerca de 3 milhões de sacas e de receber aproximadamente US$ 465 milhões em receita”, estimou Nicolas Rueda, presidente do Cecafé.

No ano passado, o setor foram embarcou 112.732 contêineres, queda de 9,8% na comparação com os 125.034 remetidos ao longo de 2020.

Segundo Rueda, os problemas com o transporte marítimo tendem a permanecer ao longo deste ano e não se restringem somente à cafeicultura, ou ao Brasil.

Apesar da retração, o desempenho de vendas externas totais no ano passado representou o terceiro maior volume embarcado pelo país na história, e, em valores, o melhor nos últimos sete anos, refletindo os preços elevados no mercado e o câmbio favorável às exportações.

Para 2022, a expectativa é de continuidade dos gargalos logísticos, mas demanda aquecida em mercados que tem ganhado importância, como a China.

Principais mercados

De acordo com o conselho, no acumulado de 2021, o Brasil exportou café para 122 países. Os Estados Unidos lideraram o ranking ao importarem 7,781 milhões de sacas, volume 4,4% inferior ao aferido entre janeiro e dezembro de 2020 e que representou 19,3% dos embarques totais brasileiros no ano passado.

Entretanto, destaca-se a demanda de países produtores, como a Colômbia, e em mercados onde o consumo está em ascensão, como a China.

"A maior fatia de crescimento do consumo mundial tem sido nos países produtores... A China vem demandando cada vez mais do café brasileiro, mesmo com a pandemia, a situação atual é um caminho que não tem volta. Temos que estar muito otimistas", disse o presidente do Cecafé, Nicolas Rueda, à Reuters.

A Colômbia, terceiro maior produtor de café do mundo, foi o sétimo principal destino das exportações brasileiras do produto em 2021. O país adquiriu 1,158 milhão de sacas, apresentando o maior crescimento em volume no intervalo, de 289.561 sacas, o que equivaleu a uma alta percentual de 33,4 pontos.

A China foi o segundo maior destaque nas compras do café brasileiro em 2021, atrás dos colombianos, incrementando suas importações em 132.003 sacas (+65%) na comparação com 2020. Nos 12 meses do ano passado, os chineses adquiriram 333.648 sacas do produto nacional.

Com Inf G1 | Foto:  Magda Oliveira

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