Operação mira contrato citado por delator em reunião com Temer

  • 08/05/2018

A 51ª fase da Operação Lava Jato mira um contrato entre a Petrobras e a Odebrecht que teria sido usado para “comprar o MDB”, segundo o delator Márcio Faria, ex-executivo da Odebrecht.

No ano passado, Faria disse ao Ministério Público que Michel Temer, então deputado e candidato à vice-presidência da República, comandou uma reunião em que o MDB “abençoou” as negociações de propina, até então conduzidas pelo operador João Augusto Henriques (veja o vídeo acima). Além de Temer, teriam participado do encontro os ex-deputados do partido Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha.

Na época em que foi divulgada a delação, Temer chamou a narrativa de “mentira absoluta”. Henrique Eduardo Alves também repudiou as afirmações.

O contrato citado por Faria foi fechado em 2010 entre a área internacional da Petrobras e a Odebrecht, no valor de US$ 825 milhões. Ele serviria para a prestação de serviços, diagnóstico e levantamentos nas áreas de segurança, meio ambiente e saúde para a estatal em nove países, além do Brasil.

O ex-executivo da Petrobras disse que a propina negociada chegava a perto de US$ 40 milhões (5% do contrato). Nesta terça-feira (8), o Ministério Público afirmou que identificou pagamentos que somam US$ 31 milhões para intermediadores do MDB.

Nesta terça, a Lava Jato prendeu cinco pessoas: quatro ex-executivos da Petrobras e um operador de propina. O foco da investigação, segundo o procurador Julio Carlos Motta Noronha, foi apenas a “primeira camada” de pagamentos. “Eventualmente, o destino desses recursos ainda será objeto de investigação, e caso haja envolvimento de pessoas com foro, isso caberá às instâncias competentes.”

“Essa reunião [relatada por Márcio Faria] não foi objeto específico da investigação. O que confirmamos foi a participação de agentes que se apresentavam como intermediadores de propina para o PMDB [atual MDB]”, afirmou Noronha à imprensa em Curitiba.

Déjà Vu

A Operação Déjà Vu, deflagrada na manhã desta terça-feira (8), investiga pagamento de propina de R$ 200 milhões ao MDB, PT e ex-funcionários da Petrobras por meio de fraude neste contrato e contas no exterior. A Polícia Federal (PF) cumpriu cinco dos seis mandados de prisão.

A operação recebeu este nome porque, conforme a força-tarefa, as estratégias usadas pelos investigados são as mesmas utilizadas em etapas anteriores.

O objetivo, conforme a PF, é reunir elementos que provem a prática de corrupção, associação criminosa, fraudes em contratações públicas, crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro.

G1

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