Após vazamento de conversas de Moro, Congresso já fala em CPI da Lava Jato
- 11/06/2019
A repercussão da divulgação de conversas entre os ex-juiz e ministro da Justiça Sérgio Moro e a cúpula da força-tarefa da operação Lava Jato do Ministério Público Federal em Curitiba foi o assunto do dia nos meios políticos nacionais e paranaenses, nesta segunda-feira (10). No Congresso, já se fala em criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Lava Jato e a suposta interferência de Moro na operação no processo que resultou na condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O ministro – que deve ser convocado pelos parlamentares a explicar o teor das conversas como o coordenador da Lava Jato, procurador Deltan Dallagnol – tentou minimizar os efeitos do vazamento, negando ter intervido na investigação. Dallagnol divulgou vídeo afirmando ser “normal” procuradores conversarem com juízes. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) defendeu o afastamento temporário do ministro e do procurador até que os fatos sejam esclarecidos.
No domingo, o site The Intercept Brasil divulgou o onteúdo de mensagens trocadas pelo então juiz e integrantes do MPF, como Dallagnol. As conversas mostrariam que Moro teria orientado investigações da Lava Jato por meio de mensagens trocadas no aplicativo Telegram. De acordo com o site, há conversas escritas e gravadas nas quais Moro sugeriu mudança da ordem de fases da Lava Jato, além de dar conselhos, fornecer pistas e antecipar uma decisão a Dallagnol.
Abuso de autoridade - “Não tenho dúvida de que haverão muitos requerimentos de convocação do Sérgio Moro. E que o assunto vai ser o assunto do plenário”, confirmou ontem o deputado federal paranaense Ricardo Barros (PP). “Tem vários movimentos de vários parlamentares anunciando que querem fazer uma CPI da Lava Jato”, explicou.
Para Barros, o episódio deve impulsionar a votação do projeto contra o abuso de autoridade de juízes e procuradores. “Eu há muito tempo tenho feito uma bandeira minha o enquadramento do Ministério Público e do Judiciário, que são poderes que vêm se colocando acima dos demais”, disse.
“O conteúdo divulgado pelo Intercept confirma que um limite perigoso foi ultrapassado. É mais combustível na crise política e institucional que o Brasil atravessa”, comentou o deputado federal Gustavo Fruet (PDT). Segundo ele, as revelações trazem à tona uma série de dúvidas. “Os processos que têm como base a força-tarefa da Lava Jato sofrerão impacto? Quais? A força-tarefa perde legitimidade? Os fins justificam os meios? Como fica o posicionamento do governo? Como se posicionará o STF?”, questionou Fruet.
Contexto
Natural
Caso divide opiniões na Assembleia
“Estou perplexo sobre as provas obtidas que comprovam a construção do golpe de 2016 e a condenação do Lula para tirá-lo da eleição de 2018. Creio que a PGR Raquel Dodge deve peticionar ao STF propugnando pela anulação da sentença e imediata liberdade do ex-presidente”, avaliou o deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB).
“O que nós vimos é um conluio de todos com o objetivo de manipulação das eleições de 2018”, disse o líder da oposição, deputado Tadeu Veneri (PT). “Os senhores durante cinco anos apontaram o dedo para a sociedade e se transformaram em santos de pés de barro. É vergonhoso o que nós vimos. Moro sugerindo ao procurador para trocar as fases da Lava Jato. Que juiz é esse?”, criticou o petista.
“Só falta PTzada e Puxadinhos pedirem a prisão do Ministro Sérgio Moro, do Procurador Deltan Dalagnol e da Lava Jato”, reagiu Francischini, que preferiu questionar a legalidade da divulgação das conversas entre o ex-juiz e os procuradores. “Montar conversas, fora de contexto, é a Canalhice normal desta escória!”, disse o deputado, que prometeu “voltar para as ruas, com a maior de todas as manifestações já vistas no país, em defesa da Lava Jato, do MPF, da PF e da Justiça Federal”.
Com infm Bem Paraná.
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