Conheça a reforma administrativa aprovada na Câmara dos Deputados
- 25/05/2019
O plenário do Senado deve votar nesta terça-feira (28) a Medida
Provisória 870 (MP), que trata do redesenho administrativo do governo
Bolsonaro. O texto foi aprovado na Câmara na semana passada e alterado pelos
parlamentares, que decidiram devolver o Conselho de Controle de Atividades
Financeiras (Coaf), hoje sob a responsabilidade do ministro Sergio Moro
(Justiça), para o Ministério da Economia, comandado por Paulo Guedes.
A mudança do Coaf tem dividido os senadores. Se os parlamentares
decidirem devolver o órgão para a pasta comandada por Sergio Moro, o texto da
MP teria que voltar a ser apreciado pelos deputados. Para não correr o risco de
ver a MP perder a validade, o presidente Jair Bolsonaro defendeu a aprovação da
medida da forma como foi votada pela Câmara dos Deputados. A medida tem que ser
aprovada até o dia 3 de junho para não caducar.
"[O Coaf] continua no Executivo, sem
problema nenhum. Deve ser votada na semana que vem no Senado. No meu entender,
deve aprovar o que foi votado na Câmara dos Deputados e vamos seguir em pautas
mais importantes", disse Bolsonaro, durante transmissão ao vivo em sua
página no Facebook
Menor quantidade de ministérios
Bolsonaro também diminuição o número de ministérios, de 29, como havia
no governo Michel Temer, para 22. Na campanha eleitoral, Bolsonaro chegou a
prometer uma Esplanada com apenas 15 ministérios. A alteração foi aprovada
pelos deputados nesta quarta.
A MP, por exemplo, extinguiu o Ministério do Trabalho, ao distribuir as atribuições a três pastas (Economia, Justiça e Cidadania). O texto também transferiu a Cultura para o Ministério da Cidadania.
Ao todo, 17 ministérios permaneceram inalterados: Casa Civil, Defesa,
Relações Exteriores, Infraestrutura, Agricultura, Educação, Saúde, Minas e
Energia, Ciência,Tecnologia e Inovação, Meio Ambiente, Turismo,
Controladoria-Geral da União, Secretaria-Geral da Presidência, Secretaria de
Governo, Gabinete de Segurança Institucional, Advocacia-Geral da União e Banco
Central.
Funai no Ministério da Justiça
Em outro ponto controverso do textoA Fundação Nacional do Índio (Funai)
e a competência sobre a demarcação de terras indígenas foram incluídas no
Ministério da Justiça pela comissão mista e mantidas pelo plenário.
No texto original, Bolsonaro deixou a Funai a cargo da pasta da Mulher,
da Família e dos Direitos Humanos, da ministra Damares Alves, e a demarcação de
terras, com o Ministério da Agricultura, comandado por Tereza Cristina.
Articulação para votação
A votação desta quarta foi fruto de um acordo de Maia com o ministro da
Casa Civil, Onyx Lorenzoni, formalizado nesta manhã. O ministro se comprometeu
com o presidente a tentar conter a atuação do PSL no plenário, um dos pontos
que tem sido mais criticados por aliados de Maia.
O encontro aconteceu um dia depois de o deputado expor publicamente seu
rompimento com o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO). O
parlamentar é tido como um dos pivôs da crise da semana passada, quando o
centrão travou a pauta e impediu que as medidas provisórias avançassem.
O que ainda precisa ser votado
Há dois destaques (pedidos de mudanças no texto) pendentes — outra
sessão foi convocada para a quinta (23).
Um deles é do partido Novo, que visa retirar do texto a proibição de
auditores-fiscais da Receita Federal de compartilharem com outros órgãos e
autoridades indícios de crimes que não sejam relacionados àqueles contra a
ordem tributária ou relacionados ao controle aduaneiro.
O outro é do PSB, que pretende evitar a transferência do controle do
Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) da
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para a secretaria-executiva do
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
O que acontece se a MP não for aprovada pelo Congresso
Se a medida provisória que reestrutura a Esplanada não for aprovada até
o dia 3 de junho na Câmara e no Senado, ela perderá validade. Com isso,
voltaria a valer a composição de ministérios do governo de Michel Temer (MDB) —
incluindo a restauração do Ministério do Trabalho e o da Cultura, por exemplo.
A criação e extinção de ministérios precisam ser autorizadas por lei, o que
ocorre com a aprovação de uma MP.
GauchaZh
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