Refugiado nigeriano de 8 anos que mora em abrigo nos EUA vence campeonato estadual de xadrez
- 18/05/2019
Tanitoluwa Adewumi começou a jogar xadrez na escola em 2018 e neste mês
se tornou o campeão estadual de xadrez de Nova York na sua categoria. Após o
título, uma vaquinha online arrecadou quase R$ 400 mil para a família dele.
O mais novo campeão estadual de xadrez de Nova York, na categoria
jardim de infância até terceiro ano, é um refugiado nigeriano de 8 anos que já
sofreu bullying porque, sem dinheiro, sua família mora em um abrigo de
sem-teto. Tanitoluwa Adewumi, conhecido pelos colegas como Tani, aprendeu a
jogar xadrez há cerca de um ano, mas demonstrou um talento nato para o esporte.
A vitória no campeonato estadual de xadrez, além de render um troféu ao
garoto, também foi parar em um artigo no jornal "The New York Times".
Após, a fama, seu treinador, Russell Makofsky, decidiu criar uma campanha de
financiamento coletivo para tentar conseguir uma casa para a família Adewumi. O
sucesso foi tamanho que, em dois dias, ele dobrou a meta e já arrecadou US$ 104
mil (cerca de R$ 395 mil) com a ajuda de quase 1,8 mil doadores.
"Tani é só coração! Vamos mostrar o nosso coração e ajudar a
família de Tani a conseguir um lar onde ele pode continuar sua jornada",
escreveu o professor, abaixo da foto do garoto nigeriano segurando seu troféu
com um sorriso no rosto.
Segundo o "NY Times", o troféu do campeonato estadual é o
sétimo que o pequeno já acumulou desde que começou a jogar xadrez. Ele aprendeu
o jogo na escola pública em que estuda, que tem um professor de xadrez contratado
em tempo parcial, e ensinou a turma de Tani a jogar.
Como o menino pegou gosto pelo esporte, a mãe dele, Oluwatoyin, pediu
para ele ser aceito no clube de xadrez da escola.
Makofsky, responsável pelo clube, aceitou a inscrição de Tani sem
cobrar a taxa, já que a família não tinha dinheiro. E relatou ao jornal
norte-americano que o nível do garoto, segundo o ranking de xadrez, disparou
desde então.
Toda noite, Tani se deixa no chão do abrigo em que mora com a família
para treinar em um tabuleiro. O pai, que, segundo o "NY Times", é
motorista de aplicativo e tirou licença para atuar como corretor de imóveis,
empresta o notebook para que o filho estude xadrez. E a mãe, que tirou uma
certificação para trabalhar como cuidadora de pacientes em casa, fica
responsável por levá-lo todo sábado aos treinos de três horas de duração.
Por enquanto, a família, que fugiu da Nigéria com medo dos ataques do
grupo extremista Boko Haram contra cristãos, ainda não tem permissão de
residência permanente nos Estados Unidos.
"Um ano para chegar a esse nível, para escalar uma montanha e ser o melhor entre os melhores, sem recursos da família. Eu nunca vi isso", afirmou o professor Russel Makofsky ao 'NY Times'.
G1
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