Peste suína na China sacode o mercado mundial, inclusive o brasileiro

  • 21/03/2019

A suinocultura mundial vive um momento atípico. O surto da peste suína africana na China, o maior produtor e consumidor mundial, e agora, mais recentemente os casos confirmados na Europa, mexeram com todo o mercado.

A oferta de carne suína na China vem caindo e o O Ministério da Agricultura Chinês informou recentemente que em fevereiro houve a redução de 16,6% em relação ao ano anterior.

Redução que que está impactando fortemente na cadeia produtiva em todo o mundo, incluindo a brasileira.

A China é responsável por 50% da produção mundial de suínos e qualquer redução no rebanho impacta em todo o mercado.

Na indústria a expectativa é positiva. A crise sanitária no gigante asiático reflete diretamente na exportação. Somente em fevereiro houve aumento de 26,5% no volume de carne suína brasileira vendida no mercado externo, superando a estimativa do setor.

A Associação Brasileira de Proteína Animal tinha a previão inicial que em 2019 houvesse o aumento de 2,4% na exportação da carne suína. Se no ano passado foram vendidos para o mercado externo mais de 635 mil toneladas, a expectativa era atingir esse ano mais de 651 mil toneladas. Mas, se o cenário permanecer assim, deverá ser ainda mais.

Mesmo que ampliar a venda para a China dependa de outros fatores, a conjuntura mundial amplia a demanda e, consequentemente, os preços também são alterados.

Bom para o mercado brasileiro, já que o setor vem de um 2018 de dificuldades com a sobreoferta de carne suína no país ? em grande parte provocada pelo embargo da Rússia ? e dos preços altos da ração animal.

Como toda relação de oferta e demanda, com o aquecimento do mercado externo o interno também sente impactos. O que não é muito bom para o consumidor.

Nos supermercados e açougues o preço da proteína animal já teve aumento de cerca de 10%. A bisteca suína, por exemplo, que aqui saia a R$ 11,90, agora custa R$ 12,90.

Diante de tantos reflexos da crise sanitária lá na China, a última ponta da cadeia produtiva aqui no Brasil, pode também ditar novas mudanças no setor se os preços finais ficarem muito altos.

Fonte: catve

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