Ex-ministro da Defesa Joaquim Silva e Luna é o novo diretor brasileiro da Itaipu
- 21/02/2019
O presidente Jair Bolsonaro e o
ministro de Minas e Energia (MME), Bento Albuquerque, nomearam o general
Joaquim Silva e Luna como novo diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional em
decreto publicado hoj, no Diário Oficial da União (DOU). O vice-almirante
Anatalício Risden Júnior vai ocupar a diretoria financeira da usina
hidrelétrica. Os dois substituem Marcos Vitório Stamm e Mário Antônio Cecato,
respectivamente. Os mandatos vão até 16 de maio de 2022.
Ex-ministro da Defesa e general
de exército da reserva, Luna é o terceiro diretor com formação militar a ficar
à frente do lado brasileiro de Itaipu. O último foi Ney Aminthas de Barros
Braga, que dirigiu Itaipu de 1985 a 1990. Luna esteve à frente do Ministério da
Defesa até dezembro de 2018 e foi o primeiro militar a comandar a pasta.
Com um orçamento anual da ordem
de US$ 3,5 bilhões, a usina de Itaipu é recordista em geração de energia no
mundo, com mais de 2,6 bilhões de megawatts-horas (MWh) acumulados desde o
início de sua produção, em 1984. Em termos turísticos, Itaipu também é uma
gigante, com mais 1 milhão de visitantes em 2018.
Luna comandará a parte brasileira
da binacional às vésperas da renegociação do Anexo C do Tratado de Itaipu, que
vence em 2023, mesmo ano em que a dívida da construção, que consome 70% do
orçamento, será quitada. O governo pretende reavaliar os termos do acordo sobre
a venda de energia produzida por Itaipu entre Brasil e Paraguai, que faz com
que o consumidor brasileiro pague o dobro do que o paraguaio pela energia
produzida pela usina. O baixo custo da energia no Paraguai tem atraídos novas
indústrias, inclusive brasileiras.
O Tratado de Itaipu foi assinado
em 1973 e, entre suas cláusulas, está a divisão, em termos iguais, da energia
produzida pela usina entre os dois países. Como o Paraguai não utiliza toda sua
parte, o acordo prevê que o país venda o excedente para o Brasil.
Historicamente, o Paraguai consome apenas 15% dos 50% da energia a que tem
direito.
Em 2009, quando os ex-presidentes
Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Lugo renegociaram os termos de venda da
energia, o Brasil passou a pagar cerca de US$ 900 milhões pelo volume não
consumido pelo Paraguai. Outro desafio do general será o de dar continuidade à atualização
tecnológica das unidades geradoras da usina. O investimento é de cerca de U$
660 milhões. As propostas dos consórcios interessados devem ser apresentadas
ainda no primeiro semestre deste ano.
Currículo
Aos 69 anos, o pernambucano de
Barreiros (PE) tem formação acadêmica no Exército. É doutor em Ciências
Militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército (1987/88), mestre
em Operações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (1981) e
pós-graduado em Política, Estratégia e Alta Administração do Exército na Escola
de Comando e Estado-Maior do Exército (1998) e em Projetos e Análise de
Sistemas pela Universidade de Brasília (1995).
Como oficial-general, foi
comandante da 16ª Brigada de Infantaria de Selva, em Tefé (AM), de 2002 a 2004.
Em Brasília, foi diretor de Patrimônio, de 2004 a 2006; chefe do Gabinete do
Comandante do Exército, de 2007 a 2011; e chefe do Estado-Maior do Exército, de
2011 a 2014. Como oficial superior, comandou o 6º Batalhão de Engenharia de
Construção, em Boa Vista (RR), de 1996 a 1998. No Ministério da Defesa foi
ainda secretário-geral da pasta, onde também foi secretário de Pessoal Ensino,
Saúde e Desporto.
No exterior, foi membro da Missão
Militar Brasileira de Instrução no Paraguai e Assessor de Engenharia, de 1992 a
1994, e Adido de Defesa, Naval, do Exército e Aeronáutico em Israel, de 1999 a
2001. Ainda em Israel, fez o curso Combate Básico das Forças de Defesa de
Israel no Instituto Wingate Israel (2000). Paranaense, foi deputado federal,
senador, governador do estado do Paraná e prefeito de Curitiba.
Novo diretor financeiro,
Anatalício Risden Júnior é militar da reserva após 40 anos e 8 meses na ativa
da Marinha do Brasil. Tem experiência em administração e economia do setor
público, finanças governamentais, orçamento público, operações de crédito
internacionais e estruturação de projetos complexos de Defesa, em relação à
vertente orçamentária e financeira.
Bacharel em Ciências Navais, Risden tem especialização em Intendência para Oficiais; MBA em Administração de Investimentos Financeiros; é mestre em Ciências Navais e doutor em Altos Estudos de Política e Estratégia – Marítimas. Desde 2015, é consultor da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Correio Braziliense
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