Temer decide não assinar indulto de Natal e deixa decisão para Bolsonaro
- 31/12/2018
O presidente Michel Temer decidiu
não assinar o indulto de Natal neste ano. E deixou a decisão para o presidente
eleito, Jair Bolsonaro, que assume o cargo na próxima terça-feira (1º). As
informações são da coluna Painel, do jornal ‘Folha de S.Paulo’, com base em
declarações de integrantes do primeiro escalão do governo federal. É a primeira
vez desde 1988 que o decreto não será editado.
No sábado (29), Temer viajou para
São Paulo sem assinar o documento, de acordo com a Secretaria de Comunicação da
Presidência. Se ele mantivesse a decisão de assinar, o decreto seria publicado
no Diário Oficial da União desta segunda-feira (31), último dia útil de seu
governo.
Em 2017, o indulto já havia sido
barrado no Supremo Tribunal Federal (STF). Neste ano, o STF analisou o caso,
mas o julgamento foi adiado por um pedido de vistas do ministro Luis Fux. Parte
das regras daquele indulto ainda estão suspensas — o presidente havia reduzido
as restrições e incluído condenados por corrupção entre os beneficiados.
Por causa disso, Temer havia
desistido de conceder o perdão neste ano. Contudo, ele recuou e estava propenso
a editar o indulto, acatando um pedido feito pelo defensor público-geral
federal em exercício, Jair Soares Júnior. Agora, ele teria recuado do próprio
recuo.
Concedido todos os anos desde
1988, ano da promulgação da Constituição, o indulto de Natal beneficia, com a
extinção de pena, aqueles presos que cumprem requisitos como ter bom
comportamento, estar preso há um determinado tempo, ser paraplégico,
tetraplégico, portador de cegueira completa, ser mãe de filhos menores de 14
anos e ter cumprido pelo menos dois quintos da pena em regime fechado ou
semi-aberto. Deve manter ainda o bom comportamento no cumprimento da pena, e
não responder a processo por outro crime praticado com violência ou grave
ameaça contra a pessoa. Não podem ser beneficiados os condenados que cumprem
pena pelos crimes de tortura, terrorismo, tráfico de entorpecentes e drogas
afins, e os condenados por crime hediondo.
Bolsonaro
Eleito com discurso de combate à
corrupção, Bolsonaro tem dado declarações de que é contrário ao benefício
anualmente concedido por presidentes. Nas redes sociais, Bolsonaro afirmou, na
ocasião do julgamento pelo Supremo, que caso houvesse o perdão neste fim de
ano, ele não seria repetido em seu mandato.
"Fui escolhido presidente do
Brasil para atender aos anseios do povo brasileiro. Pegar pesado na questão da
violência e criminalidade foi um dos nossos principais compromissos de
campanha. Garanto a vocês, se houver indulto para criminosos neste ano,
certamente será o último", escreveu em novembro.
Ainda naquele mês, afirmou em
entrevista que havia acertado essa posição inclusive com o futuro ministro da
Justiça, Sergio Moro, responsável pela Lava Jato em Curitiba até aceitar o
convite para integrar o novo governo. "Não é apenas a questão de
corrupção, qualquer criminoso tem que cumprir sua pena de maneira integral. É
isso inclusive que eu acertei com Sergio Moro, indicado para ser ministro da
Justiça", disse Bolsonaro.
Bem Paraná
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