Blindados chegam a Roraima e reforçam fronteira com Venezuela e Guiana
- 05/02/2024
O Exército brasileiro completou o envio de 28 blindados para
Roraima com objetivo de reforçar a segurança na fronteira com Venezuela e
Guiana após o aumento da tensão entre os dois países devido à disputa pela
região de Essequibo.
A transferência de blindados para o norte do país faz parte
da Operação Roraima, que tem mandado equipamentos militares para a região
amazônica. Segundo o Exército, o projeto prevê o aumento em 10% o efetivo de
tropas no Comando Militar do Norte e no Comando Militar da Amazônia.
“A chegada dos blindados é resultado do planejamento do
Exército Brasileiro voltado para reforçar e priorizar a Amazônia”, afirmou, em
nota, o Centro de Comunicação Social do Exército.
A estrutura da unidade militar de Roraima tem sido ampliada
de esquadrão para regimento. “Após a transformação completa da unidade,
prevista para 2025, o Regimento passará a ter três esquadrões e um efetivo de
cerca de 600 militares”, informou o Exército.
Esses equipamentos saíram de Campo Grande (MS), em 17 de
janeiro, e chegaram à Manaus na semana passada, após percorrerem mais de 3,5
mil quilômetros. Em seguida, foram deslocados até Roraima.
O comboio que chegou à Boa Vista (RR) foi composto por 14
Viaturas Blindadas Multitarefa (VBMT) 4x4 Guaicurus, todas equipadas com
sistemas de armas remotamente controlados, meios optrônicos de visão termal e
módulos de comando e controle, além de oito Viaturas Blindadas de Transporte de
Pessoal Médio sobre Rodas (VBTP-MR) Guarani, seis Viaturas Blindadas de
Reconhecimento Média Sobre Rodas (VBR-MSR) EE-9 Cascavel, e outras viaturas
administrativas.
Disputa territorial
O deslocamento de tropas e equipamentos militares para
Roraima teve início após a escalada de tensões entre Venezuela e Guiana causada
pela disputa pelo território de Essequibo. Alvo de uma controvérsia que remonta
ao século 19, esse território voltou a ser reclamado pelo governo da Venezuela
no ano passado. Em dezembro, os eleitores venezuelanos aprovaram, em referendo,
a incorporação de Essequibo, que soma 75% da atual Guiana.
O território de 160 mil km² com uma população de 120 mil
pessoas é alvo de disputa pelo menos desde 1899, quando esse espaço foi
entregue à Grã-Bretanha, que controlava a Guiana na época. A Venezuela, no
entanto, não reconhece essa decisão e sempre considerou a região "em
disputa".
Em 1966, as Nações Unidas intermediaram o Acordo de Genebra
– logo após a independência da Guiana –, segundo o qual a região ainda está
"por negociar". Existem estimativas que a região dispõe de bilhões de
barris de petróleo.
Em 15 de dezembro de 2023, os presidentes da Venezuela,
Nicolás Maduro, e da Guiana, Irfaan Ali, se comprometeram a não usar a força um
contra o outro para resolver a controvérsia. O Brasil ajudou a mediar o
encontro e uma nova reunião entre os dois presidentes deve ocorrer até março
deste ano para continuar as negociações.
Com Inf: Agência Brasil | Foto: Exército
Brasileiro/Divulgação
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