Mãe foragida por rapto de menina de 3 anos premeditou o crime, diz mulher que acolheu a criança
- 15/01/2024
A mãe biológica de Ágatha Saraiva, 3, procurada pela polícia
sob a suspeita de raptar a filha na última quinta-feira (11), em Cascavel, no
oeste do Paraná, premeditou o crime desde o início do ano, segundo a mulher que
acolheu a menina.
No sábado (13), a dona de casa Marta Gonçalves negou que a
criança estivesse sozinha na frente de casa, no bairro Santo Cruz, quando foi
raptada por volta das 18h30. Segundo descreveu, Ágatha estava com o filho mais
velho de Marta no momento do crime. A criança convive com a família de Marta há
cerca de um ano – desde que foi acolhida por meio do programa Família
Acolhedora por estar em situação de risco.
O rapto
“Ela não estava sozinha brincando na rua. Eu pedi para o meu
filho me ajudar [a colocar roupas no carro], mas como ele fez uma cirurgia no
joelho há um mês, ele não consegue andar com tanta facilidade. Eu abri o
portão, coloquei o carro na garagem, e a Ágatha foi ajudando. Nisso, fui buscar
mais sacolas de roupa dentro de casa e ficaram meu filho e a Ágatha na calçada.
Quando virei as costas e cheguei na sala, meu filho gritou: ‘Mãe, a Ágatha! Eu
virei para trás e a menina já estava entrando no carro. Meu filho, por causa da
cirurgia no joelho, não conseguiu evitar. Ela [mãe biológica] pegou a Ágatha na
frente dele”, relembrou Marta.
Segundo Marta, devido ao procedimento cirúrgico, o jovem não
conseguiu impedir o rapto da criança.
A criança teria sido raptada pela mãe biológica e o namorado
dela e colocada dentro de um veículo Ford Focus prata. O carro foi encontrado
pela Guarda Municipal horas após o crime, mas o casal segue foragido desde
então. O Ministério Público do Paraná pediu a busca e apreensão de Ágatha
Saraiva. A Polícia Militar esteve no endereço da mãe biológica de Ágatha, mas
não encontrou ninguém no imóvel.
Sobre a possibilidade de premeditar o crime, Marta Gonçalves
disse que a criança visitava a mãe biológica semanalmente em um espaço da
Prefeitura de Cascavel. Nos dias de visita, um motorista da prefeitura buscava
Ágatha em casa e a levava embora cerca de duas horas após o encontro. Marta
nunca teve contato com a mãe biológica da menina por determinação do programa
de acolhimento.
“Nós achamos que em uma dessas visitas, a mãe da Ágatha
colocou alguém para seguir o motorista da prefeitura até minha casa. Foi tudo
premeditado. Uma amiga dela, que me ligou e me bloqueou depois, falou que a mãe
da Ágatha já estava pensando em fazer isso desde antes do Ano Novo”, revelou
Marta.
Possível adoção
A ideia de entrar na Justiça com o processo de adoção de
Ágatha já era estudava por Marta e o marido, o Jairo. No entanto, o rapto da
menina levou a dona de casa a ter certeza de que quer obter a guarda definitiva
dela. O programa, no entanto, define que famílias acolhedoras não podem adotar,
uma vez que o acolhimento é provisório e ocorre mediante à concessão de um
termo de guarda provisória.
“A Ágatha tem três aninhos e nunca teve um lar definitivo.
Eu tenho condições de todas as formas de criar essa criança, principalmente em
termos de amor e carinho. Eu quero adotar a Ágatha, mas não sei por onde
começar. Eu quero arranjar um meio para isso agora.”
De acordo com ela, a criança, embora conviva com a família
há um ano, já é “apegada a todos”. Além disso, Marta é chamada de “mãe” pela
garota. “Meu filho mais velho, de 20 anos, era chamado de ‘maninho’ por ela.
Ele está sofrendo muito”, diz, emocionada.
“Estou vivendo um pesadelo. Se eu tiver que vender a minha
casa aqui em Cascavel para conseguir adotar a Ágatha e ir embora, eu vou! Eu
vou lutar para isso!”, prosseguiu.
O acolhimento de crianças
Ágatha é a sexta criança a ser acolhida por Marta Gonçalves.
A dona de casa e estudante de enfermagem afirma que já acolheu outros três
adolescentes e duas crianças nos últimos anos. Os acolhimentos ocorreram por
meio do programa que oferece apoio a crianças e adolescentes vítimas de
violência ou que foram abandonadas.
As investigações
O prefeito de Cascavel, cidade com pouco mais de 332 mil
habitantes, Leonaldo Paranhos (Pode), disse que solicitou às forças de
segurança do município empenho para localizar a criança. “Acabo de determinar
ao secretário de Segurança do município para que concentre toda a nossa força
da Guarda Municipal […] para que nós possamos encontrar e resgatar a Ágata”,
afirmou em uma rede social.
O desaparecimento de Ágatha é investigado pela Polícia
Civil. A Banda B procurou a corporação para comentar sobre andamento das
apurações, que respondeu: “A PCPR segue realizando todas as diligências
necessárias a fim de localizar a menina”.
Com Inf: Banda B | Foto: Arquivo Pessoal
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