Mercado brasileiro do arroz vislumbra um 2024 histórico
- 08/01/2024
O início do ano marca um período de calmaria no mercado de
arroz, com os preços permanecendo nominalmente estáveis.
Este cenário é reflexo dos recessos, com muitas empresas
ainda em férias coletivas, resultando em uma movimentação limitada no setor.
As informações são do analista e consultor de Safras &
Mercado, Evandro Oliveira.
Neste contexto, os agricultores concentram seus esforços nas
lavouras, aguardando condições mais propícias antes de retomar as atividades de
comercialização.
Entretanto, a valorização excessiva dos indicativos de
preços gera incertezas entre as indústrias, que se preparam para retomar as
operações após as pausas estratégicas do final do ano.
A decisão de adquirir matéria-prima torna-se crucial diante
das cotações elevadas, provocando questionamentos sobre a sustentabilidade do
mercado no atual cenário.
A dúvida persiste sobre até quando o mercado será capaz de
sustentar esses valores.
E a expectativa por uma safra satisfatória adiciona mais um
elemento de incerteza ao cenário inicial de 2024 para gestores de indústrias,
varejo e outros participantes do mercado.
Tendência de preços firmes no mercado do arroz
A tendência de preços firmes para o ano de 2024 já é uma
realidade consolidada. Estima-se um potencial redução nos indicativos apenas
durante o pico da colheita da safra nacional, em meados de março e abril, bem
como o aumento previsto nos volumes do cereal importado do Mercosul.
Contudo, enfrentaremos desafios significativos no que diz
respeito às exportações do cereal.
Com projeções de câmbio variando entre R$ 4,80 e R$ 5 para
2024, um dos grandes desafios será em relação às exportações do cereal. Em um
cenário de supervalorização dos preços domésticos e um dólar pouco favorável às
vendas externas, a recuperação de importantes compradores da América Central e
Caribe, bem como vizinhos como a Venezuela, será uma tarefa árdua.
Nessa situação, os quebrados podem ressurgir como
protagonistas, assegurando volumes significativos de exportação para a África
Ocidental e Europa.
Período de entressafra
Entrando no período de entressafra, a tendência é de preços
elevados no segundo semestre de 2024, onde os preços podem revelar novas
surpresas. Iniciando a temporada com os menores estoques em quase duas décadas
(em torno de 700 mil toneladas), apesar de um incremento moderado no volume da
safra 2023/24 (estimada em 10,66 milhões de toneladas), o panorama não deve ser
tão distinto da temporada anterior, onde o aperto de oferta foi constante.
Neste contexto, o pico da entressafra desta nova temporada
deverá evidenciar a postura renovada dos orizicultores. Com um custo total de
produção estimado em cerca de R$ 98,00 por saca de 50 quilos (conforme último
levantamento do Irga), eles encontram-se agora capitalizados após margens
satisfatórias. Surgem como formadores de preços e deverão ditar o ritmo do
mercado enquanto redirecionam seu foco para as lavouras. Sendo assim, com
preços ainda mais atrativos, a cultura está propensa a recuperar áreas que
antes eram dedicadas a commodities mais lucrativas, buscando estabelecer um
equilíbrio promissor para a temporada comercial futura.
Com Inf: Canal Rural | Foto: Paulo Lanzetta/Embrapa Clima
Temperado
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