Professor do Paraná é denunciado por fazer criança comer o próprio vômito
- 27/10/2023
O Ministério Público do Paraná, por meio da Promotoria de
Justiça de Iretama, no Centro Ocidental do estado, apresentou denúncia contra
um professor de educação infantil de Roncador, município que integra a comarca,
pelos crimes de tortura e exposição de criança a vexame/constrangimento. A
vítima foi uma criança que na época tinha apenas quatro anos. Os fatos foram
praticados em setembro de 2022, mas só vieram a conhecimento geral em março
deste ano, a partir de informações de munícipes que circularam em redes sociais
e aplicativos de mensagem.
De acordo com a denúncia, o réu "com consciência e
vontade, na qualidade de professor, submeteu a criança […] sob sua autoridade,
com emprego de violência e grave ameaça, a intenso sofrimento físico e mental
como forma de aplicar castigo pessoal. Segundo se apurou, após a criança se
recusar, por diversas vezes a se alimentar, em tom intimidador e alterado, o
denunciado, na condição de professor, na frente dos demais alunos,
posicionou-se em frente à criança e levou o talher com alimento até a boca da
infante, contra a sua vontade, fazendo-a engolir a refeição, o que provocou
vômito na criança e, em seguida, deu o alimento com o vômito para a criança
ingerir, gerando nova regurgitação".
O Ministério Público relata ainda que, durante as apurações,
o professor passou a ameaçar testemunhas. Por conta disso, também foi
denunciado pelo crime de coação no curso do processo.
Omissão
Além do professor da
criança, a professora auxiliar da turma da aluna foi denunciada pelo crime de
tortura, por ter presenciado o fato praticado e ter se omitido, deixando de
atuar para evitar o sofrimento da vítima, que também estava sob sua autoridade.
Por fim, foram denunciados a diretora do Centro Municipal de Educação Infantil
em questão e o secretário da Educação do Município pela prática do crime de
omissão de comunicação sobre caso de violência, pois, a despeito de terem sido
informados do ocorrido na época, não comunicaram as autoridades nem a rede de
proteção do município. A Promotoria sustenta que os dois "deixaram de
comunicar à autoridade pública a prática de violência, de tratamento cruel e
degradante […] praticada contra a criança".
A professora não agiu para impedir a agressão nem mesmo
auxiliou ou acalmou a criança depois, a diretora não avisou sequer a mãe da
vítima, que tomou conhecimento da situação apenas neste ano. Foi ela quem
buscou a autoridade policial para fazer o registro da violência. O secretário
foi oficiado pelo Conselho Tutelar, com solicitação de informações sobre os
fatos, mas não respondeu os pedidos, "impedindo, assim, que aquele órgão
aplicasse imediatamente as medidas de proteção adequadas ao caso."
Catve com MPPR
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