Itaipu leva água potável a 100% da comunidade indígena do Ocoy
- 29/08/2023
A escassez de água não será mais um problema para a
comunidade indígena Tekoha Ocoy, situada no município de São Miguel do Iguaçu
(PR), a 57 quilômetros de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná. Na segunda-feira
(28), um poço artesiano foi inaugurado na aldeia, beneficiando as 198 famílias
guaranis que ali vivem. A instalação foi feita a partir de um convênio entre a
Prefeitura de São Miguel do Iguaçu e a Itaipu Binacional.
A construção do poço atendeu a uma reivindicação do Conselho
de Lideranças Indígenas da Comunidade Indígena Ocoy. O gestor dos Programas de
Sustentabilidade Indígena da Itaipu, Paulo Porto, lembra que a falta de água na
aldeia era um problema que persistia há quase 10 anos. "Hoje, tanto a
Itaipu quanto os guaranis, além da Prefeitura, comemoram, pois pela primeira
vez todas as 198 casas de Ocoy possuem acesso a uma rede de abastecimento de
água potável", afirma Porto. Ele complementa: "Com essa ação,
conseguimos proporcionar dignidade a toda a comunidade. O acesso à água potável
é um requisito fundamental para a civilidade e a política pública."
Participaram da solenidade de entrega do poço, além de Paulo
Porto, a gestora do convênio da Itaipu com a prefeitura, Ceci Lucia da Silva
Langer, o coordenador da Defesa Civil de São Miguel do Iguaçu, Sérgio Passos
Gonçalves, o cacique da aldeia Tekoa Ocoy, Celso Japoty Alves, e a diretora da
Escola Teko Ñemoingo, Marli Takua Poty.
A reparação aos povos originários é uma das principais
pautas da nova gestão de Itaipu, que tem ampliado suas ações para a melhorar as
condições de vida dessas populações em toda a região Oeste, ao mesmo tempo em
que promove a sustentabilidade das três comunidades indígenas dentro da área de
influência da usina: Tekoha Ocoy, em São Miguel do Iguaçu; e Tekoha Añetete e
Tekoha Itamarã, em Diamante D’Oeste.
Juntas, essas três aldeias abrigam cerca de 340 famílias e
mais de 1,5 mil indígenas. As ações são implantadas por meio de convênios com
as prefeituras municipais de Diamante d’Oeste e São Miguel do Iguaçu e com as
Associações de Pais, Mestres e Funcionários (APMFs) dos colégios indígenas. O
trabalho é desenvolvido pela Divisão de Ação Ambiental (MAPA.CD).
Caminhões-pipa - Embora seja um problema antigo, nos últimos
dois anos a falta de água na aldeia se intensificou ainda mais. Foi quando a
Defesa Civil entrou em ação, passando a levar água da Sanepar por meio de
caminhões-pipa. “Havia falta de água nas escolas, no posto de saúde e nas
casas”, explica o coordenador da Defesa Civil de São Miguel do Iguaçu, Sérgio
Passos Gonçalves. A entrega de água tornou-se diária, inclusive em feriados e
fins de semana.
A diretora da Escola Teko Ñemoingo, Marli Takua Poty, relata
que os alunos costumavam ser dispensados por três ou quatro dias consecutivos
devido à falta d’água, o que resultava em perda de conteúdo. Muitos estudantes
iam à escola para refeições, devido às dificuldades em casa. "No entanto,
a gente não tinha água nem para fazer a comida dos alunos", lamenta a
professora.
Com a distribuição de água por caminhão-pipa, a situação
melhorou bastante e já não foi preciso dispensar os alunos, diz a professora.
"Agora é só felicidade. Uma escola tem que ser um ambiente limpo. Agora
está tudo limpinho e temos água".
A gestora do convênio entre Itaipu e o município de São
Miguel do Iguaçu, Ceci Lucia da Silva Langer, destaca que a situação na aldeia
de Ocoy levava as crianças a consumirem água inadequada ao consumo humano.
“Graças a Deus, nada mais grave aconteceu”, agradece. “Hoje, conseguimos isso
[água potável]. E as pessoas estão felizes”, acrescenta o cacique Celso Japoty
Alves.
Nova rede - Na sequência ao poço artesiano, será feita
também a troca da tubulação das residências, que é muito antiga e com
vazamentos. Serão substituídos seis mil metros de canos, graças a uma parceria
entre a Itaipu, Sanepar e Secretaria de Saúde Indígena, do governo federal.
"Nessa nova gestão do (diretor-geral brasileiro de
Itaipu) Enio Verri, sob o governo do presidente Lula, a prioridade é se
aproximar das populações vulneráveis, sempre. Nesse caso, não é apenas uma
questão de fornecer água potável, mas de garantir que esse recurso chegue de
maneira adequada às casas, para que essas pessoas tenham acesso a esse direito
básico", conclui Paulo Porto.
Pelo convênio assinado em junho deste ano entre Itaipu e a
Prefeitura de São Miguel do Iguaçu, estão previstas várias medidas para
melhorar a qualidade de vida dos indígenas do Ocoí, além do poço artesiano e da
troca da tubulação. Entre elas, a aquisição de material para artesanato e de um
veículo para apoio nas atividades da comunidade, o repasse de 160 cestas
básicas por mês e aquisição de eletrodomésticos, móveis e utensílios para o
Centro de Nutrição da aldeia.
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada,
a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável,
tendo produzido, desde 1984, 2,9 bilhões de MWh. Em 2022, foi responsável por
8,6% do suprimento de eletricidade do Brasil e 86,3% do Paraguai. A empresa tem
como missão “Gerar energia elétrica de qualidade com responsabilidade social e
ambiental, contribuindo com o desenvolvimento sustentável no Brasil e no
Paraguai.”
Assessoria | Foto: Alexandre Marchetti | Itaipu Binacional
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