Lobo-guará devolvido à natureza no Paraná
- 25/08/2023
Depois de receber uma onça parda, em março, equipe do Centro
Veterinário Integrado participou ativamente na captura e avaliação do animal.
Policiais do 11º Batalhão da Polícia Militar de Campo
Mourão, região Noroeste do Paraná, receberam uma visita diferente na madrugada
desta quinta-feira (24/08). Um lobo-guará – animal silvestre ameaçado de
extinção - foi avistado pela manhã entre as viaturas da guarnição. Acuado pelos
cães que vivem no pátio do batalhão, o animal se aproximou da área
administrativa, onde acabou cercado pelos policiais que acionaram os órgãos
ambientais para o resgate adequado.
Acionada pelo Instituto Água e Terra (IAT) e Polícia
Ambiental, a equipe do Centro Veterinário Integrado, pertencente ao Centro
Universitário Integrado, em Campo Mourão, participou do resgate do animal que é
o maior canídeo (mamíferos carnívoros que englobam lobo, cão e raposa) da
América do Sul e pode chegar a 30 quilos.
Segundo o professor Rafael Pinheiro, anestesista do Centro
Veterinário Integrado após a captura o lobo-guará foi conduzido ao centro
veterinário sem a necessidade de sedação. Após ingresso na clínica é que foi
realizada uma contenção química com anestésico para avaliação, a fim de não
correr nenhum risco do animal se machucar ou passar por estresse. Pinheiro
destaca que “é uma satisfação poder trabalhar numa ação que objetiva devolver à
natureza – em segurança – animal tão especial”. O professor conta que o
lobo-guará era um macho de 26 quilos, muito saudável, e uma espécie rara na
região.
Como explica a coordenadora do curso de Medicina Veterinária
do Integrado, professora Camila Mottin, o animal passou por exame de sangue,
radiográfico, de fezes e urina. Apto para a soltura, foi encaminhado pelas
equipes ambientais à uma área de reserva ambiental onde poderá seguir seu ciclo
de vida em liberdade.
Camilla destaca que esta é a segunda oportunidade vivida
pela equipe do Centro Veterinário Integrado com animais silvestres em 2023. “A
primeira ocorreu em março quando tivemos a satisfação de receber uma onça parda
resgatada em Engenheiro Beltrão”, complementa.
Os especialistas do Centro Veterinário Integrado orientam
que em casos semelhantes – de encontro de animais silvestres em povoamentos
rurais ou em área urbana - a população deve acionar a Polícia Ambiental e nunca
jogar água ou pedra para afugentar o animal. Isso pode aumentar o estresse e o
animal pode se tornar agressivo para se defender.
Saiba mais sobre o lobo-guará:
Dependendo da região, o lobo-guará também pode ser chamado
guará, aguará, aguaraçu, lobo-de-crina, lobo-de-juba e lobo-vermelho. Ele é uma
espécie de canídeo endêmico da América do Sul e suas marcas lembram as de uma
raposa.
Mamífero, é um dos animais silvestres que constam na lista
dos ameaçados de extinção no Brasil. Ao contrário de outras espécies de lobo
que vivem em matilha, o lobo-guará é um animal de hábito solitário. Seu bioma é
o Cerrado brasileiro. Vive em regiões abertas, como campos e matas de capoeira.
Seu pelo é amarelo-alaranjado, com as patas e o focinho pretos. O pescoço é
branco, assim como a ponta do rabo e dentro das orelhas compridas.
Considerado a maior espécie de canídeo das Américas, o
lobo-guará não é agressivo. Ele é apenas curioso e, devido a drástica redução
de seu habitat natural, pode se aproximar das povoações e áreas urbanas.
Assessoria
Foto: Larissa Ruas - Comunicação do Centro Universitário
Integrado (fotos na clínica veterinária do Centro Universitário Integrado)
Imagens da soltura do animal – crédito divulgação IAT e
Polícia Militar do PR
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