Diretor financeiro executivo da Itaipu participa de seminário da OAB PR
- 03/08/2023
O diretor financeiro executivo da Itaipu, André Pepitone da
Nóbrega, participou, na noite dessa terça-feira (1º), do seminário on-line
“Perspectivas sobre revisão do Anexo C do Tratado de Itaipu”, promovido pela
Seccional Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB PR). O objetivo do seminário
foi apresentar aos juristas paranaenses elementos para compreender os trâmites
da negociação do Anexo C.
Além do diretor, também participou como palestrante o
subsecretário de assuntos econômicos e regulatórios do Ministério de Minas e
Energia, Gustavo Manfrim. Mais de 50 pessoas acompanharam o seminário, que pode
ser assistido em www.youtube.com/watch?v=X364v2sWFhY.
Numa palestra elogiada pela didática e transparência das
informações, Pepitone reforçou as linhas mestras da negociação que se dará entre
os países quanto ao Anexo C do Tratado: “vamos negociar buscando os benefícios
aos consumidores, tanto do Brasil quanto do Paraguai; focando no
desenvolvimento social e econômico de ambos os países; e pensando na manutenção
da competitividade e sustentabilidade financeira da entidade binacional”,
afirmou.
Lembrando que as disposições do Anexo C do tratado podem ser
revistas a partir de 13 de agosto
próximo, o diretor esclareceu pontos relevantes e fez um panorama da atual
situação da Itaipu. “O cenário é muito diferente, hoje, do que na época da
construção da usina. Nos idos de 2001, a geração da usina atendia 22% da carga
do Brasil, hoje representa algo em torno de 8.6%; assim, a relevância
energética que Itaipu já teve cedeu lugar à segurança operativa do Sistema
Interligado Nacional. Na ausência de vento ou sol, Itaipu atende a carga do
país com a energia armazenada em seu reservatório. É uma questão de segurança
operativa”, esclareceu.
Gustavo Manfrim também aproveitou a palestra para entrar em
alguns pontos que causam dúvidas, como a dualidade na forma de contratação
(energia x potência), aspectos legais da possível comercialização da energia e
a governança da negociação do Anexo C. “As pessoas acham que está tudo em
aberto, mas são apenas alguns itens que são passíveis de negociação. E, mesmo
assim, os desafios são imensos”, disse.
“Sabemos que vamos enfrentar desafios, mas estamos falando
de uma empresa que está completando 50 anos”, afirmou Pepitone. “Nesses 50
anos, fomos capazes de dirimir nossas controvérsias, transitar nas
convergências e buscar solução a tudo que se apresentou. Não será nesse momento
que iremos destoar de um histórico de 50 anos de sucesso e não sermos capazes
de buscar convergências. Essa é a grande marca da empresa, a grande marca da
relação Brasil-Paraguai”, finalizou.
Participações
O Seminário “Perspectivas sobre revisão do Anexo C do
Tratado de Itaipu” foi organizado pelas comissões de Infraestrutura e
Desenvolvimento Sustentável, de Energia e de Direito Internacional da OAB PR. O
seminário aconteceu também no dia 31, com palestras que podem ser assistidas em
www.youtube.com/watch?v=3fl3oavfoUM&t=4435s.
Na segunda-feira (31), os palestrantes foram o presidente do
Movimento Pró-Paraná, Marcos Domakoski; o engenheiro Nelson Gomez; e a advogada
e economista Maria João Carreiro Pereira Rolim. A mediação ficou a cargo dos
advogados Heroldes Bahr Neto e Eduardo Iwamoto, respectivamente presidente e
membro da Comissão de Infraestrutura e Desenvolvimento Sustentável da OAB Paraná.
Na terça-feira (1º), os mediadores foram o presidente da
Comissão de Direito Internacional da OAB Paraná, Steeve Beloni Dias; e dos
advogados Eduardo Barbosa e Adriana Baratto, respectivamente presidente e vice
da Comissão de Energia da OAB Paraná.
Sobre o Anexo C
O Tratado de Itaipu é o acordo diplomático que deu origem à
empresa binacional, permitindo a utilização da área com potencial hídrico para
a geração de energia elétrica aos dois países. Em 26 de abril de 2023, o acordo
completa 50 anos e, ainda este ano, os governos iniciarão uma série de
tratativas para a revisão de seu Anexo C.
O Anexo descreve as bases financeiras que impactam no
cálculo do valor repassado como royalties que compensam financeiramente os
governos brasileiro e paraguaio pela exploração do potencial hidráulico do Rio
Paraná na produção de energia elétrica pela usina binacional. As negociações
levarão em conta o fim da dívida da construção da usina, totalmente quitada em
fevereiro deste ano.
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada,
a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável,
tendo produzido, desde 1984, 2,9 bilhões de MWh. Em 2022, foi responsável por
8,6% do suprimento de eletricidade do Brasil e 86,3% do Paraguai. A empresa tem
como missão “Gerar energia elétrica de qualidade com responsabilidade social e
ambiental, contribuindo com o desenvolvimento sustentável no Brasil e no
Paraguai.”
Assessoria | Foto: Sara Cheida/Itaipu Binacional
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