Carne: Brasil deve ter recorde de produção em 2023, diz Conab
- 02/08/2023
A produção dos três principais tipos de carnes no Brasil
está estimada em aproximadamente 29,6 milhões de toneladas, como aponta o
quadro de suprimento do produto atualizado, nesta sexta-feira (28), pela
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Se confirmado, este será o maior nível da série histórica
considerando aves, suínos e bovinos.
A Companhia também prevê recorde para as exportações,
ultrapassando os 9 milhões de toneladas.
Mesmo com a alta nos embarques, a disponibilidade de carnes
no mercado doméstico deve ser elevada em 2,4%, prevista em 20,44 milhões de
toneladas, a segunda maior da série.
“O aumento na quantidade de carnes produzidas no país é um
dos fatores que sustenta a tendência de queda nos preços ao consumidor. Muito
da deflação registrada vem da carne, que está mais barata para o consumidor”,
destaca o presidente da Companhia, Edegar Pretto.
Suínos
O recorde esperado é puxado pelos suínos.
Em 2023, a expectativa é que a produção chegue a 5,32
milhões de toneladas, alta de 2,7% se comparado com o ano passado.
O volume é o maior registrado no país.
A maior quantidade de carne produzida possibilita uma alta
nas exportações na ordem de 10,1%, estimada em 1,22 milhões de toneladas, sem
impactar a disponibilidade interna, que tende a apresentar um leve incremento
de 0,6%, atingindo 4,12 milhões de toneladas.
“As vendas externas têm crescido, ao mesmo tempo em que há
uma redução na dependência do mercado chinês, o que demonstra que o Brasil tem
conquistado novos mercados. Se em 2020 mais de 50% da carne suína exportada
teve a China como destino, neste ano, considerando o primeiro semestre, esse
percentual caiu para 37%”, ressalta o gerente de Fibras e Alimentos Básicos da
Conab, Gabriel Rabello.
Hong Kong, Filipinas, Chile e Cingapura têm aumentado o
percentual de participação entre os principais compradores da carne suína
brasileira.
“As aberturas dos mercados do México e do Canadá para a
carne suína brasileira permitem novas oportunidades para os exportadores
brasileiros”, reforça.
Carne bovina
A produção de bovinos representa cerca de 9 milhões de
toneladas.
O aumento já era esperado devido ao ciclo pecuário, quando
há maior abate de fêmeas e uma consequente elevação na oferta de carne no
mercado.
As exportações estão projetadas em 2,91 milhões de
toneladas, uma redução de 3,3% se comparado com o registrado no ano passado,
impactado pelos embarques mais lentos no início de 2023.
Já a disponibilidade do produto no mercado doméstico
apresenta um incremento de 8,6%, chegando a 6,23 milhões de toneladas.
Aves
Para aves a estimativa é de uma produção de 15,21 milhões de
toneladas, a segunda maior da série.
A boa produção e os registros de gripe aviária em países da
Europa, Japão e Estados Unidos, por exemplo, aumentam a procura pela carne
brasileira.
“Foram detectados casos de influenza aviária no Brasil, mas
apenas em aves silvestres e não em aves comerciais”, pondera Rabello.
Diante desse cenário, as exportações devem crescer em torno
de 10,2%, atingindo um volume de 5,12 milhões de toneladas, um novo recorde.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria,
Comércio e Serviços (MDIC), apenas nos 15 primeiros dias úteis de julho foi
registrado um aumento de 10% nas vendas ao mercado externo.
Ovos
Já com relação ao quadro de suprimento de ovos, a estimativa
da Conab é que a produção para 2023 deve atingir um novo recorde e chegar a 40
bilhões de unidades de ovos para consumo.
“A produção é recorde, se considerarmos a expectativa do
ano, mas é um volume bem próximo ao registrado em 2022. O alto custo de
produção nos últimos anos fez muitos avicultores descartarem as matrizes de
postura. Isso permite que em alguns momentos, o aumento na oferta ocorra em uma
velocidade diferente do incremento na demanda possibilitando maiores oscilações
de preços. Além disso, por se tratar de uma atividade de ciclo longo, as
distorções entre oferta e demanda levam certo tempo para equalização”, explica
o gerente da Conab.
No mercado externo, principalmente nos Estados Unidos, a
influenza aviária está entre os principais motivos para a elevação das
cotações.
Com Inf/foto: Canal Rural
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