Foz do Iguaçu terá primeira Casa da Mulher Brasileira em região de fronteira do Brasil
- 27/07/2023
No Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e
Caribenha, celebrado na terça-feira, 25 de julho, a ministra das Mulheres, Cida
Gonçalves, e o diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, anunciaram a
implantação, em Foz do Iguaçu (PR), da Casa da Mulher Brasileira, serviço de
apoio multidisciplinar do governo federal a vítimas de violência doméstica e
familiar. Será a primeira unidade do programa em uma região de fronteira e a
primeira do interior do Paraná. O investimento previsto é de R$ 7,5 milhões.
A Itaipu também assinou um aditivo ao convênio com a
Associação dos Funcionários e Amigos da Polícia Civil, para a retomada das
obras no prédio que abrigará a Delegacia da Mulher e o Instituto de
Identificação de Foz do Iguaçu. O investimento aportado pela empresa no projeto
passará de R$ 2,9 milhões para R$ 3,5 milhões.
Além dos investimentos na Casa da Mulher Brasileira e na Delegacia
da Mulher, que somam R$ 11 milhões, Enio Verri informou que a Itaipu reativou a
área de Responsabilidade Social da empresa e ressaltou parcerias para a
implantação de outros serviços, como um espaço para recuperação de dependentes
químicos voltado para mulheres. “Há um desafio gigantesco pela frente e
queremos atuar como um braço auxiliar de políticas públicas desenvolvidas no
Município, Estado e País”, indicou.
Os anúncios foram feitos durante o 1º Encontro de Integração
de Mulheres Latino-Americanas, promovido pela Binacional. O evento reuniu mais
de 1,4 mil pessoas e contou com a presença da ministra das Mulheres, Gênero e
Diversidade da Argentina, Ayelén Mazzina; a ministra da Mulher do Paraguai,
Celina Esther Lezcano Flores; e a ministra da Gestão e Inovação em Serviços
Públicos do Brasil, Esther Dweck, que faz parte do Conselho de Administração da
Itaipu.
Também estavam presentes as primeiras-damas do Brasil, Janja
Lula da Silva, do Paraguai, Silvana López Moreira, e da Argentina, Fabiola Andrea
Yáñez; a primeira-dama de Foz do Iguaçu e secretária municipal de Direitos
Humanos e Relações com a Comunidade, Rosa Maria Jeronymo; a presidente do Banco
do Brasil, Tarciana Medeiros; a gerente sênior de Direitos Humanos e Gênero do
Pacto Global Brasil, Tayná Leite; e a deputada federal e ex-diretora financeira
de Itaipu Gleisi Hoffmann – entre outras autoridades.
A ministra Cida Gonçalves elogiou a iniciativa de Itaipu em
promover o evento internacional, defendendo a necessidade de integração de políticas
públicas na região. Ela destacou ainda que o enfrentamento à violência contra
mulheres e meninas no Brasil foi enfraquecido, nos últimos anos, e agravado
pela pandemia da Covid-19. Ao mesmo tempo, aumentaram os casos de ódio e
intolerância.
Cida Gonçalves citou dados do Anuário do Fórum Brasileiro da Segurança Pública de 2022, divulgados neste mês, que indicam o aumento no número de casos. “Temos vários desafios pela frente, e o primeiro deles é ter serviços fortes, que as mulheres confiem e saibam que existem. Por isso a importância da Casa da Mulher Brasileira em Foz do Iguaçu”, defendeu.
“Estávamos com o Governo Federal esfacelado em relação às
políticas públicas e estamos agora em um processo de reconstrução. A recriação
do Ministério das Mulheres faz com que possamos ter uma política e uma diretriz
nacional para o enfrentamento desse problema no Brasil”, completou a ministra
Esther Dweck – mencionando, como exemplo, a regulamentação da Lei de Licitações
que reserva 8% das vagas de contratações públicas para mulheres vítimas de
violência doméstica.
Outro avanço institucional – citado pela ministra Cida
Gonçalves – foi a Lei de Igualdade Salarial e de Critérios Remuneratórios entre
homens e mulheres, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no
início de julho. Em Foz do Iguaçu, o Parque Tecnológico Itaipu (PTI) assinou um
protocolo de intenção para o enquadramento da instituição à lei de igualdade
salarial e a abertura de um edital para o desenvolvimento de soluções para
fortalecer o empreendedorismo feminino, dentro do programa de incubação da
Incubadora Santos Dumont.
Ao citar o assassinato da vereadora Marielle Franco, do Rio
de Janeiro, em 2018, Janja da Silva chamou a atenção para a violência política
que as mulheres enfrentam no país, especialmente nas casas legislativas, e
defendeu uma maior interação dos países da América Latina e Caribe para a
defesa dos direitos femininos. “O que acontece hoje chegou a um nível
inaceitável e é sobre isso que a gente precisa dialogar”, disse.
E completou: “O Ministério das Mulheres e a Itaipu assinaram
hoje o convênio para a instalação da Casa da Mulher Brasileira, aqui em Foz,
mas eu quero dizer que a proposta é que essa seja a Casa da Mulher
Latino-Americana, para que as mulheres que circulem na fronteira também tenham
um atendimento adequado”.
Casa da Mulher
O projeto da Casa da Mulher Brasileira é desenvolvido dentro
do programa “Mulher Viver Sem Violência”, do Governo Federal, e visa prestar
atendimento humanizado a mulheres em situação de violência, integrando
diferentes serviços especializados – como apoio psicossocial, promoção de
autonomia econômica, juizado/varas especiais, delegacia, acolhimento de
crianças (brinquedoteca), alojamento de passagem e central de transportes.
Atualmente, o Brasil conta com sete unidades da Casa da
Mulher Brasileira em funcionamento: Curitiba (PR), Campo Grande (MS), Fortaleza
(CE), São Paulo (SP), Boa Vista (RR), Ceilândia (DF) e São Luís (MA), além de
duas unidades da Casa da Mulher Maranhense e três da Casa da Mulher Cearense,
iniciativas dos governos estaduais. O Governo Federal já anunciou a criação de
outras 40 unidades.
A unidade de Foz do Iguaçu (a 41ª) será construída com
recursos da Itaipu, em terreno cedido pela União, ainda a ser definido. A
declaração de interesse foi assinada pela ministra Cida Gonçalves, pelo diretor-geral
brasileiro da Itaipu, Enio Verri, pelo prefeito de Foz, Chico Brasileiro, e
pela secretária de Estado da Mulher e Igualdade Racial, Leandre Dal Ponte
A Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada,
a Itaipu Binacional é líder mundial na geração de energia limpa e renovável,
tendo produzido, desde 1984, 2,9 bilhões de MWh. Em 2022, foi responsável por
8,6% do suprimento de eletricidade do Brasil e 86,3% do Paraguai. A empresa tem
como missão “Gerar energia elétrica de qualidade com responsabilidade social e
ambiental, contribuindo com o desenvolvimento sustentável no Brasil e no
Paraguai.”
Assessoria |Foto: Rafa Kondlatsch | Itaipu Binacional
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