Itaipu cria Comitê de Gênero, Raça e Inclusão durante 1º Encontro Binacional de Mulheres
- 26/07/2023
A Itaipu anunciou, nesta terça-feira (25), a criação do
Comitê de Gênero, Raça e Inclusão da margem esquerda (brasileira). A iniciativa
retoma oficialmente a discussão destes temas centrais com empregadas e
empregados no lado brasileiro da Binacional.
O comunicado foi feito pelo diretor-geral brasileiro, Enio
Verri, e pela assessora de Responsabilidade Social, Fiorinda Pezzatto, durante
o 1º Encontro de Binacional de Mulheres, o primeiro da história da usina e
promovido pela empresa. Participaram mais de 500 pessoas, a maioria mulheres da
Itaipu e de suas fundações Itaiguapy e Fibra
O evento ocorreu dentro da área da usina, no Cineteatro dos
Barrageiros, em Foz do Iguaçu (PR). A escolha da data é simbólica: em 25 de
julho é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-Americana e
Caribenha. No Brasil, é também o Dia de Tereza de Benguela, a escrava negra que
virou rainha.
A data também está sendo lembrada na agenda que incluiu
ainda uma reunião entre mulheres da região e a socióloga e esposa do presidente
Lula, Janja da Silva, no Centro de Recepção de Visitantes da Itaipu. A noite,
mais de 1.400 pessoas participam do fechamento do encontro com autoridades do
governo federal e lideranças locais, no Rafain Expo Center.
"O evento celebra a retomada das iniciativas de
reponsabilidade social com foco nos públicos internos e externos da margem
brasileira da Itaipu e faz parte dos compromissos assumidos com o presidente
Lula", explicou o diretor-geral, Enio Verri, destacando que esta é uma de
tantas outras iniciativas com foco nos direitos humanos.
Pela manhã, a programação destinada ao público interno da
binacional incluiu uma palestra sobre liderança feminina com a presidenta do
Banco do Brasil (BB), Tarciana Medeiros. Ela é a primeira mulher a comandar a
instituição financeira, em mais de 200 anos. Antes, o público pôde participar
de dinâmicas com a Psicologia Organizacional da Itaipu e conferir a atração
musical do grupo paraguaio Tradición Folk e Aye Alfonso. O cineteatro ficou
lotado. O repertório reuniu músicas brasileiras e paraguaias.
RETOMADA
O Comitê de Gênero, Raça e Inclusão tem o objetivo de
ampliar o alcance das ações socioambientais da empresa por meio de projetos
voltados à promoção e respeito aos direitos humanos, como equidade de gênero,
acessibilidade e inclusão de pessoas com deficiência, assim como apoio,
acolhimento e desenvolvimento relacionados aos aspectos de etnia, idade,
origem, identidade de gênero, considerando grupos vulneráveis em todas as
dimensões.
Ao tomar conhecimento sobre a instituição do comitê, Janja
da Silva, declarou que ficou "muito feliz de voltar à empresa e ver que
realmente a vontade do presidente Lula de fazer a união e a reconstrução do
Brasil está acontecendo aqui".
Quando trabalhou na binacional, na área de Responsabilidade
Social, Janja integrou o Comitê de Gênero, que foi descontinuado nos últimos
anos. "O Comitê de Equidade de Gênero de Itaipu, um dos pioneiros do setor
elétrico brasileiro, foi muito importante na última década e agora volta com
toda a força. Temos um trabalho muito bonito para fazer pela frente e Itaipu já
tem todo esse know-how", concluiu.
Primeira mulher a ocupar um cargo na Diretoria Brasileira da
Itaipu e a implementar ações de gênero na empresa, a deputada federal Gleisi
Hoffmann, que também está em Foz para o encontro organizado pela Itaipu,
avaliou como "um grande avanço" a retomada do comitê, agora ampliado
para questões de raça e inclusão. "Mostra o compromisso desse governo, de
incluir mais da metade da população, que é formada por mulheres, na gestão
ativa, nas decisões, no comando das empresas, trazendo todo esse olhar de
inclusão e da diversidade que representa nosso povo".
Segundo a secretária-executiva do Ministério da Mulher,
Maria Helena Guarezi, que já coordenou o Programa de Incentivo à Equidade de
Gênero da margem esquerda da binacional, por 11 anos, "é com muito
entusiasmo que vejo essa retomada, sobretudo pela visão mais humana desse
governo".
Para Enio Verri, a integração feminina em uma empresa
predominantemente masculina é extremamente importante e necessária, mas envolve
desafios diários; e cabe a cada um criar um ambiente de trabalho inclusivo e
respeitoso, livre de preconceitos e discriminação. "Muitos falam da força
das mulheres, da generosidade delas, mas não falam das mulheres que têm dupla,
tripla jornada". E comentou: "Muitas vezes até falamos que damos uma
ajuda em casa, mas ajudar não é dividir". E complementou: "Equidade é
garantir espaços e oportunidades iguais".
CAMINHO A PERCORRER
O Relatório de Sustentabilidade publicado por Itaipu mostra
que, em 2022, a margem brasileira da usina contava com 1.285 profissionais, dos
quais 1.033 eram homens e apenas 252 mulheres. Entre as ações do comitê está
desenvolver estratégias para uma distribuição mais equânime no quadro
funcional, inclusive nos cargos de liderança.
Fiorinda Pezzatto contou que, na posse do diretor-geral
brasileiro, ela ouviu que Itaipu iria inverter as pautas prioritárias. Os
enfoques principais seriam para o meio ambiente e o social e, por terceiro,
para as obras estruturais. "Para mim, isso representa um compromisso ainda
maior; um desafio de viver novos tempos."
A assessora enfatizou: "A Responsabilidade Social da
margem esquerda está de volta. Voltamos a atender os adolescentes, os
refugiados, os quilombolas, os pescadores, as pescadoras, enfim, homens e
mulheres de todas as representações da sociedade".
Fiorinda citou como uma das conquistas internas a assinatura
da minuta de adequação de carreira na licença-maternidade, que antes era
interrompida no período de afastamento da mulher. A progressão de carreira era
atrasada porque os seis meses não eram contabilizados.
Também destacou que a engenheira de alimentos Camila Jácome
de Campos tornou-se a primeira mulher a assumir uma gerência dentro da
Superintendência de Materiais. Camila vai comandar a Divisão de Almoxarifados
(MTAA.DF), a maior dentro da Diretoria Financeira, com 29 pessoas, das quais 13
são de nacionalidade paraguaia e 16 brasileira.
O superintendente de Responsabilidade Social, Gerardo Sória,
representando o diretor-geral paraguaio, Manuel María Cáceres Cardozo, saudou o
público lembrando que o empoderamento feminino é estrategicamente importante
tanto para o Paraguai quanto para empresas como a Itaipu Binacional.
"Temos muito orgulho de contarmos com duas conselheiras e várias mulheres
em cargos de chefia em diversas áreas", disse. E anunciou: "O cargo
da Assessoria de Responsabilidade Social no Paraguai também será ocupado por
uma mulher".
Para a representante do Ministério de Relações Exteriores do
Paraguai no Conselho Administrativo, Liz Rosanna Crames, "nós somos
mulheres privilegiadas, porque, de uma forma ou de outra, estamos aqui. É
preciso continuar trabalhando pelo combate à desigualdade para que muito mais
outras tenham oportunidades iguais e que as políticas de gênero avancem para
termos uma maior representatividade no Paraguai como um todo".
A presidenta do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, defendeu
que, ao ascender profissionalmente, cada mulher precisa trazer consigo outras
mulheres. "Uma chega e traz com ela mais três, quatro. Para mim, o topo
não é ser CEO do banco, mas ter outras mulheres no topo da carreira." E
deu como exemplo a própria campanha do Banco do Brasil assinada como o nome
"Mulheres no Topo".
Assessoria/ Catve |
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