Paraná registra queda nos roubos em 2022, aponta Anuário Brasileiro de Segurança Pública
- 24/07/2023
O Paraná registrou queda em vários índices do Anuário
Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
(FBSP), referente a dados de 2022. Segundo o levantamento, divulgado na semana
passada, o número total de ocorrências de roubo caiu 4,9% na comparação entre
os dois anos no Estado. Foram 26.615 casos em 2021 e 25.499 ocorrências em
2022.
Outros crimes patrimoniais tiveram queda expressiva no
período. As ocorrências de roubos de veículos, por exemplo, caíram 15,7% entre
um ano e outro, segundo o relatório. Foram 4.039 roubos registrados em 2021,
enquanto em 2022 aconteceram 3.503 roubos a veículos no Estado ao longo do ano.
É o melhor indicador da região Sul no período: Santa Catarina registrou queda
de 11,4% e o Rio Grande do Sul, de 11,6%. A variação nacional, no período,
aumentou 0,4%.
O anuário também aponta que houve uma queda de 13,8% no
total de roubos a estabelecimentos comerciais, número muito similar ao registro
nacional, de -15,6%. O número caiu de 4.362 roubos em 2021 para 3.788
ocorrências em 2022. Os registros de roubos a residências tiveram uma queda
parecida: 13,1% de redução. Foram 2.987 casos de roubos a casas em 2021 e 2.616
registros em 2022.
Outro índice em que o Paraná melhorou seus resultados se
refere aos casos de assaltos a pessoas que andavam nas ruas. As ocorrências
caíram de 17.458 em 2021 para 16.570 em 2022, uma queda de 5,8%, melhor do que
a média nacional, com queda de 4,4%. O número de assaltos a instituições
financeiras caiu 9,1% entre um ano e outro, e o total de roubos de carga também
apresentaram queda, de 14,4%.
Para o secretário de Segurança Pública, Hudson Leôncio
Teixeira, os números refletem uma atuação policial cada vez mais coordenada.
"Estamos trabalhando de maneira ostensiva para prevenir roubos, com
policiais nas ruas em locais e horários estratégicos, principalmente nas
grandes concentrações urbanas. A Polícia Militar tem feito operações
estratégicas, guiadas por números e um trabalho de inteligência, desarticulando
grupos criminosos e inibindo, cada vez mais, a criminalidade contra residências,
comércios e na área rural", complementou.
Ele também destacou o aumento no número de efetivo das
forças de segurança, que deve colaborar ainda mais com a queda nos números.
"Em 2022 entraram em atuação 400 policiais civis, entre delegados e
investigadores, levando um trabalho muito qualificado para o Interior do
Estado, e também iniciamos a formação de mais de 2 mil policiais militares, que
em breve estarão operando para reforçar os batalhões dos nossos
municípios", complementou.
HOMOFOBIA – O Anuário Brasileiro de Segurança Pública também
apontou queda nos crimes contra população LGBTQIA+ no Paraná. Os casos de
homicídio doloso caíram pela metade em 2022, mesma redução registrada nos
estupros contra pessoas LGBTQIA+.
Também foi registrada uma redução de 8,1 % no número de
ocorrências de lesão corporal dolosa contra a população LGBTQIA+ entre 2021 e
2022. Segundo o documento, a queda em crimes de racismo por homofobia ou
transfobia, como eles são tipificados, foi de 7,8%.
DESAPARECIDOS – O Paraná também tem o menor índice de
pessoas desaparecidas do Brasil, com 13,5 registros de desaparecimentos a cada
100 mil habitantes, e o segundo menor índice de mortes a esclarecer pela
polícia, com 0,2 mortes sem solução a cada 100 mil habitantes, uma queda de
mais de 20% entre os dois anos – atrás apenas do Distrito Federal, com 0,1. No
Mato Grosso do Sul, por exemplo, esse índice chega a 43,9/100 mil. O indicador
nacional é de 5,6/100 mil.
Para que esse número seja baixo, o Paraná tem dois trabalhos
específicos. Em relação à resolução, além do aumento do número de delegados na
ativa em 2022, contemplando todas as comarcas, conta com uma Delegacia de
Homicídios de Maior Complexidade (DHMC). Nos oito anos em que ela existe foram
solucionados centenas de casos. Apenas em 2022 foram esclarecidos 114 crimes. A
DHMC trabalha com todos os crimes que não foram elucidados pelas delegacias
comuns em até dois anos.
Os crimes envolvem dificuldades relacionadas ao entendimento
da dinâmica dos fatos, depoimentos controversos, e outras particularidades das
investigações. Para atuar nessa área, os policias passam por treinamento, se
aprofundam em conhecimentos de mobilidade social e urbana, além de pesquisarem
a fundo a dinâmica de atuação dos grupos criminosos. O Paraná é o único estado
brasileiro que tem uma delegacia constituída e voltada à elucidação de crimes
antigos.
Em relação aos desaparecidos, o Paraná tem um trabalho
pioneiro com as crianças. Criada em 1995 pelo Governo do Estado como a primeira
e única estrutura do Brasil dedicada exclusivamente ao desaparecimento de
crianças e adolescentes, o Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas
(Sicride) da Polícia Civil tem se destacado nos últimos anos pelos índices de
100% de resolução de casos.
Desde 1996, quando começou a computar os números de
desaparecimentos, o Sicride sempre manteve um alto índice de resolução de
casos, acima de 98%. A partir de 2018, o órgão passou a trazer estatísticas
mais detalhadas. Nos últimos cinco anos completos, o serviço recebeu
notificações sobre 971 crianças desaparecidas, sendo 515 meninos e 456 meninas,
chegando a um desfecho definitivo em todos os casos (100%).
MAIS INVESTIMENTOS – A queda nos índices vem acompanhada de
um aumento nos investimentos do Estado com segurança pública, evidenciando que
o assunto é uma prioridade na gestão estadual. Segundo o Anuário, os recursos
do Paraná para a segurança pública aumentaram 17,8%, saltando de R$ 4,33
bilhões para R$ 5,10 bilhões. Este valor representa 8,8% do total de despesas
realizadas pela gestão estadual. Como comparação, os gastos da gestão federal
com segurança representam 0,4% das despesas da União.
Os investimentos do Estado com policiamento, de acordo com o
levantamento, aumentaram 5,4%, enquanto os de informação e inteligência tiveram
19,9% de aumento. Esses recursos levam em consideração grandes operações, novas
viaturas, construção de batalhões, treinamento especializado e armamento.
Recentemente as polícias Civil, Militar, Científica, Penal e o Corpo de
Bombeiros passaram por reestruturações de carreira e ganharam novas tabelas
salariais.
Com Inf: AEN | Foto: Roberto Dziura Jr
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