Brasil registra queda de 19% nas exportações de café em 2023
- 14/06/2023
No acumulado do ano até maio, o Brasil exportou 13,6 milhões
de sacas de café, representando uma queda de 19% em comparação ao mesmo período
do ano anterior.
Esse resultado reflete um início de colheita mais lento e a
escassez de café devido a duas safras menores.
De acordo com o relatório estatístico mensal do Conselho dos
Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), em maio, as exportações brasileiras de
café totalizaram 2,448 milhões de sacas de 60 kg, gerando uma receita cambial
de US$ 544,8 milhões.
Em relação ao mesmo mês de 2022, houve uma redução de 17,4%
em volume e 22,6% em valor.
No acumulado de 11 meses do ano safra 2022/23, as
exportações brasileiras de café alcançaram 32,977 milhões de sacas, registrando
uma queda de 9,7% em relação ao período entre julho de 2021 e maio de 2022.
Porém, a receita aumentou 2,1% nessa comparação, totalizando
US$ 7,546 bilhões, impulsionada pelo aumento do preço médio do produto.
Ritmo mais lento da colheita
Segundo Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, a colheita do
café no Brasil atingiu cerca de 20% do previsto até o final de maio, ficando
abaixo da média dos últimos cinco anos em cerca de 10 pontos percentuais.
Ele destaca que essa menor performance nas exportações é
influenciada pelo ritmo mais lento da colheita e pela quantidade limitada de
café remanescente devido às safras menores e adversidades climáticas dos anos
anteriores.
Ferreira observa que com a entrada dos cafés da safra
2023/24, é provável que ocorra um aumento nos volumes exportados nos próximos
meses.
Ele destaca que o cinturão cafeeiro do Brasil não foi
afetado pelo clima até o momento, e as perspectivas são boas para a nova safra,
com os importadores demonstrando interesse em adquirir os cafés arábica
brasileiros.
Nos primeiros meses do ano, a escassez da variedade
brasileira fez com que fosse negociada com prêmio sobre a Bolsa de Nova York.
No entanto, com a chegada da nova safra, os diferenciais de
preço têm se ajustado aos níveis históricos, resultando em mais negociações.
Espera-se, portanto, um aumento nos volumes de embarques nos
próximos meses.
Destinos das exportações brasileiras
Em relação aos principais destinos das exportações
brasileiras de café nos cinco primeiros meses de 2023, os Estados Unidos
continuam sendo o principal importador, adquirindo 2,512 milhões de sacas, o
que representa uma redução de 23,1% em comparação ao mesmo período de 2022.
Em segundo lugar está a Alemanha, seguida pela Itália, Japão
e Bélgica.
No que diz respeito aos tipos de café exportados, o café
arábica foi o mais enviado ao exterior, representando 84,5% do total exportado.
Em seguida, o café solúvel teve uma participação de 11,5%,
enquanto a variedade canéfora (robusta + conilon) representou 3,9%, e o café
torrado e torrado e moído, apenas 0,1%.
Os cafés diferenciados, que possuem qualidade superior ou
certificações de práticas sustentáveis, responderam por 17,7% das exportações
totais do Brasil nos primeiros cinco meses de 2023, totalizando 2,398 milhões
de sacas.
O complexo marítimo de Santos (SP) continua sendo o
principal ponto de exportação do café brasileiro, representando 76,4% do total.
Os portos do Rio de Janeiro e Paranaguá (PR) ocupam o
segundo e terceiro lugar, respectivamente.
Com Inf/foto: Canal Rural
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