Quais surpresas o mercado da soja traz para esta semana?
- 30/05/2023
Sempre atento, nunca indiferente. Essa definição se encaixa
perfeitamente no produtor de soja brasileiro.
Para ajudá-lo a se lembrar do que aconteceu de marcante na
semana passada e as surpresas que estão por vir, o analista de Mercado da Grão
Direto, Ruan Sene, traça as seguintes observações:
Clima e plantio nos Estados Unidos
O ritmo de plantio da soja em boas condições limitou a
valorização dos preços em Chicago. No entanto, a escassez de chuvas em algumas
regiões do meio-oeste norte-americano trouxe uma preocupação adicional e afetou
os preços da soja na bolsa futura.
Biocombustíveis no radar
Na segunda-feira (22), a Agência de Proteção Ambiental dos
Estados Unidos (EPA) enviou uma revisão dos requisitos de biocombustíveis,
sugerindo um aumento no consumo. A expectativa sobre o óleo de soja impulsionou
a valorização em Chicago.
Dólar permaneceu abaixo dos R$ 5,00
A aprovação do texto-base do novo arcabouço fiscal pela
Câmara dos Deputados e a continuidade da renegociação da dívida dos Estados
Unidos foram os principais destaques, resultando em queda de 0,20% no dólar,
fechando a R$ 4,99.
Dívida nos Estado Unidos
Durante a semana passada, ocorreram reuniões entre o
presidente dos Estados Unidos e o da Câmara, mas não foi alcançado um acordo
para aumentar o limite de gastos do país. Tal fato acresceu ainda mais as
preocupações do mercado em relação a um possível calote nas dívidas
norte-americanas.
Diante desses fatores, o contrato de soja com vencimento em
julho deste ano finalizou a semana sendo cotado a U$ 13,36 o bushel (+2,38%) e
o contrato com vencimento em agosto encerrou a U$ 12,60 o bushel (+1,12%).
Assim, com a manutenção do dólar junto às valorizações de
Chicago, a semana para a soja fechou positiva com relação à semana anterior.
O que esperar do mercado para os próximos dias?
Clima no centro das atenções:
Com a maior parte da área de soja projetada já plantada nos
Estados Unidos, o mercado agora está voltando sua atenção para o clima
norte-americano. Os modelos climáticos indicam um aumento na temperatura e uma
escassez de chuvas nos próximos sete dias na região agrícola daquele país.
Como será a margem de troca para a soja e o milho em 23/24?
Regiões como o norte de Oklahoma, o estado de Kansas, Nebraska, Dakota do Sul e uma parte do leste de Iowa podem enfrentar um risco mais alto de seca caso não ocorram chuvas para beneficiar as lavouras. Se esse cenário se confirmar, pode levar a novas altas nos preços em Chicago, segundo Sene.
Fundos de gestão ativa pessimistas com a soja:
Os fundos de investimentos reduziram suas apostas na alta de
preços da soja em Chicago, de acordo com dados da Comissão de Negociação de
Futuros de Commodities (CFTC). A posição líquida comprada diminuiu 56,2% no
período. Caso esse ritmo continue, há grandes chances dos fundos ficarem
vendidos, fato que aconteceu em 2020, com o início da pandemia.
A relação de troca ainda é favorável:
Com a queda acentuada nas cotações dos fertilizantes,
principalmente ureia, NPK e MAP, as condições ficaram favoráveis para a troca
por fertilizantes, mesmo com a queda de Chicago. A relação está abaixo da média
dos últimos cinco anos, e isso contribui para o barateamento dos custos para a
próxima safra.
Prêmios da soja no Brasil podem voltar a cair
Com a aproximação da colheita do milho segunda safra, os
armazéns já estão solicitando a retirada dos grãos de soja, o que geralmente
ocorre na segunda quinzena de junho. Além disso, o mês de maio foi marcado por
poucas compras da China, pois o país tem se concentrado no trigo para
fabricação de ração e no óleo de palma para consumo de óleo vegetal.
Com esses pontos alinhados, espera-se uma oferta
significativa no mercado no próximo mês. Porém, sem uma demanda adequada para
absorver o volume, o que provavelmente resultará em uma queda nos preços da
soja no mercado físico, de acordo com o analista da Grão Direto.
Revisão da geração de empregos nos EUA
Na próxima sexta-feira (2), será divulgado o relatório de
geração de empregos não agrícolas (Payroll), e o mercado espera um aumento dos
números. Os dados serão cruciais para determinar o rumo da economia dos Estados
Unidos, pois influenciará diretamente nas decisões do banco central
norte-americano para as taxas de juros.
De acordo com Ruan Sene, diante de todo esse cenário traçado
acima, espera-se um uma queda do dólar no Brasil e uma continuidade de alta nos
preços, diante das instabilidades climáticas norte-americanas.
Com Inf: Canal Rural Plantio
de soja. Foto: Divulgação
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