Aumenta interesse internacional por agricultura sustentável do Brasil
- 15/05/2023
As informações, ativos tecnológicos e sistemas de produção
para agricultura sustentável adotados no Brasil estão ganhando destaque e
despertando o interesse de organismos científicos e multilaterais
internacionais.
Alexandre Amaral, chefe da Assessoria de Relações
Internacionais da Embrapa, constatou essa crescente atenção após retornar de
missões recentes na Índia e na França, onde representou a Presidência da
Embrapa.
Durante suas viagens, Amaral teve a oportunidade de
participar de encontros estratégicos em Nova Delhi, onde se reuniu com o ICAR
(Indian Council of Agricultural Research), e em Paris, onde manteve discussões
com o Comitê de Agricultura da OCDE (Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico).
Nessas reuniões, as lideranças dessas organizações
expressaram interesse genuíno em conhecer os avanços do Brasil no
desenvolvimento de uma agricultura sustentável, bem como a contribuição do país
na formulação de políticas públicas.
Destaca-se também a visita de Amaral a Varanasi, na Índia,
onde tratou da realização da Reunião das Lideranças de Instituições Públicas de
Pesquisa Agrícola (Macs- Meeting of Agricultural Chief Scientists – G20). Esse
evento, organizado pela Embrapa em parceria com o Mapa, será sediado pelo
Brasil em 2024, uma vez que o país assumirá a presidência do G20.
Após as discussões em Varanasi, Amaral dirigiu-se a Nova
Delhi, onde se reuniu com o chefe da área internacional do ICAR para explorar
possíveis áreas de cooperação entre a Embrapa e a instituição indiana. Essas
iniciativas reforçam a importância do intercâmbio de conhecimento e expertise para
impulsionar a agricultura sustentável em escala global.
Projetos
As lideranças do ICAR têm como objetivo estabelecer uma
colaboração estratégica em torno de pelo menos três projetos de Pesquisa e
Desenvolvimento de grande envergadura.
Um dos projetos diz respeito à construção da Agricultura de
Baixo Carbono no Brasil, com destaque para a bem-sucedida experiência do
sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). O objetivo é replicar essa
abordagem na Índia, especificamente em pequenas propriedades agrícolas, uma vez
que a média das áreas rurais no país asiático é de apenas 1 hectare.
Outro projeto visa o desenvolvimento de sistemas de produção
de milheto para consumo humano. Atualmente, o Brasil utiliza predominantemente
o milheto como ração animal, porém há uma perspectiva de que o país possa
suprir a demanda da Índia por esse cereal, voltado ao consumo humano.
Por fim, destaca-se o projeto de desenvolvimento da
agricultura digital para beneficiar as famílias agricultoras. Uma das propostas
em discussão é a organização de um workshop online para aprofundar as temáticas
relacionadas.
Em sua visita a Paris, Alexandre Amaral aceitou um convite da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) para discutir a participação da Embrapa em estudos sobre “Pensamento Sistêmico, Antecipação e Resiliência”. Esses estudos estão sendo desenvolvidos em parceria com o IIASA (Instituto Internacional de Análise de Sistemas Aplicados), com sede em Viena, Áustria. O objetivo é promover análises sistêmicas que subsidiem políticas públicas para o avanço do desenvolvimento sustentável.
A OCDE busca criar cenários futuros que possam orientar as
políticas públicas no enfrentamento de diversos riscos, tais como a insegurança
alimentar, as mudanças climáticas, a violência urbana e até mesmo os conflitos
territoriais, como guerras.
Alexandre Amaral ressaltou que muitas dessas situações podem
ser mitigadas por meio da adoção de práticas agrícolas sustentáveis, as quais
devem ser consideradas como um importante ativo em qualquer política pública
voltada para a segurança e o bem-estar da população. Essa visão foi endossada
por Jens Lundsgaard, diretor adjunto da OCDE para Ciência, Tecnologia e
Inovação, que reconheceu a importância dessa abordagem nos estudos realizados
pela organização.
Apoio à diplomacia
As missões da Assessoria de Relações Internacionais, tanto
na Índia quanto na França, incluíram reuniões com os adidos agrícolas do Brasil
naqueles países.
Em ambos os casos, estes profissionais das representações
diplomáticas registraram que o trabalho da Embrapa em desenvolver a agricultura
sustentável e baseada em ciência é uma referência para a Europa e Ásia e um
ativo nas negociações entre o Brasil e os países dessas regiões. Eles sugeriram
que a Embrapa amplie a sua participação nessas iniciativas.
Com Inf: Canal Rural | Foto: Elza Fiúza/Agência Brasil
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