Rins de bebê de Cascavel para uma criança de Porto Alegre
- 09/10/2018
O Hospital Universitário do Oeste
do Paraná (HUOP) realizou hoje (09) a captação dos rins do bebê P.S., de três
meses, que teve morte encefálica na última madrugada. A Comissão
Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante - CIHDOTT do
hospital acompanhou o processo de doação desde o diagnóstico de morte
encefálica até a captação dos órgãos. Os órgãos foram doados para uma menina de
Porto Alegre no Rio Grande do Sul.
O procedimento de retirada dos
dois rins do bebê durou aproximadamente 1h40 e foi realizado pelo médico
Leandro Barros, que é cirurgião de fígado e pâncreas e também é especialista em
transplante abdominal. Leandro explicou que a cirurgia foi delicada, pois o
bebê é muito novo – o mais jovem de sua a carreira - e exigiu cautela para que
não houvessem lesões que pudessem prejudicar no transplante para o outro
paciente.
A mãe do bebê, Cíntia da Silva,
disse que se questionou porque não salvar outra vida e decidiu pela doação dos
órgãos do bebê. “Porque a gente pensa no sofrimento de outra mãe, assim como eu
sofri pelo meu filho. Como eu não tive essa oportunidade de salvar meu bebê,
outra mãe pode ter, né”.
Cintia comentou também que seu
filho havia sido encaminhado ao HUOP há 5 dias, já que a família reside em
Catanduvas, cidade localizada há aproximadamente 45 km de Cascavel por sofrer
de desidratação grave, epilepsia e, após quadros de paradas cardíacas, teve o diagnóstico
de morte encefálica.
A enfermeira da Comissão de
Transplantes, Gelena Versa, reitera ainda a importância desse órgão para a
criança que irá recebê-lo: “uma criança dessa idade que precisa de um rim tem
uma taxa de mortalidade altíssima. Principalmente por ser muito pequena e
frágil, é inviável fazer hemodiálise. E o que salvou a vida dessa menina com
certeza foi o transplante, pois provavelmente ela não teria outra chance.
Estamos todos muito felizes e emocionados com a história e a extrema bondade da
família do doador”.
Referência em doação de órgão
O Huop que é referência nacional
na doação de órgãos, somente nesse ano, já realizou 47 captações de órgãos,
correspondendo a 70% das doações realizadas no Estado do Paraná, mas foi P. que
veio a se tornar o doador mais jovem da história do hospital.
A destinação do órgão doado é
feita pela Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO), entidade
supra-hospitalar que busca pacientes compatíveis em seu âmbito de atuação. A
OPO realiza a avaliação das condições clínicas do doador, receptor e busca melhorias
no transporte.
O diretor do HUOP, Edison Leismann, ressalta a necessidade da doação, “precisamos que as famílias tenham essa compreensão da importância da doação de órgãos, embora seja algo extremamente doloroso para a família, existe a chance de salvar outra vida. Esse serviço é institucionalizado e integralmente apoiado pelo hospital, a equipe é comprometida e capacitada, e esses 70% de doações do Paraná que saem daqui não é por acaso”, enfatizou.
Paraná Oeste
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