IML confirma que morte de Tatiane Spitzner foi por asfixia mecânica
- 20/09/2018
O laudo do exame de necropsia do
Instituto Médico-Legal (IML) confirmou que a morte de Tatiane Spitzner foi por
asfixia mecânica, causada por esganadura e com sinais de crueldade. A
informação foi divulgada nesta quinta-feira (20) pelo diretor do IML, Paulino
Pastre.
O corpo da advogada foi
encontrado em 22 de julho dentro do apartamento onde ela morava com o marido,
Luis Felipe Manvailer, em Guarapuava, na região Central do Paraná. Manvailer
foi preso no mesmo dia, a mais de 300 km da cidade. Ele é réu em um processo
por feminicídio e nega as acusações.
O que se sabe do caso de Tatiane Spitzner
Segundo Pastre, o estudo feito
pelos médicos legistas de Guarapuava indicava, desde o início, que se tratava
de uma morte violenta, utilizando-se de constrição do pescoço, o que é chamado
de esganadura.
"Todo o procedimento pericial
realizado confirmou unanimemente, tanto os exames complementares realizados em
Curitiba como o exame necroscópico lá em Guarapuava, que a Tatiane morreu e
posteriormente caiu do prédio", disse o diretor do IML.
Ainda conforme o diretor, o exame
toxicológico indicou elevado grau de alcoolemia no corpo de Tatiane.
“O que sugere que ela estava bastante fragilizada até para se defender no momento”, afirmou.
O laudo foi concluído quase dois
meses depois da morte. Segundo Pastre, esse período foi necessário porque o
exame é complexo – um procedimento químico para descalcificação óssea.
O G1 entrou em contato com a
defesa de Luis Felipe Manvailer, que informou que em breve vai enviar uma
posição.
Imagens mostram agressões de marido a advogada Tatiane Spitzner
Relembre o caso
A queda de Tatiane foi na
madrugada do dia 22 de julho, no Centro de Guarapuava. Conforme a Polícia
Civil, depois da queda, Luis Felipe recolheu o corpo de Tatiane e o levou de
volta para o apartamento.
Uma testemunha relatou que, logo
depois da queda, viu o marido recolhendo o corpo e ouviu ele gritando: “Meu
amor, acorda”.
O marido foi preso após sofrer um
acidente de carro na BR-277, em São Miguel do Iguaçu, a 340 quilômetros de
Guarapuava. Ele disse que se acidentou porque a imagem da esposa pulando a
sacada não saía da cabeça dele.
O casal estava junto havia cinco anos e era "feliz", de acordo com a defesa do marido. O Ministério Público (MP-PR), porém, diz que Tatiane vivia um relacionamento abusivo.
Familiares e amigos relataram que
ela queria pedir o divórcio. Para a polícia, eles disseram que Luis Felipe
costumava chamar Tatiane de apelidos pejorativos e que a proibia de contratar
uma diarista para ajudar nas tarefas domésticas.
Uma amiga da advogada, Rosenilda
Bielack, que conviveu com o casal na Alemanha, contou que a advogada era
maltratada constantemente pelo marido, que é faixa roxa no jiu-jítsu. “Tudo era
motivo para ele maltratar a Tati, falar coisas pesadas, pejorativas sempre”,
afirmou.
Conversas por WhatsApp de Tatiane
com Rosenilda mostram como estava a relação dela com o marido. Nas mensagens,
entre março e junho deste ano, a advogada relatou sentir "medo" e
disse que o marido tinha "ódio mortal" por ela.
Uma perícia feita no local da
morte constatou que ela teve uma fratura no pescoço, característica de quem
sofreu esganadura.
A defesa de Luis Felipe Manvailer
pediu por duas vezes a suspensão do processo ao qual ele responde, acusado de
matar a mulher.
Os advogados dizem que é impossível apresentar uma resposta à acusação porque, na denúncia, a promotoria não deixa claro quando, onde, e como Tatiane Spitzner morreu.
G1 Paraná
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