Mortes por desnutrição voltam a crescer no Paraná
- 13/09/2018
Após atingir em 2014 o menor nível da série histórica
iniciada em 1979, o número de mortes por desnutrição voltou a avançar no Paraná
recentemente. Segundo informações do Datasus, o banco de dados do Sistema Único
de Saúde (SUS), em 2016, último ano com dados disponíveis, 243 paranaenses
tiveram suas vidas ceifadas por causa da fome, número 24% superior ao
verificado dois anos antes, quando haviam sido registrados 196 óbitos.
Em 1979, quando foram registradas 342 mortes por desnutrição
no estado, as crianças eram a maior parte das vítimas, respondendo por 89,2%
dos óbitos. Trinta e sete anos depois, contudo, verificou-se uma notável
redução de 97,5% no número de jovens com até 14 anos de idade vítimas da fome.
Com isso, o número de mortes caiu de 305 no primeiro ano da série histórica
para 11 no último, com o índice de mortes para cada 100 mil habitantes passando
de 10,13 para 0,48.
Por outro lado, a morte de idosos teve um extraordinário
crescimento de 876,2% nesse mesmo período. Em 1979, 14 pessoas com mais de 60
anos tiveram a vida ceifada pela desnutrição. Já em 2016 foram 205 óbitos
relacionadas à fome entre os mais velhos, que hoje já respondem por 84,4% das
mortes. Com relação ao índice de mortes a cada 100 mil habitantes, o valor
saltou de 5,57 para 12,52, sendo que desde 1996 mais idosos são acometidos pelo
problema do que crianças.
Importante destacar que, segundo especialistas, o número de
mortes relacionadas à fome no Brasil é subestimado, uma vez que a desnutrição
não é uma causa de óbito de notificação obrigatória. Ainda assim, esses mesmos especialistas
confirmam a tendência de queda das mortes entre crianças, em grande medida por
conta das políticas públicas bem sucedidas das últimas duas décadas, ao passo
que é crescente o número de idosos que não ingerem nutrientes em quantidade
suficiente.
Entre os fatores relacionados a esse aumento, estariam
situações como isolamento e limitações das aitivadades de vidas diárias.“A má
nutrição no idoso pode estar associada a alterações fisiológicas do envelhecimento,
a condições sócio-econômicas, a doenças que diminuem o apetite e absorção dos
alimentos e a interação com medicamentos, já que os fármacos podem afetar a
ingestão e o metabolismo de nutrientes”, apontam pesquisadores da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) em artigo publicado na revista Cadernos de Saúde
Pública da Fiocruz.
“Figuram também como causas da desnutrição no idoso o
desconhecimento sobre o preparo dos alimentos e a nutrição adequada, problemas
dentários, limitações físicas, dificuldade de visão e de ambulação, tremores,
isolamento social, depressão, problemas mentais e alcoolismo”.
Metade dos paranaenses está acima do peso
Pelo terceiro ano consecutivo, a fome avançou no mundo.
Segundo informações da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura (FAO), quase 821 milhões de pessoas (cerca de uma em cada nove)
foram vítimas da fome em 2017, um aumento de 17 milhões em relação ao ano
anterior. No caso da América Latina e do Caribe, 39,3 milhões de pessoas vivem
subalimentadas, um aumento de 400 mil pessoas desde 2016.
No Paraná, contudo, o maior problema a ser enfrentado nos
próximos anos é o sobrepeso e a obesidade. Segundo informações do Sistema de
Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), 49,26% da população paranaense
está acima do peso, enquanto apenas 4,11% estão abaixo do peso ideal e 46,63%
são considerados eutróficos (ou seja, estão no peso adequado). Com relação ao
baixo peso, a situação é mais grave entre gestantes (15,27%) e idosos (11,35%).
Já com relação ao excesso de peso, destacam-se os adultos (65,23%, sendo que
31,78% estão obesos) e novamente os idosos (54,82%).
Prefeitura abre clínica de IST
Ontem, a Secretaria Municipal da Saúde inaugurou a clínica de infecções sexualmente transmissíveis (IST) do Centro de Orientação e Aconselhamento (COA), na Rua do Rosário, 144, bairro São Francisco. Com equipamentos modernos e um novo laboratório de biologia molecular, o COA amplia os serviços e passa a realizar diagnóstico clínico, teste laboratorial com resultado em até duas horas e tratamento de clamídia, gonorreia e HPV. Além destas infecções, o COA continua a fazer tratamento e teste rápido para HIV, hepatite B, hepatite C e sífilis. A clínica traz ainda, aos usuários com diagnóstico feito pelo COA, o serviço de cauterização de verrugas genitais causadas por HPV. Além disso, foi realizada a ampliação da sala de vacinas. A clínica de IST conta com a parceria do Ministério da Saúde, Fiocruz e Centro de Controle de Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês). O horário de atendimento é de 7 às 18 horas, de segunda à sexta-feira.
Paraná |
Crianças |
Idosos |
Total |
1979 |
305 |
14 |
342 |
1980 |
439 |
21 |
478 |
1981 |
571 |
30 |
624 |
1982 |
304 |
16 |
332 |
1983 |
401 |
39 |
471 |
1984 |
312 |
47 |
380 |
1985 |
342 |
62 |
449 |
1986 |
265 |
56 |
362 |
1987 |
258 |
61 |
356 |
1988 |
204 |
75 |
318 |
1989 |
221 |
85 |
348 |
1990 |
230 |
68 |
337 |
1991 |
168 |
85 |
280 |
1992 |
193 |
79 |
315 |
1993 |
175 |
98 |
313 |
1994 |
153 |
78 |
281 |
1995 |
120 |
59 |
210 |
1996 |
94 |
116 |
254 |
1997 |
85 |
119 |
248 |
1998 |
134 |
164 |
339 |
1999 |
86 |
162 |
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