Estudo da UTFPR de Santa Helena demonstra que Crotalária é um agente indireto no controle de Aedes aegypti

  • 27/07/2020

A Acadêmica do curso de Ciências Biológicas da UTFPR de Santa Helena, Barbara Clara Schneider, realizou um estudo onde demonstra que Crotalária é um agente indireto no controle de Aedes aegypti. Bárbara é moradora de Missal e atua como Agente de Combate a Endemias no município. O Estudo contou com o apoio das professoras Adriana Maria Meneghetti (coorientadora) e Denise Lange (orientadora do estudo).

Bárbara menciona que em 2016 a crotalária foi distribuída pela Administração Municipal de Missal, sugestão na época do Conselho Municipal de Saúde, e isso a motivou a realizar a pesquisa. “Sou Agente de Endemias e havia essa dúvida, será que ela é eficaz, não havia nenhuma pesquisa cientifica sobre isso”, revela.

Neste estudo, as autoras verificaram que plantas do gênero Crotalaria, mais especificamente Crotalaria spectabilis, podem ajudar no controle populacional do mosquito Aedes aegypti. “Ela atrai uma grande quantidade de artrópodes, como a libélula é uma predadora, vai estar buscando a crotalária por causa dessa grande quantidade”, observa Bárbara. Artrópodes são subdivididos em classes como por exemplo os insetos, como mosquitos, abelha, borboletas, moscas entre outros.

Portanto, esse controle se dá de forma indireta, por crotalária atrair inúmeros insetos e outros artrópodes que servem de alimento para libélulas, umas das principais predadoras de adultos e de larvas de Aedes. Tendo maior quantidade de alimento, as libélulas poderiam aumentar suas populações, aumentando assim as chances de predar os mosquitos.

Embora o uso principal de crotalária se dê principalmente na agricultura, por ter grande potencial de fixação biológica de nitrogênio, capacidade de reduzir algumas espécies de nematoides do solo, servir como adubo verde e cobertura vegetal do solo, alguns órgãos públicos municipais, como por exemplo Dourados-MS, Uberaba-MG e Missal-PR, têm incentivado o cultivo de crotalária na área urbana para auxiliar no controle biológico do mosquito transmissor da dengue.

Entretanto, nenhum estudo científico tinha comprovado tal efeito. O estudo da acadêmica da UTFPR de Santa Helena é, portanto, o primeiro nesse sentido e pode auxiliar prefeituras e órgãos públicos a incentivar o plantio dessas plantas nas áreas urbanas. O artigo, inclusive foi publicado na revista científica EntomoBrasilis (https://www.entomobrasilis.org/index.php/ebras/article/view/v13.e859). “Me senti bem realizada”, exclama ao relatar da publicação, que está disponível toda em inglês.

Bárbara relata que do plantio da área até a coleta de dados, o estudo durou cerca de um ano. “Quero agradecer as professoras da UTFPR e também a Prefeitura de Missal por ter disponibilizado área (próxima ao Lago Municipal) para realizar a pesquisa”, elogia. “Aos acadêmicos, que continuem seus estudos, façam suas pesquisas, jamais desistam, focando para realizar os sonhos”, finaliza Bióloga.

Assessoria.

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