Lava Jato pede pena maior para ‘homem forte’ de Richa

  • 12/02/2020

A força-tarefa do Ministério Público da Lava Jato no Paraná recorreu de sentença proferida da Justiça Federal que condenou o ex-chefe de gabinete do governador Beto Richa, Deonilson Roldo e do empresário Jorge Atherino, no âmbito da operação Piloto, que investiga suspeitas de pagamento de propina por parte da Odebrecht em troca do favorecimento em uma licitação para obras de duplicação na rodovia PR-323 (região Norte).

Em janeiro, a 23ª Vara Federal de Curitiba condenou Roldo, a 10 anos e cinco meses de prisão por corrupção passiva e fraude a licitação e Atherino, apontado pelo MPF como operador financeiro do grupo político de Richa no esquema, a 4 anos, 9 meses e 15 de prisão em regime semiaberto, por corrupção passiva.

Ambos foram absolvidos das imputações do crime de lavagem de dinheiro. No recurso, a Lava Jato voltou a pedir a condenação dos dois por esse crime, além do aumento de pena de Roldo e Atherino. “A condenação de diversos agentes públicos e privados ligados ao caso da envolvendo a concessão da PR-323 é muito significativa, pois passa a mensagem que o Estado brasileiro não tolera práticas que deturpam a livre concorrência e a corrupção no setor de infraestrutura, desaconselhando os operadores deste setor a agir em desconformidade com as regras legais. Todavia, por entender que a punição a alguns réus merece ser maior, dada a gravidade dos fatos, o MPF apresentou recurso, aguardando que o Tribunal reveja o caso pontualmente”, alega o procurador da Lava Jato, Alexandre Jabur.

Gravação

Em setembro de 2018, a Lava Jato denunciou 11 pessoas pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. A denúncia é baseada em gravação de conversa entre Roldo e um executivo do grupo Bertin no Palácio Iguaçu, no início de 2014, no qual o então chefe de gabinete sugere que a empresa não dispute a licitação, alegando que o grupo político do tucano já tinha um “compromisso” com a Odebrecht.

Em troca, a empreiteira teria se comprometido a pagar R$ 4 milhões ao grupo. Segundo o MPF, a contabilidade paralela da Odebrecht aponta pagamento de pelo menos R$ 3,5 milhões em espécie a Roldo. O destinatário final do dinheiro, segundo a denúncia, seria Beto Richa.

Bem Paraná | Foto: Arquivo Bem Paraná

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