Bolsonaro critica PSL e abre crise no próprio partido

  • 09/10/2019

O presidente Jair Bolsonaro sinalizou nesta terça-feira (8) que pode deixar o PSL e abriu uma crise no próprio partido, que tem enfrentado disputas internas e está com bancada na Câmara rachada. Pela manhã, ao deixar o Palácio do Alvorada, Bolsonaro pediu a um apoiador para que esquecesse o partido e afirmou que o presidente da sigla, o deputado Luciano Bivar (PE), “está queimado pra caramba” e vai “queimar o seu filme também”.

Na saída do palácio, onde apoiadores esperam para conversar e tirar fotos com o presidente, um homem se apresentou a Bolsonaro como pré-candidato no Recife pelo PSL. Bolsonaro, então, cochichou em seu ouvido: “Esquece o PSL”.

Ainda assim, o rapaz gravou um vídeo junto ao presidente em que diz: “Eu, Bolsonaro e Bivar juntos por um novo Recife”. Bolsonaro então pediu para que ele não divulgasse a gravação. “Ó cara, não divulga isso, não. O cara Bivar está queimado para caramba lá. Vai queimar o meu filme também. Esquece esse cara, esquece o partido”, recomendou.

Fugir de casa
As declarações provocaram reações imediatas entre as lideranças da sigla e aliados do governo. O líder do governo no Senado, Major Olímpio (PSL), foi surpreendido pela fala de Bolsonaro, e tentou minimizá-la. “Eu não vejo o presidente saindo do partido. Seria a mesma coisa que morar sozinho e fugir de casa”, afirmou. Para Olímpio, Bolsonaro “é o símbolo maior do PSL hoje”. “Não vejo ele deixando o partindo e não tem motivo para isso”, alegou.

O senador disse não acreditar que Bolsonaro possa deixar o PSL por duvidar que o presidente tenha outro partido “que tenha a robustez que criou exatamente por causa dele”. “Ou vai começar do zero em outro partido e aí não vai conseguir ter o tamanho da robustez que ele construiu. Ou vai para uma legenda já maior e não vai conseguir ter a garantia de ser o personagem principal e, tão disparadamente, diferenciado de todos os demais como ele é no PSL”, avaliou.

Queiroz

Segundo informações do UOL, uma ala do PSL reagiu à fala de Bolsonaro destacando a importância da sigla na eleição de 2018. O grupo teria inclusive elaborado um manifesto de apoio ao presidente da legenda, Luciano Bivar (PSL/PE).

Um dos defensores do texto é o deputado Júnior Bozella (PSL-SP). Ele lembrou que Bivar atendeu a todos os pedidos de Bolsonaro e chegou a deixar o comando da legenda durante as eleições de 2018.

Bozella afirma que o PSL não pode se tornar um “PT da direita”, acobertando casos que criam desgastes à sigla. Os dois mais ruidosos, lembra, foram poupados de críticas pelo presidente: o que envolve Fabrício Queiroz e Flávio Bolsonaro, e o caso do laranjal do PSL de Minas, que implica o ministro Marcelo Álvaro Antônio (Turismo). “Temos o caso do Queiroz e o do ministro do Turismo, e o presidente tenta encobrir esses dois assuntos ao mesmo tempo em que desfere ataques indevidos ao PSL”, lembrou o parlamentar.

Com inf, Bem Paraná | Foto: José Cruz/Agência Brasil

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