Conheça a trajetória histórica da Escola Estadual Graciliano Ramos

  • 03/06/2019

A partir de 1957 inicia-se a ocupação do território de Santa Helena adquirido pela Colonizadora Agrícola Madalozzo do município de Erechim, Rio Grande do Sul. Os proprietários desta empresa procuraram atrair principalmente gaúchos e catarinenses para comprar suas terras que encontravam-se legalmente divididas em áreas rurais e urbanas. Pretendiam também que as pessoas ao adquirir as terras promovessem o desenvolvimento de atividades agrícolas e comerciais nas áreas negociadas.

Para convencer possíveis compradores de seus imóveis, a Madalozzo recorreu à intensas propagandas (principalmente planfletagem) que eram distribuídos em diversas cidades do Oeste do Rio Grande do Sul e Santa Catarina pelos corretores contratados pela empresa. A propaganda dizia basicamente à respeito da fertilidade do solo da região, abundância de águas, ótimo clima e bons preços das terras. Rapidamente o território santa-helenense recebeu um expressivo contingente de pessoas oriundas do Sul, o que viabilizou rápida ocupação das terras da Colonizadora Madalozzo. 

Os migrantes ao fixarem residência em Santa Helena, passam a reivindicar da Companhia Colonizadora Madalozzo escola para que os filhos pudessem estudar. Os representantes da Madalozzo atendem às reivindicações de agricultores e comerciantes (cidade/interior) e contratam os seguintes educadores: Luis de Bona e Arno Nagel que passaram a ministrar aulas aos estudantes santa-helenenses a nível do “antigo primário 1ª a 4ª Série”, que atualmente corresponde ao Ensino Fundamental Anos Iniciais 1º ao 5º Ano.

Ressalta-se que a Colonizadora Madalozzo por não ter construído uma unidade escolar no início da colonização, valeu-se do templo da Igreja Católica Santo Antônio para dar início ao ensino na cidade de Santa Helena, fato que ocorreu no ano de 1958. Em 1962 um forte vendaval destruiu a Igreja/Escola, obrigando assim a Madalozzo construir salas de aulas para continuar atendendo os estudantes de Santa Helena. As salas de aulas foram construídas no local em que está atualmente o Colégio Humberto de Alencar Castelo Branco – Ensino Médio. Obs. A Igreja/Escola estava assentada na atual Praça Antônio Thomé, outrora Praça Padre José de Anchieta. Portanto, inicia-se assim, no ano de 1958 o “ensino primário” em Santa Helena. No ano de 1959 foi formalizado o nome de Grupo Escolar Marechal Deodoro da Fonseca. 
Destacamos a seguir o nome de 14 crianças que integraram em 1958 à primeira turma de alunos do citado nível de aprendizagem na cidade de Santa Helena: Família Thomé: Geraldo Thomé, Augustinho Thomé, Geninho Thomé, Mário Thomé; família Carvalho da Silva: Setembrino Carvalho da Silva, Ari Carvalho da Silva, Irineu Carvalho da Silva, Ermínio Carvalho da Silva e José Carvalho da Silva; família Thomas: Rudi Thomas e Lucia Thomas; família Silva: Antônio Silva e Lucia Silva; família Lago: Valdir Lago. Primeiras diretoras de escola municipal da cidade de Santa Helena Izelda Alegrete e Maria Weisseimer. Vale destacar que entre 1962 a 1967 Santa Helena pertenceu a Medianeira como Distrito Político/Administrativo e que em 26 de Maio de 1967 conseguiu emancipar-se, tornando-se município. 

Na medida em que os filhos dos santa-helenenses concluíam o “primário” (1ª a 4ª série), estavam impedidos de avançar no subsequente grau de estudos na própria localidade, porque em Santa Helena não dispunha de Ensino Ginasial. Porém, dependendo do interesse e das condições financeiras dos pais desses estudantes, estes podiam encaminhá-los ao Ginásio Estadual de Marechal Cândido Rondon.
No entanto, a distância aliada aos custos de alimentação e de transporte dificultavam sobremaneira o deslocamento dos estudantes santa-helenenses até a escola do citado município, porque ficava na responsabilidade dos pais dos educandos arcar com estas despesas. Diante destas circunstâncias, a maioria dos concluintes do “antigo primário” não tinham outra opção a não ser auxiliar os pais nos afazeres do campo e/ou do comércio. Obs. Marechal Cândido Rondon era o município mais próximo de Santa Helena que oferecia “ensino ginasial” na década de 1960.

As dificuldades apresentadas quanto à educação em Santa Helena, suscitou nos santa-helenenses o desejo de constituir na própria cidade uma escola que pudesse atender pré-adolescentes e adolescentes a nível de ensino de 5ª a 8ª série (Ensino Ginasial). Uniram-se em torno desta causa, pais de estudantes, professores e lideranças políticas municipais que passaram a reivindicar dos políticos do Estado do Paraná o ensino ginasial na cidade de Santa Helena para atender aos interessados em continuar os estudos e assim avançar no grau de conhecimento e certificação.

A esta altura, Santa Helena despontava no cenário regional do oeste do Paraná como município em franco desenvolvimento sócio/econômico. Fatores preponderantes para que as reivindicações educacionais surtissem efeitos o que facilitou a aprovação de uma escola de nível ginasial (hoje 6º ao 9º ano) à comunidade local.

O início de funcionamento da escola ocorreu no dia 01 de março de 1969 na modalidade C.E.N.C – Centro de Estudos Nacional da Comunidade com o nome de Ginásio Rocha Pombo (Rocha Pombo – Historiador Paranaense), onde permaneceu com este nome até 1970. A partir de 1971 passou a denominar-se Ginásio Graciliano Ramos e seu funcionamento foi autorizado pela portaria nº 16/71, decreto nº 21.864/70 até 14 de julho de 1981, quando foi incorporado o Grupo Escolar Marechal Deodoro e com uma nova denominação: Escola Graciliano Ramos – Ensino de 1º Grau pela resolução nº 1.345/81 de 06 de julho de 1981. Posteriormente com a Resolução nº 765/84 de 09 de março de 1984 a Escola tem o reconhecimento definitivo e passa a chamar-se Escola Estadual Graciliano Ramos – Ensino de 1º Grau. Há de destacar que entre março de 1969 a dezembro de 1976 a Escola Graciliano Ramos atendia os seus estudantes na unidade escolar que pertencia à Escola Municipal Marechal Deodoro da Fonseca. Somente a partir do ano letivo de 1977 a Escola Graciliano Ramos passou a funcionar no prédio próprio à Rua Minas Gerais, pelo qual permanece até o presente momento.

É importante destacar que ao longo dos quarenta anos da existência do prédio escolar do Graciliano Ramos, foram realizadas diversas reformas e ampliações na infraestrutura original. Parte destas melhorias foram executadas graças às parcerias com a municipalidade, arrecadações de dinheiro por intermédio da APMF com a participação de direção, professores, funcionários, estudantes e comunidade em geral. O poder público estadual nestes quarenta anos da materialidade física da Escola Graciliano Ramos pouco tem investido para melhorar a infraestrutura da instituição de ensino. 

Mas há de reconhecer que educadores, funcionários, pais de alunos comprometidos com a educação de seus filhos vem lutando incansavelmente e o empenho tem permitido ganhos sociais, humanos e intelectuais dos estudantes que frequentaram e frequentam os bancos escolares desta instituição de ensino. Por conta do empenho de docentes, discentes, funcionários e pais dos estudantes, esta instituição educacional tem conseguido melhorar os índices de aprendizagem na Prova Brasil, SEAP, OBMEP, bem como nas competições esportivas que participa. 

Diretores da Escola Estadual Graciliano Ramos – Ensino Fundamental – Séries finais que desde a fundação (1969) foram os responsáveis na condução dos destinos políticos/administrativos desta instituição de ensino: Ipenor Madalozzo (1969); Dr. Eduardo Rodrigues (1970/71); Floriano Matiello (1971/1973); Mário Frighetto (1974); Gian Franco Vezzoli (1975/1977); Nelson Kolling (1977); Osmar Manieri Carlesso (1979/80); Hildo Weissheimer (1980); Mário Alfredo Schwingel (1980); André Mine (1981/83); João Bosco Zimermann (1984/87); Ezequias Abade Correa (1988/89); João Bosco Zimermann (1990/95); Dulce Fátima Stürme (1996/97); Vera Lucia Gresele (1998/00); Ivete Regina P. Braun (2001/03); Ailton de Brito (2004/05); vete Regina P. Braun (2006/08); Vilmar de Souza  (2009/11) e Marcio Luis Schneider (2012/19).

Responsável pela pesquisa: professor João Rosa correia (História).
Colaboração/correção textual, professoras: Lucilaine Tavares da Silva Anschau (Língua Portuguesa) e Mirta Teresinha Dotto (Língua Portuguesa).

Ficou sabendo de algo? Envie sua notícia no Whats Xeretando (45) 9.9824-7874

Ficou sabendo de algo? Envie sua notícia no WhatsApp Xeretando (45)99824-7874

0 Comentários



Deixe seu comentário

* Seu comentário passará por uma avaliação antes de ser postado no site.
* Para que seja vinculada uma imagem sua no comentário é necessário cadastro no GRAVATAR