Vagner Love diz que quer se aposentar no Corinthians e critica políticos na festa

  • 23/04/2019

Autor do gol que garantiu o título do Campeonato Paulista de 2019 para o Corinthians, Vagner Love era um dos mais descontraídos nesta segunda-feira no "media day", dia em que os jogadores ficam totalmente à disposição dos veículos de imprensa para entrevistas, que aconteceu no CT do clube. O jogador invadiu as entrevistas dos companheiros, fez perguntas e, depois, quando chegou a sua vez, avisou que ainda aproveitaria o final do dia para continuar a comemoração.

Vagner Love, de 34 anos, também declarou seu amor pelo Corinthians, com quem tem contrato até 2020, e mandou um recado para o presidente Andrés Sanchez. "Se ele já quiser renovar com a gente... Vou jogar a isca aqui, vai que ele morde. Quero renovar por mais um, dois, três anos e se puder encerrar a carreira no Corinthians eu quero muito", declarou.

No dia seguinte à vitória sobre o São Paulo por 2 a 1, a assessoria de imprensa do Corinthians reservou a data para os jogadores conversarem com os jornalistas. Eram dezenas de meios de comunicação espalhados pelo CT entrevistando atletas. Love viveu seu dia de repórter. A Cássio, questionou sobre a sensação de ser o jogador do Corinthians com mais títulos da história do clube. A Fagner, perguntou se estava tudo bem e perguntou quantos títulos pretendia ganhar. "Quantos mais eu puder", rebateu o lateral.

Quando chegou a sua vez, tratou de deixar a entrevista mais leve ao falar sobre as festas de comemoração do título que geralmente acontecem em sua casa, sobre a sensação de fazer o gol do título, a importância do técnico Fábio Carille no Corinthians e a identificação que criou com o clube.

Qual foi o segredo do Corinthians para conquistar o tri?

Trabalho, trabalho e trabalho. Desde o início a gente trabalhou e conquistamos o objetivos que era o título. O grupo está de parabéns pelo que fez e fomos abençoados pelo título.

Como você se sente em fazer o gol do título?

Predestinado, privilegiado, abençoado, muito orgulhoso de participar do grupo, de ter a oportunidade de voltar ao Corinthians e conquistar mais um título. Muito feliz por ter o dom de jogar futebol e fazer o gol decisivo em uma final de campeonato.

Seu gol foi muito parecido com o do Elias contra o São Paulo em 2015?

Vi o gol dele, foi muito parecido. O Elias vem tabelando de trás e recebe o passe do Jadson. Mas a finalização foi muito parecida. Desde os 15, 16 anos que conheço o Elias. Começamos juntos na base e falei para ele que o meu foi mais bonito.

Como foi a festa de comemoração?

Foi boa, viu, mas ainda vou comemorar mais um pouquinho hoje, irmão. O (músico) Thiaguinho estava comigo ontem. Ele estava em um show, me chamou e perguntou onde estava. Disse que estava na minha casa, com a minha família e meus amigos tomando minha cervejinha. E ele disse: "vou ao seu encontro porque você fez o gol do título". Comemoramos bastante. Comemorei bem.

Em 2015, você fez o gol do título do Brasileiro no jogo com o Vasco...

Fizemos uma festa da p... O Rio de Janeiro ficou pequeno aquele dia. Pagodão comeu solto. Tite tomou várias caipirinhas. Ontem não deu para estar todo mundo junto. O gol não foi tão emocionante como o de agora, mas esse foi mais importante da maneira que aconteceu. Fazer um gol desses...

Ontem havia políticos que apareceram no meio da festa...

Fico "boladão" com essa parada. Quem tem de estar são amigos, família, companheiros. Mas entrou, participou levantou o troféu, não sei quem foi. Mas deve ser corintiano, torceu pela gente e isso também é importante.

Qual é a importância do Carille nesse título?

Carille é sensacional no dia a dia. Falar dele de pessoa, pai de família. Ele é muito correto. Muito difícil lidar com 30 e poucos jogadores. E ele sabe isso, fazer a gente ter bom convívio no dia a dia. Corinthians criou essa família e o Carille é muito importante para o Corinthians. Peço que ele fique por muito tempo aqui porque ele vai ganhar muitos tíulos.

E você quanto tempo pretende ficar no Corinthians?

Tenho contrato até o final do ano que vem, mas se ele (o presidente Andrés Sanchez) quiser já renovar com a gente... Vou jogar a isca aqui, vai que ele morde. Então o presidente, se quiser renovar por mais um, dois três anos... Se puder encerrar a carreira no Corinthians eu quero muito.

Como foi a comemoração do seu gol no gramado?

Meu filho perguntou o que eu tentei fazer. Respondi que nem eu sei. Não sabia se ria, chorava, pulava, se beijava a aliança para dar moral à patroa, nem sei o que fiz. Depois todo mundo me abraçando caiu a ficha que fiz o gol que está ajudando o time. Fiquei muito feliz.

O que representa o Corinthians para você?

É diferente de tudo e de todos. Todo mundo é contra o Corinthians. Quando a gente ganha a parada é diferente, fica feliz e contente porque a proporção aqui mostra bem como é. Tem de aproveitar e desfrutar.

Acha possível ganhar a tríplice coroa?

É difícil. O último que ganhou três títulos no ano foi o Cruzeiro em 2003. Sabemos da dificuldade que é. A gente tem a possibilidade. Agora a gente tem de reverter a situação difícil contra a Chapecoense. Estamos preparados para isso. Vai começar o Brasileiro. São grandes jogos, temos de ir bem em casa e pontuar fora.

O Corinthians é favorito no Brasileiro e quem são os principais concorrentes?

Tem vários clubes que vão brigar pelo título, a começar pelos campeões dos estaduais. Corinthians, Grêmio, Flamengo, Cruzeiro. Aí pega o Inter, Atlético-MG, Palmeiras, que tem grande elenco. Coloco uns oito a dez times em condições de brigar pelo título.

O que precisa ser melhorado no time?

O Corinthians por ter se reformulado tem a dificuldade de pegar o jeito. Mas a competitividade não está faltando. Faltam alguns aspectos técnicos para melhorar. Sabe que dá para melhorar.

O Brasil está carente de centroavantes?

Está. Está faltando centroavante. Alguns clubes estão jogando sem um centroavante de origem. Tem os veteranos Fred e Ricardo Oliveira que estão bem. Eu não estou jogando nessa função, mas fiz gol de centroavante. Gustavo tem 24 anos, Pedro do Fluminense, e o Pablo, do São Paulo. A diferença de idade é muito grande entre a minha geração e essa outra. Centroavante de origens são esses. Falta ter uma safra melhor de centroavante.

Estadão.

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